O mês de agosto marca o aniversário de uma constelação de importantes músicos da MPB, que neste ano completam 70 anos de idade. Cantores e compositores, que sem dúvidas deixarão suas obras para a posteridade, são eles: Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
No entanto, sinto que existe preconceito estético e uma dívida histórica com muitos artistas que também atingiram a consagração artística e que não recebem o mesmo reconhecimento destes aniversariantes famosos.
Um exemplo clássico deste apagão cultural vem de um cantor que há muitos anos vive em Santo André-SP e é considerado um dos precursores do rock brasileiro e hoje é mais um artista que integra a injusta memória musical brasileira.
Carlos Gonzaga
Após o final da Segunda Guerra Mundial começa a surgir no Brasil uma geração de adolescentes que se inspiravam nos filmes, seriados e gibis de cowboys do faroeste americano, como Roy Rogers, Durango Kid e Tom Mix.
E baseado nessa tendência, surge o cantor Carlos Gonzaga, que cantava clássicos do velho oeste, como: Bat Masterson, Oh, Suzana e se vestia com chapéu, calça rancheira e botas de couro.
Eram os anos de ouro dos programas de rádio no Brasil, e em pouco tempo Carlos Gonzaga conquistaria espaço no cinema e na TV, através de sua versatilidade em cantar marchas carnavalescas, rumbas e boleros.
Entretanto, após a gravação da canção Diana de Paul Anka e Oh Carol de Neil Sedaka, a vida deste mineiro de 86 anos mudaria para sempre, e em 1958 ele atinge o topo das paradas de sucesso em todo o Brasil.
O genial Carlos Gonzaga também nos encantou com outras canções em homenagem aos cowboys como "Cavalheiros do Céu", composição de Stan Jones, um clássico da música western norte-americana e também a música "Ponderosa", que falava das aventuras da famosa série de televisão Bonanza.
Cavaleiros do Céu - de Stan Jones
Ypieaee ypiaoohhh
Vaqueiro do arizona desordeiro e beberrão
Seguia em seu cavalo pela noite do sertão
No céu porém a noite ficou rubra num clarão
E viu passar um fogaréu, um rebanho no céu
Ypieaee ypiaooohhh
Correndo pelo céu
As rubras ferraduras punham brasas pelo ar
Os touros como fogo galopavam sem cessar
Atrás vinham vaqueiros como louco a gritar
Vermelhos a queimar também, galopando para o além.
Ypieaeee ypiaooohhh
Seguindo para o além
Um dos vaqueiros ao passar gritou dizendo assim?
Cuidado companheiros tu viras para onde eu vim
Se não mudas de vida tu verás o mesmo fim
Querer pegar num fogaréu, um rebanho no céu;
Ypieaee ypiaooohhh
Correndo pelo céu
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