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WEB RÁDIO ÉPOCAS: maio 2015

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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Gravadoras: De RCA Victor até virar a Sony Music

Radio Corporation of America, também conhecida como RCA, é uma empresa estadunidense pioneira no setor de telecomunicações, criada em 1929. Em 1929, a RCA comprou a Victor Talking Machine Company, fundada em 1900, formando a RCA Victor, o mais antigo selo fonográfico da América. O selo era facilmente identificado pelo famoso logotipo de um cachorro, chamado "Nipper", que olha atentamente para uma concha acústica de um fonógrafo e escuta a chamada Voz do Dono" - His Master's Voice. A RCA Victor foi responsável pela mais famosa transação comercial da história da música, quando, em 1955, adquiriu o contrato de exclusividade de Elvis Presley da Sun Records por 35 mil dólares. Outros artistas famosos, como Enrico Caruso, Little Richard, Jefferson Airplane, David Bowie, The Main Ingredient, Avril Lavigne, Kesha, Adam Lambert, Christina Aguilera, Sam Cooke e Foo Fighters, também foram exclusivos da RCA.

No Brasil, seu recordista em vendagens de discos foi Nelson Gonçalves, que permaneceu na gravadora desde 1941 até o final de sua vida em 1998. O cantor havia vendido cerca de 78 milhões de cópias até aquele ano. Em 1987, a RCA Victor foi vendida ao grupo alemão Bertelsmann, a BMG, passando a se chamar BMG/Ariola (por um breve período em 1987 foi denominada RCA/Ariola) e mais tarde BMG. Em 2004, houve a fusão da BMG com a gravadora japonesa Sony Music, formando assim a Sony BMG. Em 2008, o grupo Bertelsmann vendeu sua parte à Sony Music, que rebatizou a Sony BMG apenas como Sony Music.

Vídeo sobre o processo de fabricação de discos 78 rpm pela RCA Victor.


terça-feira, 26 de maio de 2015

Cantoras do Rádio: Maysa uma triste história de sucessos

Dona de dois olhos verdes inesquecíveis, ela viveu 40 anos a mil. Em pouco menos de meio século de vida mudou seu destino já traçado e se tornou a maior cantora romântica da música brasileira. Conheça agora um pouco mais de Maysa.


Nascida numa tradicional família capixaba, com alto padrão de vida, Maysa desde criança seguiu os mesmos passos que a maioria das jovens de mesma realidade. Morou em endereços privilegiados e estudou em colégios de elite. Mas, a música já era presente em sua vida desde muito pequena. Aos 12 anos compôs sua primeira canção, chamada “Adeus”, que por acaso seria gravado em seu disco de estreia.

Desde essa época ela já revelava traços de uma personalidade marcante. Quando criança, implorou aos pais que a tirassem do colégio religioso, tradicionalíssimo, alegando que as freiras a estavam deixando louca. Maysa era péssima nos estudos, chegou a repetir o 2º ano ginasial duas vezes seguidas, por fim, na última, abandonou os estudos de vez. Sua imagem era a da legítima bad girl. Aos 16 anos, usava cabelos curtos, vestia calças compridas (absurdo na época), pintava as unhas de vermelho e maquiava-se com audácia.


Naquela época, o destino comum das garotas como Maysa era se casar com um rapaz de boa estirpe e constituir uma família, ou seja – ela estava destinada ao lar. E tudo parecia indicar que ela cumpriria esse destino sem nenhuma alteração de rota. Aos 17 anos, em 1955, Maysa se casou com o empresário André Matarazzo. O sobrenome faz estremecer, a família ítalo-brasileira Matarazzo era considerada uma das mais ricas do Brasil e uma das maiores fortunas do mundo. Donos de um verdadeiro império que englobava industrias de metalurgia, comércio, navegação e cabotagem.

André Matarazzo era quase 20 anos mais velho que Maysa. Algo estranho, mas natural na época. O casamento, na Catedral da Sé de São Paulo, e a festa, foram dignos de uma super estrela hollywoodiana. Nada anormal para um clã que ao casar sua herdeira nos anos 40, chegou a realizar festins de três dias e três noites em São Paulo.


Em pouco tempo, Maysa se deu conta da gaiola de ouro em que havia se prendido. A distância e a incompatibilidade com um marido sempre distante e ocupado foram minando seu casamento tempo após tempo. A pressão da tradição daquele clã rígido e obsoleto começou a se tornar insuportável para uma jovem alegre e expansiva, de mentalidade moderna e transgressora. E esta seria a alcunha com que a identificariam tempos depois – transgressora.

A carreira musical de Maysa começou de forma tão banal quanto surpreendente. O produtor Roberto Corte-Real, maravilhado com o seu talento, a convidou para gravar um disco durante uma reunião familiar, em 1956. Obviamente, o marido de Maysa foi contra, e só depois muita insistência ela pode gravar um disco em caráter beneficente com renda revertida para a campanha contra o câncer – o que vetava qualquer possibilidade de carreira profissional.


O que deveria ser apenas um capricho de uma esposa entediada, acabou se tornando coisa séria quando o disco passou a tocar – e fazer muito sucesso – nas rádios do eixo Rio-São Paulo. A carreira de Maysa começou a deslanchar da noite para o dia e de repente ela havia se tornado uma cantora profissional. Acontece que mulheres de família não podiam se igualar a cantoras de rádio, ela tinha um nome a zelar, um nome de peso – Matarazzo. E foi aí que Maysa alterou seu destino em 360 graus. Ela se desquitou de André Matarazzo em 1957, trocando um matrimônio aristocrático por uma carreira de cantora. O desquite da cantora foi um dos maiores escândalos no Brasil em fins da década de 50.


O sucesso e a popularidade cresciam dia após dia. Em 1958, ela já era considerada a maior e mais bem paga cantora do Brasil. A consagração veio com as canções “Ouça” e “Meu Mundo Caiu” – os maiores sucessos de sua carreira, de sua própria autoria. Intérprete bem sucedida e compositora reconhecida, seus discos eram campeões de venda e seus programas de televisão tinham muito prestígio, ao mesmo tempo em que era uma das cantoras mais populares da época. Bela, jovem, rica e bem sucedida ela via a carreira em crescente ascensão enquanto a vida pessoal ia ladeira a baixo.

Parece que seu mundo caíra de tal forma, que nada poderia faze-la levantar. Maysa passou sistematicamente a abusar da bebida, o que a tornou uma alcoólatra, como consequência engordou horrores. Sua vida passou a ser permeada por escândalos, tentativas de suicídio, namoros relâmpagos e até um grave acidente de carro estampado nas páginas dos jornais.


Numa época em que a música brasileira era dominada por vozeirões potentes, Maysa representava um contraste, ao ter uma voz pequena e quase rouca. O que não a impediu de se tornar uma das maiores intérpretes e compositoras do samba-canção, gênero que dominava a cena musical do país naquela época; afilhado do bolero mexicano, do blues americano e do fado português. Maysa fazia parte de um grupo de cantoras como Dolores Duran e Sylvia Telles, que representaram uma transição durante os anos 50, entre o samba de carnaval e a bossa nova, surgida no fim da década; gênero do qual Maysa também foi integrante.

Interpretações tristes e letras altamente românticas e que falavam sobre amores acabados, angústias e sofrimentos. Maysa passou a ser uma grande expoente deste gênero, e representar uma nova estética musical como cantora, filtrando a dramaticidade exagerada do samba-canção em letras obviamente românticas e genuinamente bonitas. Ela também cantava em vários idiomas. Maysa se tornou o expoente mais sofisticado e requintado do estilo Samba-Canção.


A alcunha de cantora de fossa, rainha da dor de cotovelo, acompanhou-a até o fim da vida. Maysa era uma mulher alegre, expansiva, bem humorada e muito perspicaz. Mas, que tinha momentos de profunda tristeza, solidão e angústia. Ela dizia ter uma série de complexos, quando remoía velhas amarguras e caia em profundo desespero. Sua aura dark era muito acentuada e lhe dava uma aparência verdadeiramente triste, o que acabava sendo muito explorado pela mídia da época. todo o sentimentalismo e a emoção de Maysa transpassavam claramente quando cantava, tudo isto esta impregnado em sua música de sentimentos fortes e passionais. O melhor exemplo é a interpretação magistral para “Ne Me Quitte Pas” de Jacques Brel, um dos maiores êxitos de sua carreira.

Em pouco tempo, o sucesso de Maysa começou a ultrapassar fronteiras. Ela visitou os países da América Latina inúmeras vezes, onde sua música era muito apreciada por um público fiel que consumia seus discos continuamente. Na Argentina ela era chamada de la condesa cantante – trocadilho com o título de nobreza pertencente a família do ex-marido.


Os anos 60 chegaram cheios de positivismo ao Brasil, e no panorama musical surgia a bossa nova, fomentada desde a década anterior nos bares e boates da zona sul do Rio de Janeiro. Maysa, que tinha um notável faro musical se identificou com aquele movimento que trazia inovação e requinte à MPB, e se tornaria sucesso no mundo inteiro. Com a bossa nova, Maysa pode expandir referências musicais, mesmo não se tornando uma das grandes intérpretes do gênero, ela deu uma nova cara mais romântica à bossa nova, provando ser uma cantora de versatilidade.

A pressão da mídia fez com que Maysa fosse buscar no exterior a paz e o sossego que não tinha no Brasil. Seu nome estava mais em alta do que nunca e ela já era uma cantora consagrada no país, mas os rumos que a vida traça ao nosso destino a fariam ter uma grande carreira internacional. Ela foi responsável pelo lançamento da Bossa Nova no exterior, mais precisamente na Argentina e no Uruguai, em 1961, e contribuiu muito em sua divulgação pelo mundo. Ela excursionou por vários países, tendo se apresentado em Lisboa, Madri, Paris, Nova York, Milão e Cidade do México. Maysa chegou a cantar na África e até no longínquo Japão – onde foi a primeira artista brasileira a se apresentar por lá. O trabalho era exaustivo; na Europa, ela se cantava em casas noturnas, programas de televisão e gravava discos. Maysa chegou a morar durante anos na Espanha, quando era casada com o empresário belga-espanhol Miguel Azanza.


Um dos momentos mais memoráveis da carreira aconteceu em 1963, quando Maysa fez uma única apresentação, inesquecível, no Olympia de Paris. Ela foi convidada pelo cantor Tino Rossi e deveria encerrar a noite. Maysa cantou um repertório de música brasileira e guardou para o final uma surpresa – “Ne Me Quitte Pas” de Jacques Brel. Podia ser uma ousadia cantar em francês para os franceses, mas o fato é que foi um sucesso. Maysa foi aplaudida de pé e teve de voltar ao palco do Olympia mais três vezes para repetir a música, tonta de emoção e empurrada ao palco por Bruno Coquatrix, diretor da casa. No dia seguinte, os jornais parisienses repercutiram o sucesso de Maysa no Olympia, exaltando-a como a “Imperatriz da Bossa Nova”. Não pode haver uma emoção maior para uma cantora estrangeira que a de cantar e ser aplaudida naquela que é a mais antológica casa de espetáculos da capital francesa.

Maysa continuou empreendendo excursões no exterior por muito tempo e a esta altura já estava bastante distante do público brasileiro. Quando sentiu a necessidade de voltar para casa, ela realizou sua última e maior ousadia. Montou um grande espetáculo na cervejaria Canecão, um local popularíssimo que viria a se tornar, após esta temporada, a maior casa de espetáculos do Rio de Janeiro. Acompanhada por grande orquestra e bailarinos, ela desfilou beleza, talento, competência e ousadia, vestindo mini-saia.


Os anos 70 pareciam tão promissores quanto confusos. Apesar de todo o prestígio e popularidade, ela já não era mais a maior cantora do Brasil. No panorama musical da época, consolidava-se de fato a MPB, termo que passou a designar um estilo musical mais sofisticado que outros mais populares produzidos na música brasileira, como o samba, a música caipira e a música popular romântica. A maioria dos cantores contemporâneos de Maysa, ídolos da música nos anos 40 e 50, mergulharam num período de profundo ostracismo. Não era o seu caso, mas ela passou a se auto exilar da música, da mídia e do público, dia após dia.

Vivendo a vida cada dia mais num estilo meio hippie, Maysa construiu uma casinha numa praia afastada do litoral do Rio de Janeiro e passou a morar lá na companhia de vários animais. Passou a pintar vários quadros e fazer esculturas de madeira, sempre sozinha. Seu último disco foi gravado em 1974, sua última turnê em 1975. Desde então, só reservava sua aparição a alguns poucos programas e especiais de televisão. Ela já não era mais a grande estrela que foi um dia. Vivia a vida cada vez mais solitária e isolada.


No dia 22 de janeiro de 1977, a grande voz do amor desfeito partiu para nunca mais voltar. Ia do Rio de Janeiro para sua casa de praia, em Maricá, e no meio havia a ponte Rio-Niterói. Maysa bateu seu carro contra a mureta de proteção da ponte, capotou e só parou na pista contrária sentido Rio. Foi um acidente fatal, Maysa morreu a caminho do hospital.

A cantora de apenas 40 anos deixou um filho – Jayme, os pais que tanto amava e a uma ferida aberta no coração da música brasileira e dos fãs que tanto a amaram. Uma mulher cheia de conflitos e sofrimentos, contrastes, multifacetada, que levou a vida aos trancos e barrancos, mas mesmo assim conseguiu sobreviver e se tornar quem foi. Uma cantora esplêndida, como poucas vezes se vê na música. Maysa estava ao nível de uma Edith Piaf ou Amália Rodrigues. Sua versatilidade permitia que ela fosse do samba à bossa nova, com perfeição, passando pelo jazz e o bolero. Poucas vezes na história vê-se mulheres como Maysa, um forte. Ela também escrevia poemas – belíssimos – entre os melhores, está este:

"Olha, amiga, o passado só constrói passado e o que antes era empáfia, pela cor brutalmente vermelha acintosa, de tanto caminho pela escuridão se descolorou no tempo que só ele sentiu passar.
Vive porque é preciso, e também é bom, e como! Se te for preciso viver mais do que a própria vida faça, porque então ter eternizas... Não te proponhas a nada e não terá decepções porque o nada, além de incomodar, não existe."





Fonte:http://lounge.obviousmag.org/

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Adoniran Barbosa: Foi o nome que ele pegou emprestado

O cantor, compositor e sambista Adoniran Barbosa
Ele achava que João Rubinato não era nome de cantor de samba. Resolveu mudar. De um amigo pegou emprestado Adoniran e, em homenagem ao sambista Luiz Barbosa, adotou seu sobrenome. Foi assim que Adoniran Barbosa tornou-se um dos maiores nomes do cancioneiro popular brasileiro e uma das mais importantes vozes da população ítalo-paulistana.

Adoniran nasceu na cidade de Valinhos, interior de São Paulo, a 6 de agosto de 1910. Filho de imigrantes italianos, abandonou os estudos ainda no primário para trabalhar. Foi tecelão, balconista, pintor de paredes e até garçom. No começo da década de 30, passou a frequentar os programas de calouros da rádio Cruzeiro do Sul de São Paulo.

Em 1933, depois de ser desclassificado inúmeras vezes devido à sua voz fanha, Adoniran conquistou o primeiro lugar no programa de Jorge Amaral cantando "Filosofia" de Noel Rosa. Em 1935, compôs, em parceria com o maestro e compositor J. Aimberê, sua primeira música "Dona Boa", eleita a melhor marcha do Carnaval de São Paulo naquele ano. Na rádio Cruzeiro do Sul ficou até 1940, transferindo-se, em 1941, para a rádio Record, a convite de Otávio Gabus Mendes. Ali começou sua carreira de ator participando de uma série de radioteatro intitulada "Serões Domingueiros".

Essa foi a oportunidade para Adoniran começar a criar sua galeria de personagens, sempre cômicos, como o malandro Zé Cunversa ou Jean Rubinet, um galã de cinema francês. O linguajar popular de seus personagens encontrava par em suas composições. A maneira de compor sem se preocupar com a grafia correta tornou-se sua maior característica e lhe rendeu críticas de gente como o poeta e compositor Vinícius de Moraes. Adoniran não deu importância às declarações de Vinícius, tanto que musicou uma poesia do escritor carioca transformando-a na valsa "Bom Dia, Tristeza".

Às críticas que recebia Adoniran rebatia: "só faço samba pra povo. Por isso faço letras com erros de português, porquê é assim que o povo fala. Além disso, acho que o samba, assim, fica mais bonito de se cantar."

Na Record, Adoniran conheceu o produtor Osvaldo Moles, responsável pela criação e pelo texto dos principais tipos interpretados por ele. Os dois trabalharam juntos durante 26 anos. No rádio, um dos maiores sucessos dessa parceria foi o programa "Histórias das Malocas", onde Adoniran representava o personagem Charutinho. O programa ficou no ar pela rádio Record até 1965, chegando a ter uma versão para a televisão. Os dois também dividiram a criação de vários sambas.

Dessa união nasceram, entre outros clássicos, "Tiro ao Álvaro" e "Pafúncia". Em 1945, Adoniran começou a atuar no cinema. Sua primeira participação foi no filme "Pif-Paf", seguido de "Caídos do Céu", em 1946, ambos dirigidos por Ademar Gonzaga. Em 1953, atuou em "O Cangaceiro", de Lima Barreto.

O impulso na carreira de compositor veio em 1951, quando o conjunto Demônios da Garoa saiu premiado do Carnaval paulista com o samba "Malvina", de sua autoria. No ano seguinte, eles repetiram o feito, agora, com a criação de Adoniran Barbosa e Osvaldo Moles, "Joga a Chave". Começava ai mais uma parceria de anos na vida do compositor.

As pequenas crônicas da vida paulistana criadas por Adoniran com sotaque peculiar, resultado da fusão das várias raças que escolheram a capital paulista como morada, tornaram-se conhecidas em todo Brasil na interpretação dos Demônios da Garoa. "Saudosa Maloca", que o próprio autor havia gravado sem sucesso em 1951, foi registrada por eles em 1955 e garavada por Elis Regina nos anos 70. Do mesmo ano é a gravação de "O Samba do Arnesto". Mas foi "Trem das Onze", de 1964, seu maior sucesso. Em 1965 a composição foi premiada no Carnaval do Rio de Janeiro. Além dos Demônios da Garoa, o samba recebeu uma versão da cantora baiana Gal Costa.

Em 2000, foi escolhida pela população de São Paulo, em um concurso organizado pela Rede Globo, como a música que mais representa a cidade. A partir de 1972, Adoniran começa a trabalhar em televisão. No início eram apenas bicos como "cobaia" para testes de câmera.

Em seguida, começou a atuar em programas humorísticos como "Ceará Contra 007" e "Papai Sabe Nada" da TV Record, além de ter participado das novelas "Mulheres de Areia" e "Os Inocentes". Seu primeiro disco individual só foi gravado em 1974, seguido por outro em 1975, e o último em 1980, este com a participação de vários artistas: Djavan, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Elis Regina, os grupos Talismã e MPB-4, entre outros, participaram do registro em homenagem aos seus 70 anos.

Os três discos levam apenas o nome Adoniran. Adoniran Barbosa morreu em 23 de novembro de 1982, aos 72 anos, pobre e quase esquecido. No momento de sua morte estavam presentes apenas sua mulher, Matilde Luttif, e uma irmã dela. Boêmio, com direito a mesa cativa no salão principal do Bar Brahma, um dos mais tradicionais de São Paulo, Adoniran passou os últimos anos de sua vida triste, sem entender o que tinha acontecido à sua cidade. "Até a década de 60, São Paulo ainda existia, depois procurei mas não achei São Paulo. O Brás, cadê o Brás? E o Bexiga, cadê? Mandaram-me procurar a Sé. Não achei. Só vejo carros e cimento armado." .






Fonte:almanaque.folha.uol.com.br

sábado, 23 de maio de 2015

Os primeiros anos do rádio no Brasil

A primeira transmissão radiofônica realizada no Brasil ocorreu na Exposição do Centenário da Independência do Brasil em 1922, mas a primeira estação a transmitir regularmente foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro - PRA-A - inaugurada por Roquete Pinto e Henrique Moritze, em 20 de abril de 1923. A esses dois pioneiros juntaram-se outros como Elba Dias que fundou logo a seguir a Rádio Clube do Brasil - PRA-B e um grupo pernambucano que em 17 de outubro de 1923 iniciou as trasmissões da Rádio Clube de Pernambuco.

Os primeiros anos do rádio foram difíceis: muita música clássica, muita ópera e muita colaboração graciosa de alguns artistas da sociedade. Aos poucos, porém, foi se firmando e ao final de 1926 e início de 1927, quando as gravações deixaram de ser mecânicas para se tornarem elétricas, surgiram os primeiros artistas para disputar a preferência dos ouvintes: Gastão Formenti, Vicente Celestino, Francisco Alves, Patrício Teixeira, Augusto Calheiros, Elisinha Coelho, Albênzio Perrone, Mário Reis e outros.

Mais emissoras foram aparecendo: Rádio Educadora, Rádio Mayrink Veiga, Guanabara, Cajuti, Ipanema, Jornal do Brasil, Tupi, Philips (depois Nacional), Transmissora (depois Globo) e assim sucessivamente.

Em 1930, pode-se dizer, o rádio estourou no Brasil dando início ao que se pode chamar de a Era do Rádio no Brasil. Foi o maior veículo de comunicação, divertimento e formação cultural no país até meados da década de 60 quando a Televisão tomou-lhe o lugar, embora o rádio mantenha ainda o privilégio de ser o maior veículo de comunicação.








Fonte:www.collectorsstudios.com

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Cantoras do Rádio: Aracy de Almeida e seu medo de avião

Aracy de Almeida

Nos dias atuais todo mundo sabe dos medos e manias do Roberto Carlos, semana passada ele se recusou a gravar porque no estúdio tinha um relógio quebrado, e segundo ele, não se pode gravar onde tem um relógio parado. Tiveram que consertar o tal relógio que estava quebrado fazia anos. Mas nos tempos do rádio a saudosa cantora Aracy de Almeida, interprete preferida de Noel Rosa também tinha seus medos.

A Aracy de Almeida era uma mulher maravilhosa, uma grande cantora, musa de Noel Rosa, aquela coisa toda e tal. Mas era uma pessoa totalmente enlouquecida por não querer entrar num avião. Não entrava de jeito nenhum. Quando passava perto de um aeroporto, ela se virava como se estivessem tocando nela. Ela tinha uma paranóia e não entrava em avião de jeito nenhum.

Nunca conheceu nada do Brasil, só Rio e São Paulo, porque ia de trem, nem de ônibus. E aconteceu o seguinte: a Rádio Nacional ia ser homenageada pelo governador e pelo Estado de Belém do Pará. Nós íamos para Belém — Emilinha, Marlene, Dalva, Ademilde Fonseca, Elizeth Cardoso, Isaurinha Garcia, Dolores Duran, cantoras e cantores, 80 ao todo — E estava todo mundo junto na sala pra conversar e decidir o repertório com o diretor artístico. A Aracy de Almeida entrou na sala derrubando tudo, enlouquecida: “Eu não vou nesse show, não vou de jeito nenhum. Vocês sabiam que eu não ando de avião, por que me puseram nesse show?” Ela estava quase querendo bater no diretor.

O Nelson Gonçalves, que era gago, ficou nervoso e pediu que ela não se exaltasse, mas ela disse que ele não iria conseguir conquistá-la. Ele disse: “Aracy, presta atenção: esse medo burro que você tem de viajar de avião, que bobagem é essa? Fica sabendo de uma coisa: Você só vai morrer quando chegar o seu dia, sabia?” Ela parou e disse assim: “Sabia, mas, e se for o dia do piloto?” Aí acabou o assunto ali. O pessoal morreu de rir.






Fonte:Informações/fatosnovosnovasideias.wordpress.com

terça-feira, 19 de maio de 2015

Noel Rosa 'O Poeta da Vila'

Noel de Medeiros Rosa, também conhecido como "Poeta da Vila"

Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Síndrome de Pierre Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.

Nascido na Rua Teodoro da Silva número 130, no bairro carioca de Vila Isabel, foi primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio de São Bento, onde apesar da inteligência notável, não era aplicado nos estudos.

Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Em 1931 entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás desde 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.


Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Festa no Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa, exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica (Noel Rosa X Wilson Batista) travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.

Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava ao samba, à bebida e ao cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: “Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro". Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.


Homenagem:


Em 2010, cem anos depois do seu nascimento, o GRES Unidos de Vila Isabel, escola de samba sediada na Zona Norte do Rio de Janeiro, no bairro de Vila Isabel, levou Noel Rosa como seu enredo do carnaval de 2010. Fez-se um desfile em sua homenagem, com o samba intitulado Noel: A Presença do "Poeta da Vila", de autoria do compositor Martinho da Vila.

O desfile realizado pela Unidos de Vila Isabel se deu na segunda-feira de carnaval, dia 15 de Fevereiro de 2010. A escola foi a quinta escola a desfilar e o resultado oficial rendeu à escola a quarta colocação na ordem oficial de apuração dos pontos pela LIESA.




Fonte:http://pt.wikipedia.org/

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Cultura e Sociedade nos Anos 50

Marilyn Monroe

O padrão de beleza nos anos 1950 é marcado pelo surgimento do padrão de corpo esquálido, diferentemente daquele corpo da década anterior, marcada pelas curvas de "Marilyn Monroe". Agora, o padrão de beleza a ser alcançado é o de "Brigitte Bardot" até 1957, com seus coques e rabos-de-cavalo. Note que a mulher está cada vez mais independente, mas além de bela e bem cuidada, ela ainda acumulava a função de dona-de-casa, esposa e mãe.

Não obstante, com o fim da escassez do pós-guerra, a beleza pode ser considerado um tema importante pela indústria. Assim, era tempo de cuidar da aparência de modo sofisticado. Sem espanto, será durante os anos 50, a alta-costura e a indústria de cosmético irão se desenvolver sem precedentes. Daí, surge a moda colegial, inspirada no visual sportswear.

Contudo, o ponto alto dessa década fora a popularização da televisão. Foi quando as transmissões começaram e as vendas de televisores aumentaram enormemente. No Brasil, inaugura em setembro de 1950 a TV Tupi, o primeiro canal de televisão da América Latina. Já o cinema, seguindo o modelo norte americano, difundiu a moda do garoto rebelde, representada por James Dean; os filmes mais populares fora Cinderela (1950) e Peter Pan (1953).

Ora, todos os temas da época perpassam a ficção científica e as viagens espaciais. Até mesmo os carros americanos serão inspirados na tecnologia espacial (grandes, baixos e compridos, luxuosos e confortáveis), inclusive os diversos aparelhos eletrodomésticos criados, como a máquina de lavar roupas e o aspirador de pó.

No esporte, o Uruguai foi campeão Mundial de futebol pela segunda vez no Brasil em 1950. Em 1954, a Alemanha Ocidental ganha o Troféu Mundial pela 1ª vez, feito igualado pela seleção brasileira de 1958, na Copa Mundial da Suécia.

No que toca os avanços científicos, podemos destacar o primeiro transplante de órgão em 1954, o desenvolvimento da primeira vacina de poliomielite, em 1955, e, no ano de 1957, a nave Sputnik I foi lançada e a Sputinik II põe o primeiro ser vivo em órbita da Terra (a cadela Laika).


Por fim e o mais marcante é que essa é a década que surge nos Estados Unidos o movimento musical que existe até os dias de hoje: o Rock N' Roll. A repercussão mundial esteve nas vozes de cantores como Elvis Presley, que começa a fazer sucesso em 1956 e outros, como Chuck Berry, Chubby Cheker e Bill Haley. No Brasil, além da introdução do movimento Rock, suge um estilo único: a Bossa Nova, cantada nas vozes de Tom Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto.





Fonte:www.todamateria.com.br

terça-feira, 12 de maio de 2015

Roberto Carlos e o relógio quebrado na parede



Até o estúdio Abbey Road teve que se adequar às idiossincrasias de Roberto Carlos. Ontem, o rei esteve no local onde os Beatles e o Pink Floyd gravaram álbuns que marcaram a história da música. Lá será gravado um álbum em espanhol e uma regravação de And I Love Her, composta por John Lennon e Paul McCartney.

Prestes a gravar, Roberto deparou-se com um relógio quebrado dentro do estúdio. Ouviu que o objeto fora danificado pelos integrantes do Pink Floyd em 1973, enquanto brincavam de futebol nos intervalos da gravação do épico Dark Side of the Moon.

Roberto bateu o pé e afirmou que não havia possibilidade de gravar em um local com relógio parado. A reclamação do rei não demorou a ser resolvida – em instantes o relógio foi consertado.





Fonte:Informações Veja

segunda-feira, 11 de maio de 2015

História do Radio - O Começo

James Clerck Maxwell

Tudo começou em 1863 quando, em Cambridge - Inglaterra, James Clerck Maxwell demonstrou teoricamente a provável existência das ondas eletromagnéticas. James era professor de física experimental e apartir desta revelação outros pesquisadores se interessaram pelo assunto. O alemão Henrich Rudolph Hertz (1857-1894) foi um deles.

O princípio da propagação radiofônica veio mesmo em 1887, através de Hertz. Ele fez saltar faíscas através do ar que separavam duas bolas de cobre. Por causa disso os antigos "quilociclos" passaram a ser chamados de "ondas hertzianas" ou "quilohertz".

A industrialização de equipamentos se deu com a criação da primeira companhia de rádio, fundada em Londres - Inglaterra pelo cientista italiano Guglielmo Marconi. Em 1896 Marconi já havia demonstrado o funcionamento de seus aparelhos de emissão e recepção de sinais na própria Inglaterra, quando percebeu a importância comercial da telegrafia.

Até então o rádio era exclusivamente "telegrafia sem fio", algo já bastante útil e inovador para a época, tanto que outros cientistas e professores se dedicaram a melhorar seu funcionamento como tal. Oliver Lodge (Inglaterra) e Ernest Branly (França), por exemplo, inventaram o "coesor", um dispositivo que melhorava a detecção. Não se imaginava, até então, a possibilidade do rádio transmitir mensagens faladas, através do espaço.

E as inovações continuavam a surgir... o rádio evoluia rapidamente !

Oliver Lodge

Em 1897 Oliver Lodge inventou o circuito elétrico sintonizado, que possibilitava a mudança de sintonia selecionando a freqüência desejada.

Lee Forest, desenvolveu a válvula triodo. Von Lieben, da Alemanha e o americano Armstrong empregaram o triodo para amplificar e produzir ondas eletromagnéticas de forma contínua.

Também no Brasil o rádio crescia: um Padre-cientista gaúcho, chamado Roberto Landell de Moura, nascido em 21 de janeiro de 1861, construiu diversos aparelhos importantes para a história do rádio e que foram expostos ao público de São Paulo em 1893.

* Teleauxiofono (telefonia com fio) ;

* Caleofono (telefonia com fio); ;

* Anematófono (telefonia sem fio);

* Teletiton (telegrafia fonética, sem fio, com o qual duas pessoas podem comunicar-se sem serem ouvidas por outras);

* Edífono (destinado a ducificar e depurar as vibrações parasitas da voz fonografada, reproduzindo-a ao natural).
Padre-cientista Roberto Landell de Moura

Já em 1890 o padre-cientista Landell de Moura previa em suas teses a "telegrafia sem fio", a "radiotelefonia", a "radiodifusão", os "satélites de comunicações" e os "raios laser". Dez anos mais tarde, em 1900, o Padre Landell de Moura obteve do governo brasileiro a carta patente nº 3279, que lhe reconhece os méritos de pioneirismo científico, universal, na área das telecomunicações. No ano seguinte ele embarcou para os Estados Unidos e em 1904, o "The Patent Office at Washington" lhe concedeu três cartas patentes: para o telégrafo sem fio, para o telefone sem fio e para o transmissor de ondas sonoras.

Padre Landell de Moura foi precursor nas transmissões de vozes e ruídos.

Nos Estados Unidos foram anos de pesquisas, tentativas e aprimoramentos até Lee Forest instalar a primeira "estação-estúdio" de radiodifusão, em Nova Iorque, no ano de 1916. Aconteceu então o primeiro programa de rádio, que se tem notícia. Ele tinha conferências, música de câmara e gravações. Surgiu também o primeiro registro de radiojornalismo, com a transmissão das apurações eleitorais para a presidência dos Estados Unidos.






Fonte:radiodifusaoenegocios.com.br

domingo, 10 de maio de 2015

História do Dia das Mães

No Brasil, o Dia das mães é comemorado sempre no segundo domingo de maio (de acordo com decreto assinado em 1932 pelo presidente Getúlio Vargas). É uma data especial, pois as mães recebem presentes e lembranças de seus filhos. Já se tornou uma tradição esta data comemorativa. Vamos entender um pouco mais sobre a história do Dia das Mães.


História do Dia das Mães


Encontramos na Grécia Antiga os primeiros indícios de comemoração desta data. Os gregos prestavam homenagens a deusa Reia, mãe comum de todos os seres. Neste dia, os  gregos faziam ofertas, oferecendo presentes, além de prestarem  homenagens à deusa.

Os romanos, que também eram politeístas e seguiam uma religião muita parecida com a grega, faziam este tipo de celebração. Em Roma, durava cerca de 3 dias ( entre 15 a 18 de março). Também eram realizadas festas em homenagem a Cibele,  mãe dos deuses.

Porém, a comemoração tomou um caráter cristão somente nos primórdios do cristianismo. Era uma celebração realizada  em homenagem a Virgem Maria, a mãe de Jesus.

Mas uma comemoração mais semelhante a

dos dias atuais podemos encontrar na Inglaterra do século XVII. Era o “Domingo das Mães”.  Durante as missas, os filhos entregavam presentes para suas mães. Aqueles filhos que trabalhavam longe de casa, ganhavam o dia para poderem visitar suas mães. Portanto, era um dia destinado a visitar as mães e dar presentes, muito parecido com que fazemos atualmente.

Nos Estados Unidos, a ideia de criar uma data em homenagem às mães foi proposta, em 1904, por Anna Jarvis. A ideia de Anna era criar uma data em homenagem a sua mãe que havia sido um exemplo de mulher, pois havia prestado serviços comunitários durante a Guerra Civil Americana. Seus pedidos e sua campanha deram certo e a data foi oficializada, em 1914, pelo Congresso Norte-Americano. A lei, que declarou o Dia das Mães como festa nacional,  foi aprovada pelo presidente Woodrow Wilson. Após esta iniciativa, muitos outros países seguiram o exemplo e incluíram a data no calendário.

Após estes eventos, a data espalhou-se pelo mundo todo, porém ganhando um caráter comercial. A essência da data estava sendo esquecida e foco passou a ser a compra de presentes, ditado pelas lojas como objetivos meramente comerciais. Este fato desagradou Anna Jarvis, que estava muito desapontada em ver que o caráter de solidariedade e amor da data estavam se perdendo. Ela tentou modificar tudo isso. Em 1923, liderou uma campanha contra a comercialização desta data. Embora com muita repercussão, a campanha pouco conseguiu mudar.






Fonte:www.suapesquisa.com

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Um pouco dos anos 60



CONTEXTO HISTÓRICO
O auge da prosperidade financeira e o consumismo dos anos 50 mais o

surgimento do conceito de adolescência da época, refletiu em uma explosão de juventude em todas as formas nos anos 60, principalmente em questões ideológicas. A geração beat, forte nos EUA, surgiu como algo que estava em busca de liberdade e que se opunha a sociedade de consumo vigente. Na Inglaterra, havia os Mods, jovens geralmente filhos de famílias conservadoras, que também buscavam as quebras de paradigmas. Ambas gerações engajadas ideologicamente.


A magia dos anos 50 que antes estava atrelada aos bares com jukebox agora estava nas ruas, o que influenciaria drasticamente no comportamento dos jovens, gerando a contracultura, por meio de movimentos que buscavam um novo estilo de vida imposto pela sociedade, como os movimentos: hippie, com o Flower Power; os negros com o Black Power; os gays com o Gay Power e as mulheres que lutavam pela liberdade com o Women's Lib. Todos esses grupos relacionados a estudantes que contestavam o sistema social e de ensino e questões morais, éticas e sexuais.


Esses grupos caracterizaram o final da década e já davam indícios do que seria os anos 70. Era uma juventude que sentia a necessidade de se rebelar, buscando principalmente liberdade de expressão e sexual.

Essa também foi uma época hedonista. Depois da bomba atômica as pessoas colocaram em suas cabeças que não havia mais grandes sonhos, pois tudo poderia ser destruído em um minuto. Então surgiu o conceito de "Viver o Hoje" o famoso "Carpe Diem" pois não era possível saber o que iria acontecer no dia seguinte.


A nova liberdade, principalmente a feminina, vinha também com o surgimento dos anticoncepcionais e a substituição das saias rodadas pelas minissaias. Os anos 60 também foi uma época de desenvolvimento tecnológico com projeção futurista, principalmente com a ida do homem para a lua e o lançamento do primeiro computador eletrônico.

MODA E PADRÃO DE BELEZA
Esses movimentos jovens tiveram muita influência nos assuntos relacionados a moda, que deixou de ser única e para poucos, para se tornar algo das ruas e unissex. Não eram mais os grandes estilistas que ditavam a moda, mas as ruas que inspiravam os estilistas. Era uma época em que a moda mostrava que a maneira de se vestir estava liga à atitudes.


E nessas ruas o que se via eram: minissaias, vestidos tubinhos curtos e com silhueta reta; roupas jeans, tanto para homens, quanto para mulheres e camisas sem gola, além de estampas geométricas e cores alegres, chamativas e ousadas, transparecendo uma atitude de rebeldia e liberdade. A visão futurista da época era refletida em linhas retas, botas brancas de cano longo, roupas espaciais, metálicas e fluorescentes. As curvas dos anos 50 ficaram de lado e entre as jovens a tendência era ser bem magra.



A MULHER DOS ANOS 60
As mulheres do anos 60 estavam em busca de igualdade de direitos, de salários e de decisão. Foi uma época em que pela primeira vez as mulheres passaram a se questionar e a querer participar de coisas que estivessem fora do universo do lar. Quebraram o tabu do virgindade, podiam escolher quando ter filhos com o uso de anticoncepcionais, puderam ingressar na faculdade e buscavam a inclusão no mercado de trabalho. O feminismo se fortaleceu nessa época e a busca por essa liberdade e conquistas tem como ato simbólico a queima de sutiã em 1968 em que 400 ativistas estavam lutando contra a exploração comercial da beleza da mulher na mídia.


O HOMEM DOS ANOS 60
Assim como para as mulheres, a moda masculina também teve grandes influencias. Os Beatles era a banda que entrou no auge e o perfil dos garotos inspirava os meninos que queriam conquistar as meninas que tinham os beatles como referência masculina.

O estilo mod ganhava força também com os homens e a questão da liberdade também ficou visível nas roupas masculinas que passaram a ser mais colorida.


MULHERES DE DESTAQUE
O ícone dos anos 60 é a modelo e atriz Twiggy, bem magra e com cabelos curtos seus olhos eram bem destacados com cílios inferiores e bastante delineador. Porém outras garotas também fizeram sucesso na década, como a Jane Fonda eternizada como Barbarella e a francesa Brigitte Bardot com todo a sua sensualidade.


Já em Londres tiveram as famosas "Chelsea Girls". Garotas excêntricas que circulavam pelo bairro Chelsea com toda a atitude jovem muito influenciada pela música. Como representantes desse estilo, estão as modelos e atrizes Jean Shrimpton, Catherine Deneuve e Françoise Dorléc, que além da aparência adolescente usavam minissaia, cabelos longos com franja e olhos bem maquiados.


CABELO E MAQUIAGEM
Nos anos 60 o tamanho do cabelo não importava muito, tanto que há referências de cabelos curtos e longos. Entretanto os cabelos curtos eram mais geométricos e o longos tinham mais volume. O que importava mesmo o quanto esse cabelo era estilizado.



Já a maquiagem valorizava bastante os olhos, sempre bem marcados com lápis e sombras coloridas e metalizadas e longos cílios postiços ou com bastante rímel. A boca já recebia tons mais claros, quase nude para equilibrar a produção.


LINGERIE
Como na moda, a lingerie também tem suas mudanças conforme as décadas. Com o surgimento da minissaia, o uso de calcinha e da meia-calça cresceram pois davam maior conforto e segurança para a mulher, principalmente quando iam dançar.



Mesmo como a busca pela liberdade feminina e revolução sexual representada pelo ato simbólico da queima do sutiã em praça pública o desenvolvimento da tecnologia seguiu em frente na criação de roupas íntimas nos anos 60 e começou a desenvolver formatos de modelos mais modernos, permitindo que as mulheres pudessem escolher o estilo de sutiã que desejassem.


ROUPAS DE BANHO
Assim como as demais revoluções dos anos 60, as roupas de banho também representavam um ato de contestação política social. Os biquínis passaram a ser mais ousados e causavam polêmica por deixar o umbigo de fora.



ACESSÓRIOS
Em relação aos acessórios, a década foi marcada por uso de grandes óculos, tiaras de plástico ou tecido e bastante bijuteria, principalmente brincos e anéis maximizados.


MÚSICA E WOODSTOCK
A rebeldia jovem que explodiu nos anos 50 ficou ainda mais forte nos anos 60 e a música era uma forma de expressão para protestar contra os problemas da época como a construção do Muro de Berlim, a Guerra no Vietnã e a Guerra dos Seis Dias. Nomes como Bob Dylan, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Rolling Stones e Beatles eram as figuras da cena musical da época e tinham letras com tom poético e revolucionário, fortalecendo a ideia de contracultura e o que viria ser o movimento de "Paz e Amor" que encabeçaria o festival Woodstock em 19698, símbolo dos jovens que buscavam liberdade de expressão na época que iria se popularizar nos anos 70.




CINEMA
Com o surgimento da televisão, o cinema hollywoodiano passou a entrar em declínio e filmes que também tinham um teor mais jovem abordando temas como sexo, violência, drogas e teor político passaram a ganhar mais destaque.

Outros países começaram a ganhar mais destaques no cinema também como: a nouvelle vague na França com o filme "Acossado" de Jean-Luc Godard. O neo-realismo na Itália e Glauber Rocha no Brasil, todas com produções mais independentes e orçamentos mais reduzidos que contestavam as produções de Hollywood.

Entre os filmes de sucesso há: Bonequinha de Luxo (1961) com Audrey Hupburn, Barbarella (1968) que eternizou Jane Fonda como um símbolo sexual da época e O Bebê de Rosemay (1968) com Mia Farrow. Todas representando muito bem a década.


ARTE
A escola artística da época foi a Pop-Art com Andy Warhol, Lichetenstein e Robert Indiana que usaram irreverência e ironia em seus trabalhos que focavam em imagens repetidas para reforçar a ideia da sociedade de consumo como uma forma de crítica ao estilo de vida comum das pessoas manipuladas pela mídia.


CARROS
Entre os carros que marcaram a época, o famoso Fusca e a Kombi entraram para a história. Diferentes dos carros espaçosos dos anos 50, o fusca tinham um espaço mais reduzido tendo apenas o essencial para quem precisava dirigir. Já a Kombi era um carro utilitário ideal para transportar cargas e pessoas.




NO BRASIL
O Brasil também foi marcado por grandes acontecimentos, além de ter sido a década da ditadura no país, que é um grande marco da nossa história com o Ato Inconstitucional 5.


A música foi marcada com a Bossa Nova de João Gilberto e Tom Jobim e o estilo da Jovem Guarda que fazia sucesso na televisão e ditava a moda, principalmente como estilo da Wanderléa que usava muita minissaia e o Roberto Carlos com seu cabelo semelhante aos Beatles que inspirava os homens.


A Tropicália foi um dos movimentos mais fortes da contracultura por aqui, retratada principalmente pelo grupo Os Mutantes que eram exatamente o contrário da jovem guarda e partiam para rumos mais psicodélicos.


ANOS 60 HOJE
Vocês já devem ter percebido que há muito dos anos 60 nos dias de hoje. Agora vai uma seleção de imagens de como isso tem sido aplicado na nossa atualidade.

Mad Men esteve na referência dos anos 50, mas também pode servir de inspiração para os anos 60 já que a série se passa em um transição entre as duas décadas, que a cada temporada vai sutilmente se adaptando as mudanças do passar dos anos.









Fonte:matéria publicada em http://menteflutuante-up.blogspot.com.br/