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WEB RÁDIO ÉPOCAS: março 2018

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terça-feira, 27 de março de 2018

Cresce casos de HIV em pessoas com mais de 60 anos


Crescimento no número de casos de HIV em idosos no Brasil é um alerta
Dados do Ministério da Saúde de 2016 mostram crescimento de 15% nas infecções em pessoas acima de 60 anos

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, o número de idosos com o vírus HIV no Brasil cresceu 103%. Um dos principais problemas associados ao aumento dos casos diz respeito à vida sexual de pessoas acima de 60 anos, que ainda é vista como tabu, especialmente em relação ao uso de preservativos, segundo especialistas.

Dados recentes do Boletim Epidemiológico de 2017 do ministério apontam que, em 2016, quando foram registrados 1.294 casos, houve o crescimento de 15% no índice de pessoas acima de 60 anos com o vírus. Em 2015, por sua vez, aumentou 51,16%, com 1.125 pessoas infectadas, em relação aos números de 2014, quando 856 pessoas foram diagnosticadas com o vírus.

O aumento constante segue uma tendência mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, se o ritmo de infecções nessa faixa etária prosseguir como está, em 2030, 70% da população mundial com mais de 60 anos terá o vírus causador da Aids.

Segundo a infectologista Anita Campos, atualmente, a epidemia é concentrada em jovens, principalmente em homens de 14 a 29 anos. No entanto, a atenção voltada aos idosos infectados deve ser redobrada. "O pensamento comum entre pessoas dessa geração ainda é antigo. Quando viveram a juventude, não havia a cultura do uso de preservativos", comenta a especialista.

Ainda conforme a médica, o uso da camisinha deveria ser uma pauta constante também para esse grupo de pessoas. A dificuldade de se debater a vida sexual de quem está acima dos 60 anos deve ser superada, defende Anita. Atualmente, as campanhas dos governos ainda se concentram em outros perfis apontados como mais vulneráveis, como homossexuais, profissionais do sexo, pessoas transgêneras, usuários de droga injetável e presidiários.

A medida se torna ainda mais urgente quando se observa que o o vírus é especialmente agressivo nos idosos. De acordo com a infectologista, o HIV acelera o envelhecimento e causa lesão direta em alguns órgãos, como rins e fígado. Anita Campos esclarece que a doença não se torna mais grave, mas o cuidado do médico deve ser mais elaborado e complexo, porque o idoso é mais suscetível a doenças crônicas que aparecem com o uso do coquetel antirretroviral.

Combate ao HIV

O ativista Christiano Ramos, presidente da ONG Amigos da Vida, chama atenção, principalmente, para a falta de ações de combate ao HIV direcionadas aos idosos. Para ele, o governo precisa entender a necessidade dessa implementação, porque, muitas vezes, o vírus atua silenciosamente no corpo do paciente e os sintomas são confundidos com os das doenças da velhice, como diabetes, hipertensão e problemas renais.



Fonte:www.revistaencontro.com.br

terça-feira, 6 de março de 2018

Orlando Silva, o cantor das multidões


Considerado um dos cantores brasileiros mais importantes do século 20, Orlando Silva nasceu a 3 de outubro de 1915, no bairro carioca de Engenho de Dentro. Era chamado de O Cantor das Multidões, apelido dado pelo compositor Bororó, por conta de seu enorme sucesso. Sua gravação de Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, de 1937, ainda é tida como definitiva.


A vocação para a música veio do pai, o violonista José Celestino da Silva, que participava com Pixinguinha de saraus, serenatas, peixadas e feijoadas. Mas esse clima alegre da infância se perdeu em seguida, quando Celestino faleceu, ainda jovem, vitimado pela gripe espanhola.

O gosto pelo violão, porém, permaneceu. Orlando teve uma infância e juventude cheias de música, e já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, que o incentivou mais tarde a tentar a carreira profissional de cantor. Mas antes Orlando teve vários empregos, como office boy, sapateiro, vendedor de tecidos e cobrador de ônibus.

Quando desempenhava a função de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um dos pés parcialmente amputado. Teve dificuldade para se sustentar por causa disso, mas logo foi contratado para cantar na Rádio Cajuti e o sucesso foi imediato.


Uma de suas primeiras gravações, em 1935, foi Última Estrofe, de Cândido das Neves, que teve boa repercussão. Começava uma fase áurea, nos anos 30, em que desfilou sucessos como A Jardineira, a valsa Rosa (de Pixinguinha), Caprichos do Destino e Lábios que Beijei.


A fase boa continuou nos anos 40, com Curare, de Bororó, Aos Pés da Santa Cruz e Atire a Primeira Pedra. Em todas as apresentações, era saudado como O Cantor das Multidões, que o locutor de rádio Oduvaldo Cozzi tornou popular. Foi um dos primeiros ídolos de massa, sucedendo a Francisco Alves, que morreu precocemente num acidente automobilístico.

Orlando foi também um dos primeiros nomes consagrados a sucumbir ao uso de drogas, o que afetou o seu timbre perfeito e seus agudos suaves. No começo dos anos 50, entrou em fase de ostracismo e os críticos diziam que havia “perdido a voz”. Ainda assim, emplacou alguns êxitos populares, como Quero Beijar-te Ainda, Malandrinha e Eu Chorarei Amanhã.
Nos anos 60 e 70, continuava a lançar discos, mas com regravações de seus sucessos antigos. Mesmo com os altos e baixos da carreira, artistas como Caetano Veloso e Arrigo Barnabé o consideram o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Morreu em 7 de agosto de 1978, aos 62 anos, em virtude de um AVC isquêmico.


Fonte:www.aprovincia.com.br