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sábado, 24 de novembro de 2018

A Importância do Violão de 7 Cordas na Música Brasileira

RAPHAEL RABELO E  DINO 7 CORDAS

Dentre os instrumentos musicais “abrasileirados”, o violão de 7 cordas  é mais do que um simples instrumento. Ele representa uma linguagem e um estilo musical. Sua marcação na região grave – a linha de baixos – ora pontuando as notas da harmonia, a chamada “baixaria”, ora fazendo frases contrapontísticas com a melodia, contribuiu de forma determinante na música popular brasileira de forma geral.

Pode-se dizer que a história do violão de 7 cordas se confunde com a história dos instrumentistas.

Como já foi dito, não existe um consenso quanto ao surgimento deste instrumento em nossa música brasileira, mas é fato que ele, a partir do início do século XX, tornou-se imprescindível para o Choro e o Samba, além das Valsas, Canções, Modinhas e serestas.

E nas últimas décadas, já nos deparamos com o “7 cordas” em formações camerísticas, e até grupos de jazz!

Quando o violão de 7 cordas começou na música brasileira, a sétima corda adicionada era uma de violoncelo, e necessitava do uso de uma dedeira no polegar. Assim, dava-se um destaque aos bordões.

A afinação usada para a sétima cordas era em Si e Dó. Só bem depois, começou-se a usar outras afinações.

A escola tradicional do violão de 7 Cordas no Brasil foi definitivamente fundamentada por Dino 7 cordas – Horondino Silva – na década de 50. Pode-se dizer que o Dino foi um “divisor de águas” na música popular brasileira, especialmente no estilo de tocar o 7 cordas.

Suas frases com os baixos- as baixarias – e sua “pegada” são imitadas por praticamente todos os violonistas atuais.  A grande maioria dos violonistas utilizam a sétima corda afinada em Dó, devido à escola do Dino. E usam essa afinação também, devido ao fato de que existem muitos choros e sambas na tonalidade de Dó e Fá.

E os tipos de cordas do violão de 7 cordas usados pelos violonistas de Samba e Choro nas últimas décadas seguem o padrão criado por Dino 7 cordas: A 1ª e 2ª cordas agudas são de nylon e as demais de aço.

Assim uma linha de baixos com essa nota (Dó) em corda solta, facilita bastante a montagem de acordes e o desenvolvimento de frases na baixaria. O motivo da afinação da 7ª corda em Dó é uma questão de sonoridade do instrumento, além de facilitar a execução – técnica – musical.

Raphael Rabello, foi outro gênio musical no violão, que estudou e aprendeu muito com o Dino, e podemos dizer que também inaugurou uma nova fase da história do violão de 7 cordas a partir do final dos anos 70.

Raphael fazia harmonia e solos com o 7 cordas de forma pioneira e virtuosística. Dentre os músicos violonistas de hoje, é muito difícil quem ouça uma gravação sua, e logo não identifique seu estilo, técnica e sonoridade próprias de um gênio musical!




Fonte:www.violaosambachoro.com.br

sábado, 1 de setembro de 2018

Casal se reencontra após 60 anos e fala em casamento

Após se reencontrarem em asilo, Ron e Ruth vão se casar Foto: Reprodução/ Youtube

Os dois voltaram a se ver em um asilo para idosos

Na Inglaterra, dois idosos que namoraram durante a juventude se reencontraram em um asilo. Eles se conheceram nos anos 50 e passaram cerca de 60 anos separados. Trabalharam juntos, mas acabaram perdendo contato.

Agora, Ron Owen, de 84 anos, e Ruth Holt, de 79, vão finalmente se casar. O homem foi levado para o asilo, em 2014, sem saber que era o mesmo lugar onde sua antiga paixão estava.

– Foi difícil nos últimos anos, até reencontrar Ron. Nunca me esqueci dele. Quando saía para fazer compras, olhava ao redor tentando encontrá-lo, mas não consegui – declarou Ruth.

Ainda jovem, ela se casou e acabou indo morar na Arábia Saudita. Teve dois filhos, mas afirma que nunca esqueceu seu verdadeiro amor.

– Ele me parece o mesmo de sempre, a não ser pelos cabelos brancos – disse à BBC.

O pedido de casamento foi feito em julho. Enquanto não oficializam a união, eles já celebram pela chance de passarem o resto de suas vidas juntos.

– Nunca fui tão feliz em minha vida – afirmou Ron.





Fonte:pleno.news

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Na Ciência, idades mais avançadas não são inimigas da criatividade


Na nova edição de Ciência e Cientistas, o físico Paulo Nussenzveig, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física (IF) da USP, questiona um dos mitos que permeiam os bastidores da academia e das atuais grandes empresas de tecnologia: seria a criatividade uma característica exclusiva dos jovens?

Ao relembrar a declaração do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que, no auge de seus 22 anos, em 2007, disse que pessoas jovens são simplesmente “mais espertas”, Nussenzveig destaca que estudos sobre correlações entre resultados de destaque em pesquisa e inovação e
a idade dos pesquisadores “não dão razão a Mark Zuckerberg”. Citando artigo do The New York Times, o professor apresenta dados compilados de patentes depositadas nos EUA, entre 2011 e 2014, que indicam que 53% dos indivíduos inovadores têm idades entre 47 e 60 anos.

Para o físico, embora seja fundamental que as pessoas aproveitem bem as idéias ousadas da juventude, “devemos valorizar aqueles que mantêm atividades criativas em idades mais avançadas”.


Fonte:jornal.usp.br

domingo, 20 de maio de 2018

O que AM e FM significam no rádio ?


Da roda ao carro e do primeiro motor a processadores de computador, há algumas inovações tecnológicas que mudaram para sempre o curso da história humana. Um dos saltos maiores e mais importantes na tecnologia veio quando o primeiro sinal de rádio sem fio foi transmitido. Os meios de comunicação eletrônicos evoluíram desde daquela primeira transmissão, revolucionando a comunicação para os militares, empresas e residências em todo o mundo. A fim de compreender o que se entende por "AM" e "FM", você deve saber as origens da rádio e como o som começa a partir da estação de rádio.

História
Na década de 1880, o físico alemão Heinrich Hertz foi o primeiro a enviar e receber um sinal de rádio sem fio, mas apenas na distância de seu laboratório. Foi o cientista italiano Guglielmo Marconi que é creditado com o que estabelece as bases para o rádio que conhecemos hoje. Em 1894, Marconi começou a experimentar com o que ficaram conhecidos como "ondas hertzianas" e foi capaz de transmitir ondas de rádio sem fio primeiro ao longo de vários quilômetros e depois ao longo de todo o Oceano Atlântico. Estas transmissões iniciais foram apenas os blips de código Morse, até que na véspera de Natal de 1906 um físico canadense chamado Reginald Fessenden transmitiu os sons da música e voz para operadores de rádio em navios da Marinha. A primeira música tocada foi uma versão violino de "Silent Night".

Nos anos seguintes, as transmissões da New York Metropolitan Opera foram transmitidas e um engenheiro da Westinghouse chamado Frank Conrad começou a tocar registros sobre o ar. Em 1920, a primeira estação de rádio, KDKA Westinghouse começou as transmissões regulares e o rádio como um meio público estava o seu caminho. As primeiras estações foram AM; FM foi desenvolvido na década de 1940, mas não entrou em uso comum até os anos 1970.

Modulação
Para entender o que se entende por AM e FM, você deve primeiro entender o conceito de "modulação". Modulação refere-se a como as ondas de rádio são padronizadas, a fim de transmitir um sinal significativo. Um exemplo simplificado seria se fosse para modular um feixe de luz, transformando o em on e off. Se você e seu amigo concordaram que flashes curtos significa "tudo está bem" e flashes longos dizer "Por favor, ajude", você pode enviar o seu amigo essas mensagens a partir de um ponto distante. Da mesma forma, as ondas de rádio podem ser modeladas de modo a transportar o som ao longo de distâncias enviados a partir de um transmissor para um receptor (isto é, a partir de uma torre de rádio para um rádio). AM e FM diferem na forma como o sinal é modulado.

Rádio AM
AM significa "modulação de amplitude", o que significa que a amplitude, ou a força total do sinal, é variada em um padrão que cria o sinal e, portanto, os sons que ouve.

A banda de rádio AM é um grupo de frequências em que os sinais de rádio podem ser enviadas e recebidas. Os números vistos no visor do rádio AM são as frequências que variam de 535 a 1.705 kHz (quilohertz) e canais podem ser colocados a cada 10 kHz ao longo da faixa, podem haver 117 canais na banda AM. As estações que estão geograficamente próximas uma da outra não podem transmitir na mesma frequência, senão interferem uma com a outra. Já que AM transmite o som através da alteração da amplitude do sinal, outras fontes de alta amplitude, como quedas de raios e linhas de energia elétrica causam ruído que é misturado com a transmissão.

Rádio FM
Estações de FM podem produzir som de alta fidelidade, que é por que a música soa melhor em FM, ou "modulação de frequência". Tal como as ondas de rádio AM, ondas de FM são moduladas para criar um padrão que transporta a informação de som. Ao contrário de AM, porém, que modula a amplitude, FM modula a frequência. Com FM, a amplitude mantém-se constante, enquanto que a frequência ou espaços entre as ondas de rádio são variados.

A banda de rádio FM varia de 88,1 a 108 MHz (megahertz), estes são os números que você vê no seu monitor FM. Podem existir 200 canais da faixa de FM e todas as estações FM transmitem em frequências ímpares. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) reserva os primeiros 20 canais FM para uso não comercial e educacional. Há 16000 AM e FM nos EUA, cuidadosamente espaçadas de modo a não interferir com a outra.

Como uma onda de rádio é emitida
Então, como é que estas amplitude e frequência de ondas de rádio moduladas começam a partir de uma estação de rádio para o seu rádio? De acordo com PBS.org, um sinal de rádio é uma corrente elétrica e, como qualquer corrente, se compõe de elétrons. Quando uma corrente elétrica se desloca através de um fio de metal, os átomos que formam o fio contêm elétrons. Já que mesmo a menor quantidade de energia pode levar esses elétrons para fora de seus átomos, uma grande quantidade de energia pode empurrar todos os elétrons longe dos átomos, levando-os a frente e para trás. Se uma onda de rádio possuir frequência de 100.000 Hz, isso significa que os elétrons estão se movendo para trás e para a frente de 100.000 vezes por segundo. Esse movimento de elétrons faz com que haja um campo eletromagnético em torno do fio. Os elétrons se movem da mesma maneira em uma antena de transmissão de rádio como fazem no fio, para que haja um campo eletromagnético criado em torno da antena. Ao contrário do fio, o qual contém o campo electromagnético, a antena irradiá-lo de modo que viaje em todas as direções com a velocidade da luz. Ele viaja até que é captado por antenas de recepção, como no seu rádio. A antena de recepção obtém o sinal de rádio e o processa em som.




Fonte:www.ehow.com.br

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Aracy de Almeida, o samba em pessoa

Google Image

Quem foi criança ou jovem nos anos 80 se lembra e Aracy de Almeida como a jurada mal-humorada do Show de Calouros do Programa Silvio Santos. Aquela que buzinava todo mundo. Pena, pois Aracy foi uma das cantoras mais importantes da era de ouro do rádio brasileiro.

Nascida em 19 de agosto de 1914 no subúrbio carioca do Encantado, era filha de um maquinista de trem e de uma dona de casa. Cantava hinos religiosos na Igreja Batista e, escondida dos pais, músicas de entidades em terreiros de candomblé e sambas no bloco carnavalesco Somos de Pouco Falar.


Graças ao amigo Custódio Mesquita, começou a cantar na Rádio Educadora, em 1933. Foi na emissora que conheceu Noel Rosa, que definiu sua carreira e de quem foi a maior intérprete, em clássicos como Último Desejo, Feitiço da Vila, Três Apitos e Feitio de Oração.


Logo fez grande sucesso e ganhou vários apelidos, como O Samba em Pessoa, dado pelo locutor César Ladeira, A Dama do Encantado e A Dama da Central. Em 1936, foi para a Rádio Tupi e gravou Tenha Pena de Mim, de Ciro de Sousa e Babau, mostrando que não fazia sucesso apenas com músicas de seu melhor amigo.

No ano seguinte, encarou a perda de Noel, que morreu aos 26 anos. Mas continuou gravando músicas dele. Chegou às paradas em 1938 com Camisa Amarela, de Ary Barroso. Em todos esses anos, continuou gravando sambas de meio de ano e marchinhas de carnaval, como eram divididas as músicas naquele tempo.
O Passarinho do Relógio, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira, lançada em 1940, foi um estouro na folia. Aracy fazia grande sucesso no rádio, e só não era considerada a número um porque havia Carmen Miranda. Diziam que as duas se estranhavam nos corredores da Rádio Mayrink Veiga, onde atuavam.
Com a ida da rival para os Estados Unidos ganhou de Assis Valente o samba Fez Bobagem. Entre 1948 e 1952, foi estrela, ao lado de Linda Batista, de shows da Boate Vogue, em Copacabana. Foi a responsável pela descoberta de várias canções de Noel. Mudou-se depois para São Paulo, chegou a apresentar shows como O Samba Pede Passagem. Porém, com a Bossa Nova e a Jovem Guarda, os antigos cantores perderam espaço. A televisão foi seu refúgio. Morreu em 20 de junho de 1988, vítima de edema pulmonar.


Fonte:www.provincia.com.br

domingo, 6 de maio de 2018

Dino 7 Cordas - Centenário de Horondino José da Silva o grande patriarca


Ele tinha um aperto de mão firme, um sorriso largo, quase prognata. Corpo rijo, sem ser musculoso, feição quadrada, o conjunto da obra lhe valia o apelido de Boi, que aliás detestava. Um taurino típico. Mas não podia reclamar, afinal: foi ele quem deu ao sanfoneiro Luiz Gonzaga a alcunha de Lua, por causa da cara redonda deste. Adorava uma boa conversa e era o rei do idioma de duplo sentido: no fundo, fulano é um cara estourado, chega a ser gozado!

Teve infância humilde, foi criado no Bairro do Santo Cristo, zona portuária carioca. Seu pai era operário do estaleiro Lloyd. Não sei agora quantos irmãos tinha, mas ele me contava que eram muitos. Chegou a trabalhar, ainda adolescente, numa fábrica de sapatos, até que virou músico, começou a ganhar muito bem de uma hora para outra, cinco ou seis vezes o salário da fábrica. Não pestanejou. Chegou em casa com sua carteira assinada pelo flautista Benedito Lacerda, reuniu os pais e disse que daquele dia em diante eles não precisariam mais trabalhar. Foi arrimo de família durante um bom tempo.

Antes de viver de música já tocava bem violão e chegou a acompanhar no picadeiro do circo, por alguns trocados, cantores também iniciantes, como Moreira da Silva, ou mais conhecidos, como Augusto Calheiros. Era umbandista. Uma vez o vi recomendar a um conhecido que acendesse uma vela na intenção de Nossa Senhora do Bom Parto, o rapaz havia se queixado de um problema na gravidez da esposa. Pouca gente sabia, já que ele era um famoso violonista acompanhador - o maior que já houve entre nós, em seu estilo -, mas ele solava dezenas e dezenas de choros e peças compostas para o violão, como as de Agustín Barrios, João Pernambuco, Garoto, e Aimoré.

Desde meados dos anos 30, quando se tornou profissional, era um virtuose das baixarias, as frases graves de contracanto tocadas nos bordões. E era fã do veterano Tute, um dos raros músicos que tocavam à época o violão de sete cordas. Pois nosso herói contava que, de tanto respeito que tinha à figura de Tute, só se aventurou a aprender a tocar o sete-cordas com quase 20 anos de carreira, no início dos anos 50, depois que seu ídolo falecera. Foi assim que ele acabou inventando uma maneira própria, rica, inspirada, de tocar aquele violão diferente com uma corda a mais.

Fez tanto, mas tanto, que se tornou o primeiro músico a ganhar o sobrenome desse mesmo instrumento: Dino Sete Cordas. O grande patriarca, pai de todos que vieram depois dele, assim como eu, e abraçaram os sete arames de aço. O invulgar codificador, o epicentro de uma nova arte das baixarias. O criador de uma sonoridade única, gestada a partir de seu violão Do Souto de caixa feita em imbuia, cordas alemãs Pyramid Gold e dedeiras de aço. Pois a história do violão de sete cordas em nosso país se divide claramente entre antes e depois de Dino.

Muito da linguagem antiga dos violões de baixaria foi catalisada e a partir daí expandida por Dino. Com ele, o instrumento antes bissexto ganhou visibilidade inédita no panorama musical brasileiro. Foi um dos primeiros músicos de regional de choro, com formação tradicionalmente empírica, a aprender a ler e escrever música. Foi em seu tempo, e talvez ainda hoje, o músico acompanhador brasileiro que mais obteve reconhecimento do público, da imprensa e da academia, tanto pela sua colossal capacidade de criação, quanto por seu talento exuberante.

Dino deixou sua poderosa assinatura em milhares e milhares de fonogramas, espalhados por discos de 78 rpm, LPs, compactos, CDs, trilhas de cinema e TV, para além de seu trabalho em shows e emissoras de rádio. Um operário pródigo e incansável que, por viver num país que despreza sistematicamente seus tesouros, terminou por morrer em condições modestas, amparado por seu filho único Dininho Silva, outro grande músico. Dininho soube seguir o exemplo de seu próprio pai, que cuidara de seus mais velhos num momento de necessidade.

Pois neste 5 de maio Horondino José da Silva completaria 100 anos de idade. Que este centenário seja comemorado com toda a pompa e circunstância que o homenageado merece. Sabemos que as homenagens oficiais serão modestas, em tempos de inédita e sufocante retração do setor das artes e, de resto, de toda economia criativa. Cabe a nós, portanto, seus discípulos, fãs, amigos, seguidores e curtidores, balançarmos o bambuzal para que o centenário de Dino se transforme numa ponte firme, capaz de transmitir às gerações futuras o seu imenso e fundamental legado musical, o seu sorriso aberto, o seu senso de humor, a vela de Nossa Senhora do Bom Parto acesa para todos. Vamos prestigiar as iniciativas que já se fazem presentes, como a da Casa do Choro, no Rio de Janeiro, e inventar mais o que for possível para celebrar a memória desse gigante brasileiro.

O centenário está só começando. É como dizia o antigo samba, aquele aperto de mão não foi adeus. Dino está aí. Viva Dino Sete Cordas!

(Texto de Luís Felipe de Lima)
(Foto de Leo Aversa)

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Estudo mostra que música pode potencializar tratamento contra hipertensão


Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostra que a música pode intensificar os efeitos de medicamentos contra a hipertensão arterial. O estudo, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Juazeiro do Norte, a Faculdade de Medicina do ABC e a Oxford Brookes University (Inglaterra), identificou os benefícios da associação em 37 pacientes.

Os participantes da pesquisa foram avaliados durante dois dias. No primeiro, logo após ingerir a medicação, eles escutaram música durante uma hora. No segundo, os remédios eram administrados, mas eles apenas usavam os fones sem nenhuma melodia. “Nós concluímos que a música intensificou, em curto prazo, os efeitos benéficos do medicamento anti-hipertensivo sobre o coração”, disse o coordenador do estudo, o professor do Departamento de Fonoaudiologia da Unesp Vitor Engrácia Valenti.

Para verificar os efeitos da música, foi usado o método da variabilidade da frequência cardíaca, que tem mais precisão e sensibilidade para avaliar as alterações no coração. Entre os efeitos observados estão a desaceleração dos batimentos e a redução da pressão arterial.

Música pop

Os pacientes foram estimulados com músicas instrumentais das cantoras pop Adele e Enya. “Nós pensamos nessas músicas porque são mais popularmente aceitas”, comentou Valenti sobre a escolha. O grupo tem pesquisado desde 2012 os efeitos da música sobre o coração. Nos experimentos anteriores havia sido usada música erudita.

A partir de estudos feitos em animais, a hipótese dos pesquisadores para os resultados da associação entre o medicamento anti-hipertensão e a música é que a combinação aumenta a absorção dos remédios pelo organismo. “[A música age sobre] um nervo que estimula o sistema gastrointestinal, causa uma vasodilatação, aumenta a absorção do intestino nos animais. Uma hipótese é que a música acelerou a absorção do medicamento pelo intestino”, explicou o coordenador do trabalho.

Além de potencializar o tratamento em pacientes cardíacos ou hipertensos, Valenti acredita que a música pode se tornar um método auxiliar para prevenir o desenvolvimento da doença em pessoas com essa propensão. “A música pode ser associada com o medicamento para melhorar ainda mais a saúde dos pacientes, até preventivamente, quando a pessoa tem risco de desenvolver uma doença cardiorrespiratória”, acrescentou.





Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

terça-feira, 27 de março de 2018

Cresce casos de HIV em pessoas com mais de 60 anos


Crescimento no número de casos de HIV em idosos no Brasil é um alerta
Dados do Ministério da Saúde de 2016 mostram crescimento de 15% nas infecções em pessoas acima de 60 anos

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, o número de idosos com o vírus HIV no Brasil cresceu 103%. Um dos principais problemas associados ao aumento dos casos diz respeito à vida sexual de pessoas acima de 60 anos, que ainda é vista como tabu, especialmente em relação ao uso de preservativos, segundo especialistas.

Dados recentes do Boletim Epidemiológico de 2017 do ministério apontam que, em 2016, quando foram registrados 1.294 casos, houve o crescimento de 15% no índice de pessoas acima de 60 anos com o vírus. Em 2015, por sua vez, aumentou 51,16%, com 1.125 pessoas infectadas, em relação aos números de 2014, quando 856 pessoas foram diagnosticadas com o vírus.

O aumento constante segue uma tendência mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, se o ritmo de infecções nessa faixa etária prosseguir como está, em 2030, 70% da população mundial com mais de 60 anos terá o vírus causador da Aids.

Segundo a infectologista Anita Campos, atualmente, a epidemia é concentrada em jovens, principalmente em homens de 14 a 29 anos. No entanto, a atenção voltada aos idosos infectados deve ser redobrada. "O pensamento comum entre pessoas dessa geração ainda é antigo. Quando viveram a juventude, não havia a cultura do uso de preservativos", comenta a especialista.

Ainda conforme a médica, o uso da camisinha deveria ser uma pauta constante também para esse grupo de pessoas. A dificuldade de se debater a vida sexual de quem está acima dos 60 anos deve ser superada, defende Anita. Atualmente, as campanhas dos governos ainda se concentram em outros perfis apontados como mais vulneráveis, como homossexuais, profissionais do sexo, pessoas transgêneras, usuários de droga injetável e presidiários.

A medida se torna ainda mais urgente quando se observa que o o vírus é especialmente agressivo nos idosos. De acordo com a infectologista, o HIV acelera o envelhecimento e causa lesão direta em alguns órgãos, como rins e fígado. Anita Campos esclarece que a doença não se torna mais grave, mas o cuidado do médico deve ser mais elaborado e complexo, porque o idoso é mais suscetível a doenças crônicas que aparecem com o uso do coquetel antirretroviral.

Combate ao HIV

O ativista Christiano Ramos, presidente da ONG Amigos da Vida, chama atenção, principalmente, para a falta de ações de combate ao HIV direcionadas aos idosos. Para ele, o governo precisa entender a necessidade dessa implementação, porque, muitas vezes, o vírus atua silenciosamente no corpo do paciente e os sintomas são confundidos com os das doenças da velhice, como diabetes, hipertensão e problemas renais.



Fonte:www.revistaencontro.com.br

terça-feira, 6 de março de 2018

Orlando Silva, o cantor das multidões


Considerado um dos cantores brasileiros mais importantes do século 20, Orlando Silva nasceu a 3 de outubro de 1915, no bairro carioca de Engenho de Dentro. Era chamado de O Cantor das Multidões, apelido dado pelo compositor Bororó, por conta de seu enorme sucesso. Sua gravação de Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, de 1937, ainda é tida como definitiva.


A vocação para a música veio do pai, o violonista José Celestino da Silva, que participava com Pixinguinha de saraus, serenatas, peixadas e feijoadas. Mas esse clima alegre da infância se perdeu em seguida, quando Celestino faleceu, ainda jovem, vitimado pela gripe espanhola.

O gosto pelo violão, porém, permaneceu. Orlando teve uma infância e juventude cheias de música, e já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, que o incentivou mais tarde a tentar a carreira profissional de cantor. Mas antes Orlando teve vários empregos, como office boy, sapateiro, vendedor de tecidos e cobrador de ônibus.

Quando desempenhava a função de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um dos pés parcialmente amputado. Teve dificuldade para se sustentar por causa disso, mas logo foi contratado para cantar na Rádio Cajuti e o sucesso foi imediato.


Uma de suas primeiras gravações, em 1935, foi Última Estrofe, de Cândido das Neves, que teve boa repercussão. Começava uma fase áurea, nos anos 30, em que desfilou sucessos como A Jardineira, a valsa Rosa (de Pixinguinha), Caprichos do Destino e Lábios que Beijei.


A fase boa continuou nos anos 40, com Curare, de Bororó, Aos Pés da Santa Cruz e Atire a Primeira Pedra. Em todas as apresentações, era saudado como O Cantor das Multidões, que o locutor de rádio Oduvaldo Cozzi tornou popular. Foi um dos primeiros ídolos de massa, sucedendo a Francisco Alves, que morreu precocemente num acidente automobilístico.

Orlando foi também um dos primeiros nomes consagrados a sucumbir ao uso de drogas, o que afetou o seu timbre perfeito e seus agudos suaves. No começo dos anos 50, entrou em fase de ostracismo e os críticos diziam que havia “perdido a voz”. Ainda assim, emplacou alguns êxitos populares, como Quero Beijar-te Ainda, Malandrinha e Eu Chorarei Amanhã.
Nos anos 60 e 70, continuava a lançar discos, mas com regravações de seus sucessos antigos. Mesmo com os altos e baixos da carreira, artistas como Caetano Veloso e Arrigo Barnabé o consideram o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Morreu em 7 de agosto de 1978, aos 62 anos, em virtude de um AVC isquêmico.


Fonte:www.aprovincia.com.br

sábado, 3 de fevereiro de 2018

História do carnaval e suas origens



Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte.

O carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.

Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.

As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.

Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.

Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período

A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.




Fonte:brasilescola.uol

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Elon Musk faz sucesso como modelo nas passarelas aos 69 anos

Maye é mãe de Elon Musk, cofundador da empresa Tesla, e tem dez netos
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

A canadense Maye Musk tem sido uma das modelos mais requisitadas depois que assumiu os cabelos brancos; indústria da moda tem escolhido mulheres mais velhas para campanhas e desfiles.

As mais recentes semanas de moda de Nova York, Paris, Milão e Londres tiveram um número recorde de modelos com mais de 50 anos: 27, de acordo com o site Fashion Spot.

Entre as tops dessa leva de desfiles está Maye Musk, de 69 anos, mãe do bilionário da tecnologia Elon Musk - nome à frente da Tesla, fabricante de carros elétricos e de baterias.

"Nunca trabalhei tanto nos últimos 50 anos como o fiz em 2017", diz ela.

Maye, que nasceu no Canadá, começou a trabalhar como modelo aos 15 anos na África do Sul. Mas foi após os 60 que sua carreira decolou.

Só nos últimos anos ela assinou um contrato com a IMG Models, agência que representa tops como Gisele Bündchen e Gigi Hadid, apareceu nas capas de revistas como New York Magazine, Elle e Vogue e se tornou embaixadora de uma marca de cosméticos americana.

Uma avó elegante, com dez netos, Maye acredita que ter deixado os cabelos brancos ajudou sua carreira.

Ela, que é nutricionista, conta que é preciso cuidado redobrado com a alimentação para conseguir manter o manequim de modelo. "Preciso planejar todas minhas refeições e meus lanches senão o trem sai do trilho e ganho peso. Aí leva duas semanas de dieta rigorosa para perder. Visto manequim 38, não sou tão magra", fala.

Debra Bourne, diretora da All Walks Beyond the Catwalk, que promove diversidade na moda - de idade, tamanhos, etnias - , atribui às redes sociais muito do sucesso de uma mulher mais velha no mercado de modelos.

"Com o crescimento das redes sociais em plataformas como o Instagram, temos visto exemplos bem-sucedidos de modelos mais velhas que conquistaram uma enorme audiência", diz Bourne, que é também psicoterapeuta e já foi editora de moda.

Maye Musk em desfile na semana de moda de Nova York
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

Este é o caso de Maye, que posta com frequência fotos no Instagram, onde soma 90 mil seguidores.

"Há menos competição quando você é mais velha, mas também já menos trabalhos", ela pondera. "Se você continua trabalhando e postando seus trabalhos, você consegue conquistar mais seguidores. E também pode ser chamada para trabalhos diretamente ali, sem ter que ir a testes."

Suor e lágrimas
"Acho que muitos estilistas acreditam que o atual foco em modelos de cabelos platinados é uma mera tendência que vai acabar no próximo ano, e eles poderão voltar para as magras, altas e jovens", diz Rebecca Valentine, fundadora da agência Grey Model, especializada em modelos com mais de 35 anos.

Aberta em 2015 para "representar a nova população diversa mais velha", a empresa inglesa tem clientes como a semana de moda de Londres e a revista Hunger e representa nomes como a ex-musa da estilista Vivienne Westwood Sara Stockbridge, de 52 anos, e Frances Dunscombe, de 82.

Para a empresária, a contratação de modelos mais velhas é "uma resposta à pressão feita no mercado, em que, pela primeira vez, esse grupo de pessoas mais velhas está se recusando a ficar quieto".

"Eles são a geração de rebeldes, punks, rockers, rappers e gays que se assumiram depois de tudo, e estão acostumados a serem ouvidos - e se não o são, gritam mais alto e exigem mais", explica.

Modelo mais velha posa para editorial de moda da revista Hunger | Foto: Trisha Ward
Foto: BBCBrasil.com

Ela acredita que a indústria da moda está seguindo a tendência, mas admite que o processo continua desafiador.

"Elas (modelos mais velhas) podem ver que é uma montanha difícil para subir, com muita adversidade, preconceito e tradições arraigadas para lutar. E é maravilhoso estar cercada de tanta força e positividade no trabalho", fala.

Beleza é sinônimo de juventude?
Mas nem todos os especialistas concordam que há uma presença maior de modelos mais velhas na moda.

Vincent Peter, cofundador da agência de modelos SILENT, de Paris, diz que as mulheres mais velhas aparecem mais em campanhas de cremes anti-idade do que em trabalhos de alta-moda.

"Ocasionalmente elas aparecem nas passarelas, mas é uma exceção. Não vejo nenhuma tendência."

Maye se tornou a garota-propanda da marca de cosméticos Cover Girl
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

A modelo Maye, no entanto, continua garantindo trabalhos ao redor do mundo e espera continuar assim após os 70 anos.

"Tem sido incrível ver como marcas, revistas e designer estão focando nas histórias reais de mulheres mais velhas. As modelos mais jovens amam me ver trabalhando porque isso lhes dá esperanças para o futuro. Minha hashtag é #estáapenascomeçando", diz ela.





Fonte:www.terra.com.br