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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Queridinho da juventude, vinil se consolida no mercado; entenda por que ele voltou pra ficar

(foto: Lucas Mamede/Divulgacao)
Em setembro, o Bossacucanova – formado pelo baixista Marcio Menescal, o tecladista Alex Moreira e o DJ Marcelinho da Lua – lançou Bossa got the blues em CD, streaming e vinil. Desde o primeiro álbum da banda, de 1998, o trio apostou no LP – na época, raridade; hoje, em alta no mercado. “Pela nossa trajetória e formação, já que nós três somos engenheiros de som e ainda há um DJ no grupo, o vinil sempre esteve presente no nosso trabalho. A qualidade sonora, ainda mais dos LPs de hoje, é excepcional. Melhor até que o digital”, defende Alex Moreira.

Vários artistas têm lançado projetos inéditos em LP. É o caso de Chico Buarque (Caravanas, 2017), Gal Costa (A pele do futuro, 2018), Gilberto Gil (OK OK OK, 2018), Maria Bethânia (Oásis de Bethânia, 2012), Os Cariocas (Estamos aí, 2013) e, mais recentemente, Zeca Baleiro (O amor no caos – Volumes 1 e 2).

“Lançar vinil é muito pessoal, tem a ver com minha história com o disco, a memória afetiva e coisa e tal. Nem é bom negócio, porque é muito caro fazer LP hoje. Mas acho charmoso, é algo que aproxima os fãs de um certo perfil, tem caráter agregador. Continuarei fazendo porque sou apaixonado pelo formato”, diz Zeca Baleiro.

Na opinião do cantor e compositor, o bolachão voltou por várias razões – nostalgia, saturação de alguns formatos digitais e até pela própria dinâmica da indústria. “Inclusive, temos vários modelos de toca-discos disponíveis no mercado. Tudo isso cria uma onda. E é bom pra quem faz música”, observa Zeca.

Produtores e empresários do setor garantem: a onda não é passageira. E nem modismo. O músico, pesquisador e DJ Michel Nath acredita que a retomada do LP vem da demanda real e também de uma necessidade cultural e até comercial. “O fluxo é crescente. A retomada não ocorre só no Brasil, é planetária”, frisa.

Há cinco anos, Nath reformou o maquinário encontrado num ferro-velho e abriu a Vinil Brasil, que funciona em São Paulo. “Naquela época, tínhamos cerca de 60 fábricas do segmento no mundo. Hoje, são aproximadamente 120 justamente pelo aumento na procura. Não acredito em moda, mas uma volta pra ficar. O LP não voltará a ser produto de massa, até por questões de custo, mas a curva ascendente já tem cerca de 12 anos”, destaca.

Uma das impulsionadoras do boom é a gigante americana Amazon, complexo transnacional de comércio eletrônico. Desde agosto, sua filial brasileira disponibiliza catálogo de LPs com cerca de 10 mil opções – a maioria importada. Mario Meirelles, líder da área de mídia da Amazon Brasil, diz que as vendas de LPs no Brasil são um sucesso, superando os CDs. “A maior parte dos discos vendidos são clássicos estrangeiros – The dark side of the moon (Pink Floyd), Nevermind (Nirvana) e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Beatles), por exemplo –, mas há procura por álbuns de Raul Seixas, Novos Baianos, Belchior e Sandy & Junior. Também há demanda por aparelhos de vinil. São infinitos modelos”, afirma.


Apesar de não divulgar números, Mario diz que as expectativas da empresa foram superadas. Dezembro nem acabou, mas a meta de venda de LPs já foi atingida. A ideia é continuar investindo em 2020. “Tem a questão do colecionismo, mas também a procura pela obra de arte, algo com o som puro. Nossa intenção é aumentar o catálogo brasileiro”, afirma.

A Amazon aposta na parceria com a carioca Polysom, que durante muito tempo foi a única fábrica de LPs da América Latina. Desativada por vários anos, em 2009, ela foi comprada por João Augusto, presidente da gravadora Deck. Investe tanto em bolachões inéditos quanto no relançamento de clássicos como Realce, de Gilberto Gil, O filho de José e Maria, de Odair José, e Matança do porco, da banda Som Imaginário. Recentemente, João passou a investir nas lendárias fitas cassete.

“Os artistas vão sempre querer ter trabalhos publicados e difundidos nos formatos disponíveis. O vinil e agora o cassete têm charme especial pela qualidade do áudio, o tamanho das artes e o ritual de audição”, diz João Augusto. De acordo com ele, o mercado é amplo e há espaço para todos. “Até para um formato antigo como o vinil se tornar estrela do consumo de música. O público comprador quer, fundamentalmente, alguma alternativa diferente para ouvir música. Isso impulsiona o processo”, observa. De acordo com ele, é difícil definir com precisão o público consumidor de vinil. “A diversificação é muito grande, por diferentes motivos. Por isso, o vinil cresce tanto”, comenta, observando que colecionadores, sozinhos, não sustentam o boom.


Ritual
Um dos aspectos mais sedutores do vinil é o ritual que ele envolve. Alex Moreira, do Bossacucanova, diz que o streaming é marcado pela pulverização, enquanto o LP é experiência física. “Curiosamente, esse movimento não se limita a quem viveu a era do vinil. A juventude descobriu como é bacana o ritual de tirar o disco da capa, colocar na vitrola, ouvir o lado A e o lado B. É uma sensação única.”

Músico, produtor e masterizador, Arthur Joly garante que o vinil vai perdurar por conta de suas particularidades. “Você não consegue dar um link de presente para alguém, segurar um streaming ou sentir o cheiro dele. De todas as mídias, o vinil é o mais romântico, sem contar que as fábricas têm aperfeiçoado a tecnologia desse produto. Não só a qualidade, mas também o formato, o visual. Temos artistas lançando até vinil holográfico, o que é muito interessante. Eu mesmo fiz um”, revela.

Criador da Discoteca Pública – que funciona desde 2005 e tem sede no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, com acervo de 17 mil CDs e Lps –, Edu Pampani destaca que o mercado de vinil se expande, ao contrário do CD. “Carros e computadores mais novos não têm tocador de CD. Praticamente ninguém compra mais. O vinil fascina porque a gente vive nesta era digital, meio fria. O revival está ligado à busca de autenticidade”, acredita.


Preço
Um dos poréns do vinil é o preço. Michel Nath diz que a matéria-prima é importada e sofre o impacto da cotação do dólar, hoje nas alturas. “O disco sai da fábrica custando R$ 30, em média, mas oscila entre R$ 80 e R$ 140 quando chega ao consumidor. É caro, assim como tudo no Brasil, água, gasolina, moradia. As condições econômicas, sociais e os impostos, tudo isso complica”, alega Michel.

“Mesmo neste momento de recessão aqui e no mundo todo, o interesse pelo vinil só cresce. Mais e mais artistas querem lançar nesse formato, pessoas querem comprar e ouvir. É uma questão de preservação da memória cultural. Sem dúvida, o vinil voltou a ter o seu lugar na história”, conclui Michel.






Fonte:uai.com.br

quinta-feira, 4 de abril de 2019

A História Dos “Pisos De Caquinhos Em São Paulo”


Por volta de 2013, um artigo escrito pelo engenheiro Manoel Henrique Campos Botelho fez um estrondoso sucesso nas redes sociais e na internet, de maneira geral. Muitos portais replicaram o mesmo texto, mas não foram atrás da fonte original. O artigo em questão, publicado na revista Brasil Engenharia número 614 é brilhantemente escrito por Manoel Henrique Campos Botelho.

Reproduzo-o abaixo com alguns acréscimos de imagens:

Pode algo quebrado valer mais que a peça inteira? Aparentemente não. Pela primeira vez na história da humanidade contamos esse mistério. Foi entre as décadas de 40 e 50 do século passado. Voltemos a esse tempo. A cidade de São Paulo era servida por duas indústrias cerâmicas principais. Um dos produtos dessas cerâmicas era um tipo de lajota cerâmica quadrada (algo como 20×20 cm) composta por quatro quadrados iguais. Essas lajotas eram produzidas nas cores vermelha (a mais comum e mais barata), amarela e preta.

Era usada para piso de residências de classe média ou comércio. No processo industrial da época, sem maiores preocupações com qualidade, aconteciam muitas quebras e esse material quebrado sem interesse econômico era juntado e enterrado em grandes buracos. Nessa época os chamados lotes operários na Grande São Paulo ou eram de 10×30 m ou, no mínimo, 8×25 m; ou seja, eram lotes com área para jardim e quintal – jardins e quintais revestidos até então com cimentado, com sua monótona cor cinza. Mas os operários não tinham dinheiro para comprar lajotas cerâmicas, que eles mesmos produziam, e com isso cimentar era a regra.

Um dia, um dos empregados de uma das cerâmicas e que estava terminando sua casa, não tinha dinheiro para comprar o cimento para cimentar todo o seu terreno e lembrou-se do refugo da fábrica – caminhões e caminhões por dia que levavam esse refugo para ser enterrado num terreno abandonado perto da fábrica. O empregado pediu que ele pudesse recolher parte do refugo e usar na pavimentação do terreno de sua nova casa.

Claro que a cerâmica topou na hora e ainda deu o transporte de graça, pois com o uso do refugo deixava de gastar dinheiro com a disposição. Agora a história começa a mudar por uma coisa linda que se chama arte. A maior parte do refugo recebida pelo empregado era de cacos cerâmicos vermelhos, mas havia cacos amarelos e pretos também. O operário ao assentar os cacos cerâmicos fez inserir aqui e ali cacos pretos e amarelos quebrando a monotonia do vermelho contínuo.

É… a entrada da casa do simples operário ficou bonitinha e gerou comentários dos vizinhos também trabalhadores da fábrica. Aí o assunto pegou fogo e todos começaram a pedir caquinhos, o que a cerâmica adorou, pois parte – pequena é verdade – do seu refugo começou a ter uso e sua disposição ser menos onerosa. Mas o belo é contagiante e a solução começou a virar moda em geral e até jornais noticiavam a nova mania paulistana. A classe média adotou a solução do caquinho cerâmico vermelho com inclusões pretas e amarelas. Como a procura começou a crescer, a diretoria comercial de uma das cerâmicas, descobriu ali uma fonte de renda e passou a vender, a preços módicos é claro, pois refugo é refugo, os cacos cerâmicos.

O preço do metro quadrado do caquinho cerâmico era da ordem de 30% do caco íntegro (caco de boa família). Até aqui esta historieta é racional e lógica, pois refugo é refugo e material principal é material principal. Mas não contaram isso para os paulistanos e a onda do caquinho cerâmico cresceu e cresceu e cresceu e – acredite quem quiser – começou a faltar caquinho cerâmico que começou a ser tão valioso como a peça íntegra e impoluta.

Ah, o mercado com suas leis ilógicas, mas implacáveis… Aconteceu o inacreditável. Na falta de caco as peças inteiras começaram a ser quebradas pela própria cerâmica. E é claro que os caquinhos subiram de preço, ou seja, o metro quadrado do refugo era mais caro que o metro quadrado da peça inteira… A desculpa para o irracional (!) era o custo industrial da operação de quebra, embora ninguém tenha descontado desse custo a perda industrial que gerara o problema, ou melhor, que gerara a febre do caquinho cerâmico. De um produto economicamente negativo passou a um produto sem valor comercial, depois a um produto com algum valor comercial, até ao refugo valer mais que o produto original de boa família…

A história termina nos anos 1960 com o surgimento dos prédios em condomínio e a classe média que usava esse caquinho foi para esses prédios e a classe mais simples ou passou a ter lotes menores (4×15 m) ou foi morar em favelas. A solução do caquinho deixou de ser uma solução altamente valorizada. São histórias da vida que precisam ser contadas para no mínimo se dizer: – A arte cria o belo, e o marketing tenta explicar o mistério da peça quebrada valer mais que a peça inteira…

Nota: um filósofo da construção civil confessou-me: – Existe outro produto que quebrado vale mais que a peça inteira por quilo. É a areia que vem da quebra da pedra. A areia fina é vendida mais cara que a areia grossa.

MANOEL HENRIQUE CAMPOS BOTELHO – é engenheiro consultor, escritor e professor

Referência: http://www.brasilengenharia.com/portal/images/stories/revistas/edicao614/614_cronica.pdf


Fonte:saopauloinfoco.com.br

Aprender sobre saúde nas mídias sociais fazem os riscos parecem maiores

Se é o surto de uma doença infecciosa ou a notícia de um ataque terrorista, a mídia social é uma ferramenta poderosa para espalhar a informação. Mas, exatamente pela forma como a informação é transmitida, e a sua clareza, que ela não é bem compreendida. A fim de melhor compreender e prever o entendimento público de risco, uma equipe de pesquisadores alemães realizou o primeiro estudo, publicado na PNAS, para testar esse efeito da transmissão social.

Para a realização do experimento, os pesquisadores analisaram como a informação era passada em grupos de cerca de 10 pessoas. Em cada grupo, uma pessoa foi “semeada” com artigos sobre os benefícios e os riscos do triclosan, agente antibacteriano comum encontrado em sabonetes, detergentes e pastas de dentes, e falava sobre isso, em conversas não estruturadas, com um segundo participante. Antes e depois da conversa, a segunda pessoa foi questionada sobre como ela via o risco do triclosan. Em seguida, essa pessoa tinha uma conversa semelhante com uma terceira pessoa, e assim por diante.

Os pesquisadores realizaram o experimento com 15 grupos. Eles descobriram que, quanto maior o número de pessoas pelas quais a mensagem tinha passado, mais curta e mais imprecisa ela era. Além disso, as declarações imprecisas indicaram um risco muito maior do que a “semente” disse, já que os participantes repassavam as informações de risco com base em seus próprios preconceitos e preocupações.

Esses resultados podem ter grandes implicações na forma como políticos e comunicadores falam sobre riscos em um fórum público: “A partir de uma perspectiva de saúde pública, a amplificação social do risco pode ter consequências indesejáveis ​​e dispendiosas, tornando-se crucial para entender como os políticos podem comunicá-los de tal forma a facilitar a sua transmissão através de redes sociais “, escrevem os pesquisadores. Como a mídia social desempenha um papel cada vez maior na forma como falamos uns com os outros, os pesquisadores esperam que seu trabalho possa ajudar as pessoas a prestar mais atenção à forma como o público percebe a informação e como podemos manter a precisão.





Fonte:curioso.blog.br

Grandes músicos ligados ao choro


Luiz Americano - Um solista de destaque, nos anos 20 e 30, foi o clarinetista e saxofonista sergipano, que em 1937 integrou o inovador Trio Carioca ao lado do pianista e maestro Radamés Gnattali. A partir de 1930, os conjuntos regionais, formaram uma base de sustentação às nascentes estações de rádio, devido à sua versatilidade em acompanhar, com facilidade e sem muitos ensaios, os diversos estilos de música vocal que surgiram.

Severino Araújo - Um dos exemplos de união entre o choro e o jazz foi realizado por Araújo, que, em 1944, adaptou choros à linguagem das big bands. Como maestro da Orquestra Tabajara, Severino Araújo gravou vários choros de sua autoria, como "Espinha de Bacalhau". Esse exemplo foi seguido por outras orquestras ou compositores como K-Ximbinho.

Waldir Azevedo - Virtuoso do cavaquinho, compôs "Brasileirinho" em 1947, um dos maiores sucessos da história do gênero, gravado por Carmen Miranda e, mais tarde, por músicos de todo o mundo. Waldir Azevedo foi um pioneiro que retirou o cavaquinho de seu papel de mero acompanhante e o colocou em destaque como instrumento de solo, explorando de forma inédita as potencialidades do instrumento.

Jacob do Bandolim - Foi um virtuoso no bandolim e um dos grandes compositores de choro de sua geração. Muitas de suas interpretações são referência para diversos intérpretes.[10] Nos anos 50 e 60, que promovia famosas rodas de choro em sua casa. "Doce de Coco", de 1951 e "Noites Cariocas", de 1957, são parte do repertório clássico do gênero. Jacob também promoveu o resgate de compositores antigos e fundou o famoso conjunto Época de Ouro, com César Faria e Dino 7 Cordas. O Choro perdeu grande parte de sua popularidade devido ao surgimento da Bossa Nova nas décadas de 50 e 60, quando foi considerado "fora de moda". Mas o gênero manteve-se presente no ritmo de vários músicos, como Paulinho da Viola e Arthur Moreira Lima.

Garoto - Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, foi um dos principais expoentes do choro antes da década de 50. Compositor de melodias baseadas nos mais diversos ritmos (sambas, boleros, fox, xotes, entre outros) que ganharam letra de vários parceiros, tornando muitas dessas músicas em sucessos que marcaram diversas épocas do cenário musical nacional. Além de compositor, tocava violão, violão tenor, bandolim, cavaquinho, guitarra havaiana e banjo, entre outros, tendo por isso recebido o apelido de "o gênio das cordas".

Radamés Gnattali - Em 1956, compôs a Suíte "Retratos", homenageando quatro compositores que considerava fundamentais para a música brasileira: Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.


Conjuntos Regionais em ordem cronológica

O Choro de Calado (aproximadamente 1870)
Oito Batutas (1919)
Regional de Benedito Lacerda (1934)
Regional do Canhoto (1951)
Conjunto Atlântico de Antonio D'Áuria (anos 1950)
Quinteto Villa-Lobos (1962) (não é regional, mas o grupo toca choros)
Época de Ouro (1964)
Isaías e seus Chorões (aprox. 1970)
Evandro do Bandolim e Seu Regional
Galo Preto (1975)
Os Carioquinhas (1977)
Nó em Pingo D'Água (1979)
Camerata Carioca (1979)
Água de Moringa (1989)
Rabo de Lagartixa (aprox. 1990)
Quebrando Galho (1993)
Choronas (1994)
Grupo Sarau (1996)
Choro na Feira (2000)
Grupo Cordaviva (2001)
Choro das 3 (2002)
Trio Madeira Brasil
Camerata Brasileira
Baú de Chorinho (2012)





Fonte:Wikipédia