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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Aracy de Almeida, o samba em pessoa

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Quem foi criança ou jovem nos anos 80 se lembra e Aracy de Almeida como a jurada mal-humorada do Show de Calouros do Programa Silvio Santos. Aquela que buzinava todo mundo. Pena, pois Aracy foi uma das cantoras mais importantes da era de ouro do rádio brasileiro.

Nascida em 19 de agosto de 1914 no subúrbio carioca do Encantado, era filha de um maquinista de trem e de uma dona de casa. Cantava hinos religiosos na Igreja Batista e, escondida dos pais, músicas de entidades em terreiros de candomblé e sambas no bloco carnavalesco Somos de Pouco Falar.


Graças ao amigo Custódio Mesquita, começou a cantar na Rádio Educadora, em 1933. Foi na emissora que conheceu Noel Rosa, que definiu sua carreira e de quem foi a maior intérprete, em clássicos como Último Desejo, Feitiço da Vila, Três Apitos e Feitio de Oração.


Logo fez grande sucesso e ganhou vários apelidos, como O Samba em Pessoa, dado pelo locutor César Ladeira, A Dama do Encantado e A Dama da Central. Em 1936, foi para a Rádio Tupi e gravou Tenha Pena de Mim, de Ciro de Sousa e Babau, mostrando que não fazia sucesso apenas com músicas de seu melhor amigo.

No ano seguinte, encarou a perda de Noel, que morreu aos 26 anos. Mas continuou gravando músicas dele. Chegou às paradas em 1938 com Camisa Amarela, de Ary Barroso. Em todos esses anos, continuou gravando sambas de meio de ano e marchinhas de carnaval, como eram divididas as músicas naquele tempo.
O Passarinho do Relógio, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira, lançada em 1940, foi um estouro na folia. Aracy fazia grande sucesso no rádio, e só não era considerada a número um porque havia Carmen Miranda. Diziam que as duas se estranhavam nos corredores da Rádio Mayrink Veiga, onde atuavam.
Com a ida da rival para os Estados Unidos ganhou de Assis Valente o samba Fez Bobagem. Entre 1948 e 1952, foi estrela, ao lado de Linda Batista, de shows da Boate Vogue, em Copacabana. Foi a responsável pela descoberta de várias canções de Noel. Mudou-se depois para São Paulo, chegou a apresentar shows como O Samba Pede Passagem. Porém, com a Bossa Nova e a Jovem Guarda, os antigos cantores perderam espaço. A televisão foi seu refúgio. Morreu em 20 de junho de 1988, vítima de edema pulmonar.


Fonte:www.provincia.com.br

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