Contemplar um quadro, escolher um restaurante ou expressar carinho a alguém, por exemplo. O que essas coisas aparentemente tão diferente entre elas tem em comum? Parece que nenhum destes gestos tão cotidianos nos dias de hoje são realizados sem o auxílio de um dispositivo tecnológico.
Quem nos garante isso é a espanhola Verónica Rodríguez Orellana, especialista em coaching sistêmico e Terapia Gestalt. "Há casais que mantém conversas intensas no WhatsApp, mas que durante um jantar juntos não trocam uma palavra sequer, desde a entrada até a sobremesa . O mesmo se aplica em um museu onde os olhos não são suficientes para admirar uma Vênus sem fones de ouvido para marcar o tempo de nossa contemplação", diz ela.
"E o que poderíamos dizer do self-branding ou nossa marca pessoal?", Pergunta Rodríguez Orellana. "A nossa identidade digital que nos posiciona em um círculo social puramente virtual, e que alimentamos através de fotos e declarações que guardamos com o decorrer do tempo em uma gaveta do criado-mudo como se fosse um diário, torna-se pauta de discussões publicas com a intenção de gerar seguidores e fãs que provavelmente nunca conheceremos".
Caso tenhamos alguma dúvida se somos viciados em dispositivos tecnológicos, Verónica nos dá discas sobre alguns sintomas irrefutáveis.
-Se você está sentado em uma poltrona na sala de cinema e 20 minutos depois não resiste a tentação de tirar o celular do bolso para verificar a caixa de correio eletrônico.
-Se durante um jantar com um grupo de amigos você se isola de vez em quando para conversar com outra pessoa em redes sociais, negligenciando os que estão presentes à mesa.
-Se você está na praia com amigos e sai à procura de uma conexão entre as rochas do mar arriscando a própria vida.
-Se você acaba de chegar em um confortável hotel para passar um fim de semana e fica histérico ao descobrir que o local não tem rede wi-fi.
-Se você está supermercado-mercado e esquece de comprar a metade das coisas porque ficou no telefone conversando com alguém.
-Se sua comida esfria porque você passou mais de 15 minutos tirando fotos para publicar nas redes sociais.
Enfim, se você tem algumas dessas manias, Verónica diz que "é porque você está doentiamente ligado ao mundo virtual e bem longe da realidade presente. A tecnologia que chegou para libertar, sem querer acaba nos aprisionando.
Fonte: colmeia.blog.br
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