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domingo, 20 de agosto de 2017

A atual e pobre música brasileira


A qualidade de certas músicas brasileiras já foi questionada por diversos personagens do universo artístico. Recentemente o cantor Victor, da dupla sertaneja Victor e Léo, fez um discurso ácido se referindo ao atual momento de nossa música sertaneja: "Não deixaria meus filhos ouvirem a maioria das músicas sertanejas atuais. Pornografia e sensualidade excessiva em canções não são para criança ouvir".

O compositor criticou as músicas que exploram o duplo sentido em suas letras, mas a sertaneja é apenas uma gota em meio a um oceano de baixa qualidade musical, algo não muito diferente ocorre em outros universos. Estilos como o funk, o axé e o pagode passam por um momento sofrível no que diz respeito à inovação e qualidade musical. Infelizmente a época em que vivemos não pode ser considerada lá tão inovadora, seja para esses estilos mais novos, seja para tantos outros que em outras épocas espelharam toda uma revolução social, como a MPB, por exemplo.

Não sou um compositor e tampouco tenho qualquer tipo de formação musical, mas existem certos tipos de músicas que incomodam tão somente por causa de suas letras recheadas de ostentação, vulgaridade e violência. Como dizer que há crítica social ou mesmo algum tipo de criatividade nas seguintes músicas: o funk "cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai"; a sertaneja "ponho o carro, tiro o carro, à hora que eu quiser, que garagem apertadinha, que doçura de mulher, tiro cedo e ponho à noite, e às vezes à tardezinha"; ou ainda o pagode com letras como "eu chego no pagode chamando a atenção, todo mundo para pra ver a atração, carro importado, perfume mais caro só roupa de marca, ninguém entende nada". Poderia citar tantas outras músicas, mas algumas contêm tanta baixaria que nem ao menos podem ser citadas neste espaço.

Infelizmente, boa parte das músicas aliena ao passo que não lança um olhar crítico a nossa sociedade. Pelo contrário, desvaloriza a mulher, incentiva a violência e cria um processo de comercialização de atitudes, ideias e comportamentos. Hoje, pouca novidade há na produção musical, além disso, até mesmo a música evangélica, que deveria servir para outro fim que não fosse meramente o lucro, tem vivido uma fase extremamente pobre. Grande parte do que é produzido pela indústria cultural não tem nada de novo, ousado ou mesmo crítico, na verdade, não passa de mais do mesmo. Mas vou além, onde estão os novos poetas, escritores, compositores e críticos? Vivemos um momento não muito frutífero no que concerne à cultura.

Parafraseando uma famosa música de Rita Lee: o que foi que aconteceu com a música popular brasileira? Com aquelas músicas que moviam multidões e que questionavam a sociedade e a realidade social. Existem músicas tão importantes que se tornaram verdadeiros registros históricos da humanidade, é o caso dos artistas que descreveram os períodos mais duros do regime militar, como, por exemplo, a canção "Deus lhe Pague", de Chico Buarque, em que o compositor utiliza a ironia para fazer críticas à situação repressiva que os brasileiros viviam: "Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir, a certidão pra nascer e a concessão pra sorrir. Por me deixar respirar, por me deixar existir. Deus lhe pague". O rock nacional também já foi mais frutífero, quem não se lembra das letras carregadas de críticas sociais da banda Legião Urbana, a exemplo da música "Geração Coca-Cola": "Quando nascemos fomos programados a receber o que vocês nos empurraram com os enlatados dos USA, de 9 às 6. Desde pequenos nós comemos lixo, comercial e industrial".

Mas hoje, as músicas da moda, em sua maioria, não carregam nada além de vulgaridade, erotização e violência, são apenas medíocres. Hoje, sim, poderíamos chamar de Idade das Trevas a fase cultural em que vivemos. A expressão que caiu em desuso foi utilizada pelo estudioso italiano Francesco Petrarca, para denunciar a literatura latina da Alta Idade Média (do século V ao X) e denominar um período que, segundo ele, nada de útil produziu. Mas, para nós, ainda há esperanças. No entanto é preciso que uma revolução cultural aconteça. Talvez nem mesmo nossa geração veja essas mudanças, mas é preciso que nossa nação invista na produção cultural verdadeira e não na diversão pública. A música precisa voltar a ser portadora de tradições e não um mero conjunto de palavras inúteis.



Fonte:www.al.sp.gov.br

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Os Originais do Samba agora nas plataformas digitais



Os Originais do Samba, em 1969

Os Originais do Samba aterrissam nas plataformas digitais com uma dúzia de álbuns lançados entre 1969 e 1983 (originalmente gravados na RCA), sacados do catálogo pertencente a Sony Music. A reedição digital dos LPs comemora os 50 anos do grupo que, com Bigode, como único integrante da formação inicial, está lançando disco novo, Ontem Hoje e Sempre, que tem participações de Zeca Pagodinho e Reinaldo.

Cultuado, com LPs caçados nos sebos, sobretudo pelo pessoal que descobriu o vinil nos anos 2000, Os Originais do Samba, cujo membro mais conhecido foi Antonio Carlos “Mussum”, da trupe de comendiante Os Trapalhões, foram formados por batuqueiros dos subúrbios cariocas. O que o diferenciou, a principio, foi ser um grupo de percussionistas. Depois entram o bom humor e o descompromisso com as raízes do gênero.

Os Originais do Samba gravavam autores de todas as alas da MPB, mesmo nos anos 60, quando o ranço ideológico dividia facções musicais no país. Quando se valorizava o samba do morro, das escolas, recorria-se compositores resgatados do limbo, feito Cartola ou Nelson Cavaquinho, Os Originais do Samba faziam jus ao nome. Sua originalidade estava em fazer um samba urbano, comercial, sem diluir o gênero.

Conseguiam transitar por todas os afluentes da MPB, sem policiamentos nem boicotes da esquerda, nem mesmo quando, em março de 1970, com um grupo de sambistas de escolas, foram convidados para animar um coquetel, promovido pela assessoria de relações públicas da presidência da República, em que se anunciava a festa de comemoração pelos seis anos do golpe militar de 1964. A festa aconteceu no Maracanã, antes de um treino da seleção brasileira (de portões abertos), com participação de alas escolas de samba, Elizeth Cardoso e Jair Rodrigues.

Os Originais do Samba é o ancestral mais distante do pagode romântico, sobretudo por tirar as arestas do samba, tornando-o palatável para todas as classes sociais. Entretenimento era o que importava para o grupo, que cantava com Elis Regina, mas gravava a então execrada turma da Jovem Guarda, quando Roberto Carlos não tinha recebido ainda o aval da intelectualidade, que lhe daria o carimbo de qualidade que alterou seu status de cantor de música descartável para artista classe A. No início do anos 70, incorporaram ao repertório um pot-pourri de sucessos de Roberto Carlos em ritmo de samba.

Roberto e Erasmo assinam samba exclusivo para os Originais do Samba (Eu Queria Era Ficar Sambando, 1970), que gravaram Antonio e Mario Marcos (mais dois do iê-iê-iê), em 1969 (Com Tristeza e sem Poesia, 1969). No álbum Originais do Samba Exportação (1971), vão de Jorge Ben ( Tenha Fé Pois Amanhã Um Lindo Dia Vai Nascer), Eustáquio Sena (Mas Que Menininha, com A. Soares), e o frevo canção Oh Bela (Capiba).

HUMOR

Embora tenham gravado autores como Nelson Cavaquinho, Baden Powell, Chico Buarque, os grandes sucessos dos Originais do Samba, trabalhados pelas gravadoras, foram sambas bem humorados, Cadê Tereza? (Jorge Ben, do LP Os Originais do Samba, 1969), Do Lado Direito da Rua Direita (Chiquinho/Luiz Carlos, do LP O Samba é a Corda, e Eu Sou a Caçamba, 1972), Tragédia no Fundo Mar (do LP Pra Que Tristeza, de Zerê e Ibrahim, 1974).

Ao longo dos anos Os Originais do Samba foram perdendo e ganhando integrantes (Almir Guineto chegou a participar do grupo por pouco tempo). Na década de 80, já não fazia mais sucesso. Deixou a RCA, e passou a gravar pela Copacabana, onde estreou, sem sucesso, com A Malandragem Entrou em Greve (1987), o título do LP vem de um samba assinado pelo pernambucano Braulio de Castro, com Jorge Belizário.

Discos relançados:

Os Originais do Samba (1969), Os Originais do Samba, Vol. 2 (1970), Samba É De Lei (1970), Samba Exportação (1971), O Samba É A Corda, Os Originais A Caçamba (1972), É Preciso Cantar (1973), Pra Que Tristeza (1974), Alegria de Sambar (1975), Em Verso E Prosa(1976), Os Bons Sambistas Vão Voltar (1977), Aniversário do Tarzan (1978), Clima Total (1979), Os Originais do Samba (1981), Canta, Meu Povo, Canta(1983).

Confiram Os Originais do Samba num pot-pourri de sucessos de Roberto Carlos:


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Em 1969 festival Woodstock moldava uma geração



O primeira edição do Woodstock aconteceu entre os dias 15 e 18 de agosto de 1969, há quase quarenta anos. Na época, aqueles jovens com ideologias de paz, amor livre e boa música não poderiam imaginar que o evento seria um divisor de águas para a música e o símbolo contracultural de uma geração.

Idealizado por  Michael Lang ao lado de seus sócios, o evento tinha um projeto arriscado: um sítio em Nova York com capacidade para mais de 100 mil pessoas foi alugado pela organização do evento, que disponibilizou 200 mil ingressos – boa parte deles foi vendida dias antes. A produção esperava por 200 mil pessoas, mas não foi isso que aconteceu: meio milhão de jovens apareceram por lá, derrubando as cercas de produção e fazendo do Woodstock um evento gratuito – o que contribuiu mais ainda para a ideologia do festival como um todo.


Detalhe: os ingressos eram vendidos por $18 dólares (aproximadamente $75 dólares em valores atuais – nem de longe valores equiparáveis ao Coachella, por exemplo, que podem custar até mil dólares na área vip).

O line up da edição mais icônica do Woodstock é de dar inveja: The Who, Santana, Jefferson Airplane, Joe Cocker e Jimi Hendrix foram alguns dos nomes que tocaram nos três dias do evento. Janis Joplin fez o show mais icônico de sua carreira, chamando a atenção de toda a América para a sua voz potente e presença de palco impressionante.


Artistas como The Beatles, Joni Mitchell e The Doors foram cotados para tocar, tendo recusado por motivos distintos (Mitchel, por exemplo, não tocou para poder participar de um programa de TV). Ninguém imaginaria que o evento tivesse tanta representatividade – não é preciso nem dizer que esses artistas se arrependeram da decisão depois, né?!

Para comemorar uma das eras de ouro do rock’n'roll, selecionamos 3 momentos marcantes da edição de 1969. É pra dar play e viajar no tempo!


1. Joe Cocker – With A Little Help From My Friends

Joe Cocker fez um dos covers mais conhecidos deste clássico dos The Bleatles, uma versão que é celebrada até hoje.


3. Richie Havens – Freedom
Richie Hevens foi o responsável por abrir os shows do Woodstock, e sua apresentação já levantou o público logo de cara (como dá pra ver nesse vídeo).


Nem a chuva, muito menos o lamaçal e tampouco o excessivo uso de substâncias entorpecentes transformaram a festa em baderna generalizada. A julgar pelo número de presentes, a frieza das estatísticas mostra que o índice de incidentes foi mínimo. Equalizado com as ideologias e anseios da juventude dos anos 60, o evento satisfez a maioria dos presentes e deixou um saldo mais do que positivo. Independente dos shows, a harmonia social apresentada pelo público fez do Woodstock um dos grandes momentos culturais do século XX.



Fonte: www.cifraclubnews.com.br

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Dica: deixe sua cerveja supergelada em apenas 4 minutos


Tudo o que você vai precisar é de uma garrafa de cerveja – ou quantas garrafas você for beber, logicamente –, guardanapos e, claro, uma geladeira. Você vai enrolar a garrafa (pode ser lata também, fique tranquilo) no guardanapo e molhá-la com água da torneira. Em seguida, basta levar a garrafa para o congelador. Por quanto tempo a bebida deve ficar lá? Apenas quatro minutos.

É essa, na verdade, a grande faceta do truque: ele é realmente rápido. Não vale deixar a cerveja no congelador por mais de quatro minutos, hein! Nesse caso, a bebida começa a congelar e você não vai gostar tanto assim dela. Na dúvida, use um cronômetro.

Essa técnica funciona porque o guardanapo é muito fino e, quando molhado e levado ao freezer, congela muito rapidamente. A garrafa, quando em contato direto com uma substância congelada, fica cada vez mais gelada também. Simples assim.



Fonte: Informações mega curioso

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Ator francês ex-sex symbol Alain Delon anuncia fim da carreira, aos 81 anos

 Alain Delon no Festival de Cinema de Cannes, em 2013
Foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP

Alain Delon, de 81 anos, lenda do cinema francês e europeu, anunciou nesta terça-feira, 9, que irá pôr fim à sua carreira após seu último filme e uma peça de teatro.

– Eu tenho a idade que tenho. Fiz a carreira que fiz. Vou fechar o ciclo com um filme e uma peça de teatro magníficos. Não é o fim de uma vida, mas de uma carreira – disse o ator à AFP nesta terça.

Alain Delon em cena de "rocco e seus irmãos" em 1960 do cinesta Luchino Visconti

Delon participou de pelo menos 80 filmes em 50 anos de carreira e foi dirigido por grandes cineastas, como Jean-Pierre Melville, Luchino Visconti, Joseph Losey, ou Michelangelo Antonioni. Seus papéis em Rocco e Seus Irmãos, O Leopardo, O Samurai, entre outros, marcaram a história do cinema.

No final do ano, Delon vai rodar um filme sob a direção do francês Patrice Leconte. A nova produção chega às telonas em 2018. Ele estrela o filme com Juliette Binoche.

– Será uma bela história de amor. Ainda não há título, mas meu personagem vai se parecer um pouco comigo na vida: um homem da minha idade, caprichoso, furioso, mas que descobrirá o amor antes de partir – afirmou.

Delon disse esperar que a produção seja selecionada em Cannes, "para voltar e se despedir" do maior festival de cinema do mundo.

– Depois desse último filme, acabarei minha carreira com uma magnífica obra de teatro escrita por mim mesmo, Le Crépuscule d'un fauve, de Jeanne Fontaine – contou.

Nos últimos anos, Delon se envolveu em polêmicas por conta de suas posições a favor do partido da extrema-direita francesa Frente Nacional ou suas declarações sobre a homossexualidade, a qual ele considera "contra as leis naturais".





Fonte:zh.clicrbs.com.br