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sábado, 13 de agosto de 2016

Na época do Brasil colonial, lei permitia que marido assassinasse a própria mulher

Jorge Amado abre o clássico Gabriela, Cravo e Canela narrando o aflitivo momento em que o fazendeiro Jesuíno Mendonça flagra a mulher, dona Sinhazinha, na cama com o dentista Osmundo Pimentel e, sem hesitar, executa os dois a tiros. Para a Ilhéus dos anos 20, o marido traído estava coberto de razão:

Uma família brasileira do início do século 19 retratada por Jean-Baptiste Debret: mulher submissa ao marido. Foto: Reprodução/Jean-Baptist Debret

“E toda aquela gente terminava no bar de Nacib, enchendo as mesas, comentando e discutindo. Não se elevava voz — nem mesmo de mulher em átrio de igreja — para defender a pobre e formosa Sinhazinha. Mais uma vez o coronel Jesuíno demonstrara ser homem de fibra, decidido, corajoso, íntegro”.

Embora seja ficcional, Gabriela se baseia em elementos da realidade daquela época. O Brasil evoluiu, mas certos comportamentos arcaicos não acompanharam. Em pleno século 21, a violência contra a mulher, das surras aos assassinatos, atinge índices chocantes. Trata-se de uma “arraigadíssima tradição patriarcal”, segundo a historiadora Mary del Priore, autora de Histórias Íntimas —sexualidade e erotismo na história do Brasil (editora Planeta):

— Na Colônia, no Império e até nos primórdios da República, a função jurídica da mulher era ser subserviente ao marido. Da mesma forma que era dono da fazenda e dos escravos, o homem era dono da mulher. Se ela não o obedecia, sofria as sanções.
As sanções eram pesadíssimas. Os arquivos paroquiais dos séculos 18 e 19 estão ­repletos de relatos de senhoras que apanhavam com varas cravejadas de espinhos, que eram obrigadas a dormir ao relento, que ficavam proibidas de comer por vários dias e até que eram amarradas ao pé da cama enquanto o marido, no mesmo aposento, deitava-se com a amante. As esposas eram tão brutalizadas que os bispos, em certos casos, atendiam-lhes as súplicas e concediam a separação de corpos.

Homicídio autorizado

A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por meramente suspeitar de traição — bastava um boato. Previa-se um único caso de punição. Sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia ser condenado a três anos de desterro na África.

No Brasil República, as leis continuaram reproduzindo a ideia de que o homem era superior à mulher. O Código Civil de 1916 dava às mulheres casadas o status de “incapazes”. Elas só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa se tivessem a autorização expressa do marido.
— O Brasil de hoje não é o Brasil do passado, mas o controle do homem sobre a mulher persiste na memória social — explica Lia Zanotta, do Departamento de ­Antropologia da Universidade de Brasília (UnB).


Assim, não se devem enxergar os índices epidêmicos de violência contra a mulher como resultado de transtornos psicológicos ou famílias desestruturadas. Não há nada mais falacioso do que se creditarem espancamentos e assassinatos ao alcoolismo puro e simples, por exemplo. O homem que abusa da bebida normalmente não ataca o amigo de bar nem agride o vizinho. O alvo é, premeditadamente, a mulher.

Mais do que individual, a violência doméstica é um fenômeno histórico e social. O conceito de que o homem é superior, deve subjugar a mulher e não permitir que ela decida sobre a própria vida foi construído e solidificado ao longo dos séculos e se mantém até hoje, permeando toda a sociedade. Fatores como bebida, droga, ciúme e desemprego são meros estopins.

— O homem é criado para não ter medo, não levar desaforo para casa, ser o provedor da família e não demonstrar sentimento nenhum, com exceção da raiva. Que menino nunca foi repreendido pelo pai com a ordem “seja homem”? A mulher é criada ao contrário. Segundo essa criação, ele manda e ela obedece. Ainda somos uma sociedade machista — afirma Carlos Eduardo Zuma, diretor do Instituto Noos, uma ONG de direitos humanos localizada no Rio.

Com a maior naturalidade, o machismo é ensinado diariamente dentro dos lares. Acabado o jantar, os meninos estão liberados para ver TV, mas as meninas precisam lavar a louça. No fim de semana, os adolescentes podem ficar na rua até altas horas, enquanto as jovens têm horário para estar em casa. O pai se enche de orgulho quando ouve que o filho está namorando, mas fica profundamente contrariado quando quem está de namoro é a filha. Para não mencionar as situações em que a mulher é maltratada pelo marido diante dos filhos — exemplo que eles reproduzirão nos próprios relacionamentos no futuro.

Legado dos vikings

A Islândia é apontada por diversos estudos internacionais como o melhor país do mundo para as mulheres — em todos os aspectos. A taxa de homicídios femininos, por exemplo, é zero. Não há diferença significativa entre o salário dos homens e o das mulheres. Na ilha, o machismo é abominado.
O invejável patamar de civilidade serve para confirmar que a violência contra a mulher é, sim, uma questão histórica e social. Na era dos vikings, mil anos atrás, enquanto os homens se lançavam ao mar, eram as mulheres que tinham a responsabilidade de manter a ilha funcionando. Elas jamais foram vistas como inferiores. Não por acaso, a Islândia foi, em 1980, o primeiro país do mundo a eleger uma presidente mulher, Vigdís Finnbogadóttir — que, além de tudo, era mãe solteira.

Em 2010, num baile funk no Rio, o jogador de futebol Adriano e a namorada protagonizaram uma briga espetacular, com pedradas e empurrões. Poucos dias depois, o goleiro Bruno Fernandes saía em defesa do colega de equipe:

Cena do vídeo em que Eliza Samudio vai a delegacia da mulher, em 2009, prestar queixa contra o goleiro Bruno: assassinada meses mais tarde. Foto: Reprodução/Jornal Extra

Qual de vocês [jornalistas] que é casado e nunca brigou com a mulher? Que nunca saiu na mão com a mulher? É um problema pessoal do cara. Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher.
A fala de Bruno foi reveladora e desastrosa. Reveladora por escancarar um comportamento que é generalizado (a violência doméstica), mas raramente confessado. E desastrosa por apresentar esse comportamento como natural. O tom quase inocente da declaração foi um sinal claro de o quanto o machismo está enraizado na sociedade. Meses depois, o goleiro se veria enredado no assassinato de Eliza Samudio, sua ex-amante.

Mansão e favela

A superioridade física dos homens vem desde os primórdios da espécie humana. Segundo investigações científicas, o vigor masculino se justifica — ironicamente — pela necessidade de conquistar as mulheres. Levava vantagem no cortejo da fêmea o macho que se mostrava forte o suficiente para, primeiro, derrotar os demais pretendentes e, depois, garantir a sobrevivência da família. Pela lei da seleção natural, só os mais robustos se perpetuaram. O problema é que, desde então, muitos se aproveitam da força herdada dos ancestrais para dominar as mulheres.

De acordo com as delegacias especializadas na violência doméstica, as partes do corpo que os homens mais atacam são o rosto e os seios. Há casos de homens que ferem a testa da companheira usando marcador incandescente de gado. Com esses alvos, o objetivo subjacente é destroçar-lhes a autoestima e impedi-las de serem desejadas por outro homem — assim, ficam presas ao agressor para sempre.

No ano passado, rodaram o mundo fotos em que a cantora pop Rihanna aparecia com a face deformada pelos murros do namorado, o cantor de rap Chris Brown. É um exemplo que derruba os estereótipos. Ambos são famosos, ricos, esclarecidos e vivem nos Estados Unidos, país particularmente intolerante à violação das leis.

Não existe um perfil clássico do homem agressor nem da mulher agredida. A violência doméstica não tem classe social. Ocorre nos bairros nobres e nas favelas. Não tem escolaridade. Humilha tanto as mulheres pós-graduadas quanto as que mal sabem assinar o nome. Não tem raça. Indistintamente, fere brancas, negras, orientais e índias. Não tem país. Homens avançam sobre suas companheiras das regiões mais miseráveis da África às mais desenvolvidas da Europa.

Há tempos, o direito de matar a mulher, previsto pelas Ordenações Filipinas, deixou de valer. O machismo, porém, sobreviveu nos tribunais. O Código Penal de 1890 livrava da condenação quem matava “em estado de completa privação de sentidos”. O atual Código Penal, de 1940, abrevia a pena dos criminosos que agem “sob o domínio de violenta emoção”. Os “crimes passionais” — eufemismo para a covardia — encaixam-se à perfeição nessas situações.

Atendimento na Delegacia da Mulher de Brasília: serviço ainda escasso. Foto: Arthur Monteiro/Agência Senado

Caso Doca Street

Em outra bem-sucedida tentativa de aliviar a responsabilidade do homem, os advogados inventaram o direito da “legítima defesa da honra”. O caso mais emblemático foi o do playboy Doca Street, que em 1976 matou a tiros a jovem e bela Ângela Diniz, em Búzios (RJ). O primeiro julgamento foi em 1979. A defesa a acusou de traição e a classificou de “mulher fatal”. A estratégia deu certo. Doca Street saiu livre do tribunal e chegou a ser aplaudido na rua. Anos mais tarde, ele admitiria ter se sentido constrangido com a absolvição. Em 1981, por pressão dos movimentos feministas, voltou a ser julgado e só então foi para a prisão.

Advogados até hoje invocam a “legítima defesa da honra”. Se vivesse hoje, Jesuíno Mendonça, o coronel assassino de Gabriela, Cravo e Canela, teria chance de livrar-se da prisão.

O machismo é uma praga histórica. Não se elimina da noite para o dia. A criação da Lei Maria da Penha, em 2006, prevendo punição para quem agride e mata mulheres, foi um primeiro e audacioso passo. Antes, muitas brasileiras não denunciavam porque sabiam que seriam ignoradas pelas autoridades. E muitos brasileiros agiam com absoluta tranquilidade porque davam a impunidade como certa.

— Em 2013, tivemos dois julgamentos históricos. O goleiro Bruno foi condenado pelo assassinato de Eliza Samudio. E o policial Mizael Bispo de Souza, pela morte de Mércia Nakashima. Até pouquíssimo tempo atrás, isso seria inconcebível no Brasil — diz Jacira Melo, diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão.

O segundo passo contra o machismo é a educação. Pelo Brasil afora, no mesmo estilo dos Alcoólicos Anônimos, há grupos de ajuda para mulheres que não conseguem se desvencilhar dos companheiros violentos e outros para homens que não sabem refrear o ímpeto de agredir as companheiras. Mas o tipo de educação que mais dá frutos é a que se ensina na escola. Afirma Maria da Penha Fernandes, a mulher que dá nome à lei:
— O que muda o comportamento da sociedade é a educação. Temos que ensinar a nossos filhos desde pequenos, na escola, que a mulher merece respeito. Antes, ninguém usava o cinto de segurança. Hoje, a primeira coisa que a criança faz ao entrar no carro é avisar ao pai que ele precisa pôr o cinto. Quando ela crescer, nem sequer passará por sua cabeça não usar o cinto. Na violência contra a mulher, a lógica é a mesma. Tenho fé que lá na frente os homens aceitarão as mulheres como iguais. Nesse momento, a Lei Maria da Penha se tornará desnecessária.

Ricardo Westin e Cintia Sasse


Fonte:www12.senado.leg.br

sábado, 30 de julho de 2016

Mais de 2,3 milhões de jovens de 16 e 17 anos poderão votar nas Eleições 2016

No próximo dia 2 de outubro, 2.311.120 eleitores de 16 e 17 anos, para os quais o voto é facultativo, poderão escolher os prefeitos e vereadores que os representarão nos próximos quatro anos. O número representa 1,60% do total do eleitorado apto (144.088.912 eleitores) a participar das Eleições Municipais 2016 e é maior do que os 1.638.751 eleitores (1,14% do total à época) que puderam votar no pleito de 2014. As estatísticas atuais do eleitorado brasileiro podem ser consultadas no Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet.



Segundo os dados divulgados pelo TSE, estão aptos a votar nestas eleições 833.333 jovens de 16 anos e 1.477.787 de 17 anos. O maior crescimento absoluto no número de jovens nessa faixa etária foi no município de Manaus, que, em relação a 2012, ganhou 4.815 eleitores (aumento de 25,76%). Já o maior crescimento relativo ocorreu na cidade de Cajueiro (AL): com novos 259 eleitores de 16 e 17 anos, foi registrado um aumento de 90,56% para essa faixa etária.

Apesar do crescimento em relação às últimas eleições, as estatísticas revelaram uma queda no número de jovens eleitores em comparação com o pleito municipal de 2012. Naquele ano, mais de 2,9 milhões de eleitores de 16 e 17 anos (2,10% do total do eleitorado à época) puderam votar.

Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, é possível que a redução no número de eleitores jovens esteja relacionada a uma “certa descrença em relação à política”. Além disso, segundo o ministro, “talvez os partidos também não deem a devida valorização e não dediquem energia a captar e incentivar essa juventude eleitora a passar nesse processo”.

“Estamos fazendo todo o esforço no sentido de aumentar o engajamento da população, porque é isso que legitima o processo democrático, como também nos preocupamos muito com a falta e presença nas urnas. Acho que isso também é um movimento de deslegitimação e, por isso, queremos encorajar essa situação de todos os meios e modos adequados”, completa o presidente do TSE.

A Justiça Eleitoral (JE) desenvolve algumas iniciativas para incentivar o engajamento dos eleitores de 16 e 17 anos com a política, especialmente a fim de aumentar o número de jovens envolvidos com as decisões importantes para o país, começando pelo exercício do voto. Em março deste ano, o TSE realizou mais uma Semana do Jovem Eleitor, focada no alistamento eleitoral de jovens, e que contou com a veiculação de campanhas de conscientização no rádio, TV e redes sociais.

Outras iniciativas também são desenvolvidas por diversos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), como o Projeto Jovem Eleitor, que contempla diversas ações, campanhas e programas voltados a conscientizar e estimular a participação dos jovens nas eleições. Os programas do projeto são levados a escolas municipais, estaduais e federais. Eles incentivam a participação política consciente e ressaltam a importância cívica do voto dos jovens para o fortalecimento da Democracia no país.

Clique no mapa para saber se o TRE de seu estado desenvolve o Projeto Jovem Eleitor.




Fonte:cidadeverde.com



sexta-feira, 22 de julho de 2016

A História das Olimpíadas


Em cerca de 2500 a.C., os gregos realizavam festivais esportivos em honra a Zeus no santuário de Olímpia – o que originou o termo olimpíada.

Origem das Olimpíadas

O evento na Grécia Antiga era tão importante que interrompia até as guerras. Os nomes dos vencedores das competições começam a ser registrados a partir de 776 a.C. Participavam apenas os cidadãos livres, disputando provas de atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (que incluía luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores recebiam uma coroa de louros.

Mais tarde, os atletas se profissionalizam e passam a receber prêmios em dinheiro. As Olimpíadas perdem prestígio com o domínio romano na Grécia, no século II a.C. Em 392, o imperador Teodósio I converte-se ao cristianismo e proíbe todas as festas pagãs, inclusive as Olimpíadas.

A versão moderna dos festivais esportivos gregos é realizada, pela primeira vez, em 1896, em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy (1863-1937), o barão de Coubertin. Participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, halterofilismo, luta livre, natação e tênis. Os vencedores são premiados com medalha de ouro e ramo de oliveira. Adota-se o termo “olimpíadas”, no plural, pois na competição cada modalidade é encarada como uma olimpíada em separado.

Nas Olimpíadas seguintes, realizadas em Paris, em 1900, a falta de infra-estrutura e de divulgação tornam os Jogos um fracasso. Em 1904, as Olimpíadas de Saint Louis chegam a durar quase cinco meses.


História das Olimpíadas: Política e esporte

Na Era Moderna, as Olimpíadas servem de palco para manifestações políticas, apesar de seu objetivo de promover a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, o chanceler alemão Adolf Hitler recusa-se a reconhecer as vitórias do atleta norte-americano negro Jesse Owens, ganhador de quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas de Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro mata 11 atletas de Israel.

Até o fim da Guerra Fria ocorrem vários boicotes às Olimpíadas por motivos políticos. Os EUA, por exemplo, não participam dos Jogos de Moscou, em 1980, em protesto contra a invasão do Afeganistão. Os soviéticos, por sua vez, recusam-se a disputar as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, alegando problemas de segurança. Apenas em Barcelona (1992) a competição volta a contar com a maioria dos países.

História das Olimpíadas: Deuses e Homens

Os gregos inventaram os Jogos Olímpicos há mais de 3 mil anos. Durante esse tempo, muitas histórias foram criadas para explicar como surgiu um dos eventos esportivos mais importantes do mundo.

Uma delas diz que Hércules, filho de Zeus, o deus supremo, matou um homem em um dia difícil, por um motivo bobo. Arrependido, ele criou as Olimpíadas para pedir desculpas ao pai e aos outros deuses.

Na verdade, os gregos inventaram os jogos para exibir suas habilidades e agradar aos deuses do Olimpo, um monte sagrado que era a morada das antigas divindades gregas. Criaram então quatro grandes festas, das quais as Olímpias – que aconteciam na cidade de Olímpia, onde havia um templo dedicado a Zeus – eram as mais importantes. O primeiro registro desses jogos é de 776 a.C. (antes de Cristo).

Os gregos foram impedidos de continuar a festa quando os romanos dominaram a Europa, por volta do século II antes de Cristo.

Os implicantes romanos achavam que as Olimpíadas não tinham a menor importância e que os gregos deviam trabalhar para eles… como escravos!

Os jogos entraram em decadência, até que um imperador mandou derrubar os templos e o estádio de Olímpia.

A origem dos Jogos e espetáculos atléticos remontam ao terceiro milênio a.C.

No Egito a atividade desportiva era praticada por todas as classes sociais, tendo o atletismo o objetivo de espetáculo popular, que se aproximava um pouco do do circo moderno, e os exercícios atléticos estavam ligados a um conjunto de práticas sócio-religiosas.

Nas Ilhas do Mar Egeu e Creta o espírito atlético surge por volta dos anos 1500 a.C. De entre os Jogos mais praticados salientam-se a acrobacia, o boxe, a luta, o volteio na corda bamba acima de um touro. Estes Jogos tinham lugar num recinto preparado para o efeito – uma arena, e estas provas atléticas estavam também relacionadas com cerimônias religiosas.

Em Micenas o atletismo teve uma grande amplitude, desenvolvendo-se variadas manifestações desportivas quer por ocasião de festas religiosas em honra de um deus quer nas cerimônias dedicadas a um herói morto. Os Micênicos criaram novos jogos, como a corrida a pé e as corridas de carros. É com estes jogos que surge a noção de competição.

É na Era Homérica e pós-Homérica que o desporto se instala nos hábitos de vida das pessoas. Os exercícios que tinham aplicação militar foram objeto de verdadeiras provas entre os concorrentes. A sociedade tinha em alta estima o atletismo e os atletas e o desporto determinou o nascimento de uma aristocracia – somente os melhores participavam nas competições. Para Homero, o herói ideal possuía força física e mental, era inteligente, bravo e possuidor de caráter. Os Jogos eram organizados visando o simples prazer do esforço físico, da proeza e da vitória.

A prática desportiva tornou-se parte integrante na educação grega em que o ideal a alcançar era o homem belo e nobre (Kalos Kagatos), o homem consumado ou perfeito referenciado por

Sófocles, Platão e Xenofonte. Surge nesta altura a idéia de se alcançar um equilíbrio harmonioso entre o corpo e o espírito, e a música, o canto e a dança constituíram também complementos da formação do adolescente. Os primeiros ginásios surgem em Atenas no séc. sexto.

Na maioria das religiões da Antiguidade o mundo terrestre é uma representação do cosmos. Assim sendo, os homens da Grécia criaram os heróis e deuses da sua mitologia com as características, atitudes e atividades próprias da natureza humana e os encontros atléticos foram projetados para um plano divino e às competições desportivas foi dada uma feição sagrada.

Os jogos Olímpicos

A chamada Era Olímpica foi caracterizada pelo espírito de competição e todos os gregos podiam participar nos Jogos.

As festas desportivas abertas a todos os povos gregos foram chamadas de manifestações pan-helênicas. Os Jogos foram instituídos, alguns mensalmente outros anualmente e outros de 4 em 4 anos. Fora de Olímpia, os centros atléticos mais célebres foram Delfos (Jogos Píticos), Corinto (Jogos Ístmicos) e Neméia (Jogos Nemeos).


Mas nenhuma destas competições pode igualar a dimensão e celebridade dos Jogos de Olímpia realizados de 4 em 4 anos nos meses de Agosto e Setembro (época das colheitas) e no período em que decorriam eram feitos acordos de paz – a Trégua (todas as hostilidades entre as cidades relacionadas com as provas eram interrompidas durante a realização dos Jogos). O território dos Jogos, Elida, era declarado neutro, inviolável e sagrado. A origem mítica dos Jogos está ligada, para uns, ao mito de Zeus, para outros aos seus filhos Apolo ou Hércules. Mas a sua origem está estreitamente ligada ao culto dos deuses e dos heróis e à vontade de celebrar os seus combatentes.

As provas decorriam no Estádio e no Hipódromo e constavam das seguintes atividades: corridas de velocidade e de fundo; o pentatlo (corrida, salto em comprimento, lançamento do disco, lançamento do dardo e luta); o pancrácio (com todos os golpes da luta e do pugilato); corridas de cavalos e de carros (inclusão na 25ª Olímpiada).

Aos vencedores das provas era atribuída, como recompensa, uma coroa de oliveira (árvore da paz). Mas a vitória era sinal de favor divino e assim o vencedor era considerado como um eleito dos deuses, sendo a sua maior recompensa a de ficar na memória coletiva da Grécia.

Os ideais que norteavam os Jogos vão ser desvirtuados com a conquista da Grécia pelos Romanos. A corrupção, os prêmios monetários, a preferência por espetáculos de grande violência acabaram por minar os ideais olímpicos e a pretexto de os Jogos serem manifestações pagãs, o Imperador Teodósio proibiu a sua celebração no ano de 393 d.C. A última Olimpíada da Antiguidade, a 287ª, decorreu no ano 369 d.C.

Os Jogos que durante mais de 12 séculos foram um fator de unidade da civilização Grega chegaram ao fim, sem glória.

Os Jogos que durante mais de 12 séculos foram um fator de unidade da civilização Grega chegaram ao fim, sem glória.

Jogos Olímpicos da Era Moderna

Nas últimas 3 décadas do século XIX, começam a surgir movimentações desportivas, nomeadamente o atletismo. Competições locais e campeonatos organizam-se por todo o lado. Esta moda de costumes é aproveitada por Pierre de Coubertin.

Em 1886 o barão Pierre de Coubertin escreve os primeiros artigos sobre a educação desportiva, com o desejo de desenvolvimento do movimento desportivo nos liceus e colégios de França.

Em 1889 sonha com o restabelecimento dos Jogos.

Em 1894 convoca um congresso em Paris, do qual resultou a fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI), e a revitalização dos Jogos Olímpicos “adaptados à Era Moderna, ajustando-se à antiguidade clássica e com base internacional”.

Os primeiros  Jogos Olímpicos da Era Moderna  tiveram lugar em Atenas, em 1896, celebrando-se, desde então, de 4 em 4 anos, com interrupções em 1916 e 1939-1945 devido às grandes guerras mundiais.

Somente 14 países estiveram presentes com 245 atletas em 13 modalidades desportivas, tendo sido utilizado o estádio construído todo em mármore e desenhado por Licurgo no ano 350 a.C.

O ideal Olímpico restaurado visava a fraternidade dos povos.

Na sessão inaugural, também estabelecida por Coubertin, desfilam as delegações dos países participantes e as suas bandeiras, faz-se a proclamação da abertura dos Jogos, iça-se a bandeira olímpica ao mesmo tempo que se toca o hino olímpico, acende-se a pira olímpica com um simbolicamente aceso em Olímpia e levado de mão em mão pelos corredores até ao estádio e fazem-se os juramentos olímpicos (atletas e juízes).

Aos vencedores das competições é concedida a subida ao pódio sendo-lhes entregue diplomas e medalhas para o 1º, 2º e 3º classificados por membros do COI. Segue-se o hastear das bandeiras das nações dos vencedores e ouve-se o hino nacional do 1º classificado.

A cerimônia final efetua-se no final da última competição no estádio. Tornam a desfilar os participantes e suas bandeiras e o presidente do COI declara os Jogos encerrados, convidando a juventude de todos os países a voltar a reunir-se 4 anos mais tarde, na cidade já escolhida. Depois do soar das trombetas é arreada a bandeira olímpica e entregue ao edil da cidade eleita para os próximos Jogos.

As Olimpíadas de Inverno (começaram em 1924) que deviam realizar-se em 1996, tiveram lugar no ano de 1994, em Lilimaier, de modo a que de futuro a sua realização ocorra, alternadamente, com os Jogos de Verão.

Por:Messias Rocha de Lira



Fonte:www.coladaweb.com

terça-feira, 19 de julho de 2016

Relacionamentos em tempos de: WHATSAPP


Já parou para pensar em quanto você conversa com seu amor via whatsapp e o quanto se falam de fato pessoalmente? Ainda não? Então pense nisso no seu relacionamento. Porque aposto que você já resolveu a vida de vocês via chat no celular. Negue se for capaz.

É claro que não dá para falar tudo que queremos, mas se desse, certamente falaríamos. E tem gente por aí terminando namoro via chat, twitter e zap zap. Isso ainda causa espanto na maioria, graças a Deus, mas, o pior é encontrar uma criatura que nos faça isso um dia. Mas não é só de desilusão que vivem os aplicativos de bate-papo.

O fato é que o whatsapp pode ser um grande aliado tanto para quem está namorando, casado e demais estados civis, quanto para quem está solteirinho da silva.

Quem é que não gosta de receber uma mensagem romântica, ou mesmo bem safada no meio do expediente? Quem é não gosta de poder falar algo bem pessoal sem amarras, e sem precisar falar ao telefone, com outras pessoas ouvindo? Todo mundo gosta. Esse sem dúvida é um benefício e tanto.

Se há quem não saiba usar, claro que há, aí é outro negócio. A gente não pode ter certeza do bom senso e respeito das pessoas, infelizmente, em se tratando de relacionamento, seja sexual ou não, todos nós caímos num grande caldeirão onde tudo se mistura e fica cada vez mais difícil distinguir de cara quem é que vale a pena, e que não.

E pensando bem, é mancada nossa pensar em colocar tanto peso numa opinião tirada por um bate-papo, melhor mesmo é o bom e velho "dar a cara a tapa" e se conhecer pessoalmente, sem filtro. Aí sim, as conversas via celular serão realmente legais.




Fonte:www.vilamulher.com.br

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Os Anos 50


Os anos 50 foram marcados por grandes avanços científicos, tecnológicos e mudanças culturais e comportamentais. Foi a década em que começaram as transmissões de televisão, provocando uma grande mudança nos meios de comunicação. No campo da política internacional, os conflitos entre os blocos capitalista e socialista (Guerra Fria) ganhavam cada vez mais força. A década de 1950 é conhecida como o período dos "anos dourados".

Esportes

- Realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 1950. O Uruguai sagrou-se campeão após vencer a seleção brasileira, em pleno Maracanã, pelo placar de 2 a 1.

- A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) organiza o primeiro Campeonato Mundial de Formula 1, em 1950.

- Em fevereiro de1951, começam os primeiros Jogos Pan-Americanos. O evento esportivo ocorre na Argentina.

- Realização das Olimpíadas de Helsinque na Finlândia (1952).

- A Alemanha torna-se campeã da Copa do Mundo de Futebol na Suíça (1954).

- Juan Manuel Fangio torna-se bicampeão mundial de Formula 1.

- Em 29 de junho de 1958, o Brasil torna-se, pela primeira na história, campeão da Copa do Mundo de Futebol. O evento ocorreu na Suécia.

Principais acontecimentos dos Anos 50



Ciência e Tecnologia

- Em 1957, o Sputinik II coloca em orbita da Terra o primeiro ser vivo, a cadela Laika.

- Em 1953, Francis Crick e James Watson apresentam a descrição da estrutura do DNA.

- Criação da NASA em 20 de julho de 1958.

Comunicações

- A TV Tupi, inaugurada em setembro de 1950,  é o primeiro canal de televisão da América Latina.

- Lançamento do primeiro satélite, o Sputinik I (1957).

Guerras e Conflitos

- Começa a Guerra da Coreia em 25 de junho de 1950. A guerra termina em 27 de julho de 1953.

- Em plena Guerra Fria é assinado, em 1955, o Pacto de Varsóvia (tratado de defesa militar que envolvia os países socialistas do leste europeu, comandados pela União Soviética).

- Em 1959, ocorre a Revolução Cubana. O líder da revolução, Fidel Castro, torna-se presidente de Cuba.

- Começa, em 1959, a Guerra do Vietnã.

- Em 1950,  a Líbia se torna independente da Itália.

- Criação do Pacto de Varsóvia, em 1955, bloco militar integrado pelos países socialistas sob comando da União Soviética.

Cultura e Arte

- No dia 20 de outubro de 1951, é inaugurada a I Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Política

- Em 6 de fevereiro de 1952, Elizabeth II torna-se rainha da Inglaterra.

- Em 24 de agosto de 1954, ocorre o suicídio do presidente do Brasil Getúlio Vargas.

- Em 16 de setembro de 1955, um golpe militar na Argentina tira do poder o presidente Juan Perón.

- Em outubro de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) é eleito presidente do Brasil.

Economia

- Criação da empresa estatal Petrobrás, em 1953.

- Assinado o Tratado de Roma, em 1957, estabelecendo a Comunidade Econômica Europeia (CEE).

Música

- Com muito rock e um estilo dançante, Elvis Presley começa a fazer sucesso em 1956.

- O estilo musical brasileiro Bossa Nova começa a fazer sucesso. Os maiores representantes deste movimento foram: Tom Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto.

- No final da década de 1950, é formada a banda de rock Beatles.





Fonte:www.suapesquisa.com