A Zeno.FM Station
WEB RÁDIO ÉPOCAS

.

sábado, 19 de março de 2016

Aplicativo Web Rádio Épocas para celular


Instale nosso aplicativo para celular e ouça Web Rádio Épocas onde estiver. Clique na imagem acima para baixar o aplicativo, na janela que abrir salve e instale facilmente no seu celular.
Estamos 24 horas levando para você os grande sucessos dos velhos e bons tempos, no nosso site você pode fazer seu pedido musical e ler nossas publicações. www.webradioepocas.com.br

domingo, 13 de março de 2016

Encenação da 'Paixão e morte de Cristo' 2016 ao vivo em Fama-MG


Venha participar de momentos de fé e conversão.
Encenação da "Paixão e morte de Cristo" ao vivo em Fama-MG.

Dia 25/03/2016 - Sexta-Feira Santa as 19:00 horas.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Alessandro Penezzi: O talento de um mestre e seu violão


Alessandro dos Santos Penezzi (Piracicaba, 19 de fevereiro de 1974) é um compositor, arranjador, professor e instrumentista brasileiro. Violonista clássico (erudito) e popular, usando violão de 6 (seis) e 7 (sete) cordas. Multiinstrumentista, toca vários instrumentos musicais como cavaquinho, bandolim, violão tenor, flauta transversal, flautim (flauta de lata), contra-baixo, guitarra, banjo, craviola, viola caipira e percussão


Alessandro Penezzi - Odeon



Alessandro Penezzi's Full concert at Colorado Brazil Fest 2014 (July 31st)
Song List:



Biografia

Penezzi foi criado no Bairro Alto em Piracicaba, cidade do interior do Estado de São Paulo, no meio das rodas de sambistas, chorões e seresteiros.

Influenciado pelo avô materno, Francisco Ernesto dos Santos, conhecido como Chico Puvi, cujo apelido é nome de passarinho, devido suas destrezas no bandolim e violão, e também pela mãe Vera, e pela tia Rosa, que sempre gostaram de tocar violão em festas da família.

Alessandro Penezzi é filho de Walkir Pereira Penezzi (músico), e conseqüentemente neto de Benedita Pereira Penezzi (Ditinha Penezzi - in memoriam), figura histórica da cidade de Piracicaba.

Aos 7 anos, Alessandro Penezzi começou estudar acompanhamento de violão perto de sua casa, com Dona Sílvia, e aos 9 iniciou o estudo do violão por tablatura com Carlos Coimbra e seu filho Coimbrinha. Após algum tempo, Coimbra ao perceber que não havia mais o que ensinar para o garoto, indicou o professor de Violão Clássico Sergio Napoleão Belluco. Alessandro acompanhado de sua mãe, omitiu sua idade de 10 anos, dizendo que completara 12, para poder estudar com o mestre que estipulava esta idade como a mínima para o aprendizado do instrumento, pois no ano anterior o mestre já o tinha recusado.

Seu mestre Belluco, vendo seu potencial e sua facilidade, colocou-o como integrante do seu regional de choro Conjunto Som Brasileiro, como solista. Agora, além do violão Clássico, Alessandro estudava sério o cavaquinho, o bandolim, dos quais já tinha algum conhecimento, o violão tenor e posteriormente os instrumentos de sopro. Nessa época chegou a ter decorado mais de 400 choros.

Estudou também com Jair Teodoro de Paula, no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí "Dr. Carlos de Campos", e flauta com João Dias Carrasqueira (SP), pai de Toninho Carrasqueira.

Cursou violão popular na Unicamp, e foram seus professores Marcos Cavalcanti e Ulisses Rocha.

Formou-se em violão erudito em 1997 pela Escola de Música de Piracicaba maestro Ernst Mahle, sob orientação do professor Sergio N. Belluco, e bacharelou em Música Popular pela Unicamp em 2005.

Lecionou na EMPEM; na EM&T - Escola de Música e Tecnologia; e ministrou cursos de extensão em violão brasileiro e cavaquinho na Unicamp.

Escreveu artigos para revistas especializadas como Guitar Player e Acústico.

Atualmente se aplica no desenvolvimento de seu trabalho solo individual e em conjunto com outros artistas, compondo, arranjando, gravando e fazendo apresentações. É professor, colunista da revista Violão Pró, ministra workshops de violão e choro, e é concertista com várias turnês pelo mundo.

Alessandro Penezzi foi casado três vezes, do primeiro relacionamento com Cristiane Farias teve os filhos Alexsander Penezzi(Choro para criança) e Cristian Penezzi(Pititi), ambos iniciando na carreira musical. Seu segundo casamento com a produtora Dayanna Abath gerou o belissimo chamamé valsa intitulado Dayanna, gravado por Yamandu Costa em seu cd Lida.Seu terceiro casamento com a biologa Ana Deckmann gerou Helena (Heleninha chegando) e aguardam um novo herdeiro para o fim de 2012.

É considerado por Arismar, como um músico que toca a vontade.

Turnês

Junto com o bandolinista Aleh Ferreira e o violoncelista Júlio Ortiz, formou o Trio Quintessência, que já fez turnês pela Rússia, Estados Unidos , Angola, África do Sul, Marrocos, Itália.

Alessandro Penezzi já se apresentou ao lado de grandes instrumentistas como: Yamandú Costa, Dominguinhos, Zimbo Trio, Danilo Brito, Carlos Malta, Ricardo Herz, Carlos Poyares, Toninho Ferragutti, Oswaldinho do Acordeon, Laércio de Freitas, Caíto Marcondes, Arismar do Espírito Santo, Oswaldinho da Cuíca, Naylor Azevedo “Proveta”, Maurício Carrilho, Luciana Rabello, Pedro Amorim, Joel Nascimento, Conjunto Época de Ouro, Rogério Caetano, Caio Marcio, Zé Paulo Becker, Marcello Gonçalves, Ted Falcon & Pablo Fagundes e Celso Pixinga. Foi solista das orquestras Jazz Sinfônica de São Paulo e a Filarmônica de São Bernardo do Campo. Acompanhou grandes nomes da música popular brasileira, como Beth Carvalho, Sílvio Caldas, Noite Ilustrada, Demônios da Garoa, Billy Blanco, Dona Ivone Lara, Dona Inah, Monarco, Nelson Sargento, Délcio Carvalho, Xangô da Mangueira, Riachão, Wilson das Neves, Francisco Petrônio, Wilson Moreira, Fabiana Cozza, Marília Medalha, Cristina Buarque e Mariana de Moraes.

Em 2005, fez parte da 2ª edição do Projeto Violões do Brasil, junto com Duo Assad (Sergio Assad & Odair Assaf), Badi Assad, Guinga, Paulo Bellinati, Marco Pereira, Zé Menezes, Fábio Zanon, Gilvan de Oliveira, Toninho Horta, João Lyra, Quarteto Maogani, entre outros. Ainda em 2005, lançou o CD Baba de Calango, com o grupo Choro Rasgado, do qual participa junto com Zé Barbeiro (7 cordas), Rodrigo Y Castro (flauta) e Roberta Valente (pandeiro). Este CD foi indicado ao Prêmio Tim em 2006. Obteve o 2º lugar no V Prêmio Nabor Pires de Camargo em 2006, acompanhado por Zé Barbeiro.

Em 2006, Alessandro foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro pela trilha musical da peça Gota d..Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, remontada pelo Grupo Breviário.

Em setembro de 2006, Alessandro lançou seu 2º CD solo Alessandro Penezzi, que contou com as participações especiais de Beth Carvalho, Yamandú Costa, Amélia Rabello, Oswaldinho da Cuíca, Quinteto em Branco e Preto, Arismar do Espírito Santo, e outros grandes músicos brasileiros.

Em 2007 gravou um CD em duo com a grande atriz do teatro brasileiro, Maria Alice Vergueiro, com músicas de Bertolt Brecht e Kurt Weill. No mesmo ano, participou do CD “Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim – convidado especial – Alessandro Penezzi”.

Em 2009, Alessandro Penezzi excursionou na América do Sul; E também foi convidado especial da produção do TENSAMBA FESTIVAL que ocorre há cinco anos nas Ilhas Canárias, em Santa Cruz de Tenerife, Espanha, que é voltado para música brasileira, para fazer apresentações do seu trabalho.

Apresentou-se num festival de jazz na Dinamarca com diversos outros artistas.

Em maio de 2010 se Apresentou novamente nos Estados Unidos, no Spolletto Jazz Festival.

Prêmios e indicações

2001 - Foi semifinalista do 4º Prêmio Visa MPB Instrumental, com o Trio Quintessência.
2004 - Recebeu o 3º lugar no III Prêmio Nabor Pires de Camargo. E foi um dos doze semifinalistas do 7º Prêmio Visa de Música Brasileira.
2006 - Recebeu indicação ao Prêmio Tim, pelo CD Baba de Calango, na categoria Revelação. Obteve o 2º lugar no V Prêmio Nabor Pires de Camargo, acompanhado por Zé Barbeiro. Ainda em 2006, Alessandro foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro, pela trilha musical da peça Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, remontada pelo Grupo Breviário, com direção geral de Heron Coelho.
2007 - Foi um dos selecionados no Programa Rumos Itaú Cultural Música 2007/2009. Ainda em 2007, foi jurado e apresentou-se no Festival Internacional de Guitarra Jazz Oscar Alemán 2007 em Resistência, Província Del Chaco, Argentina.
2009 - Na categoria Instrumental como melhor solista com o Cd "Sentindo", foi indicado para o Prêmio da Música Brasileira 2009, em homenagem a Clara Nunes.


Discos

1995: bancou junto com o Oitava Cor, do qual era integrante, e conduziu a produção do CD "Vem Pra Roda Sambar", incluindo composições de sua autoria.
1996: gravou o CD "Viva o Choro com o Conjunto Som Brasileiro", onde atuava como solista de flauta transversal, flautim (flauta de lata), bandolim, cavaquinho e violão tenor.
2001: lançou seu primeiro CD “Abismo de Rosas” com solos de violão.
2002: lançou “A Quintessência da Música” com o Trio Quintessência.
2005: lançou “Baba de Calango” com o Choro Rasgado, do qual participou Zé Barbeiro (violão sete cordas), Rodrigo Y Castro (flauta) e Roberta Cunha Valente (pandeiro). Este CD foi indicado ao Prêmio TIM em 2006.
2006: Alessandro lançou seu 2º CD solo “Alessandro Penezzi”, que contou com as participações de Beth Carvalho, Yamandu Costa, Amélia Rabello, Charles da Flauta, Roberta Cunha Valente, Julio Cerezo Ortiz, Milton Mori, Everson Pessoa, Maurílio, Magno, Tias Baianas Paulistas, Vitor Pessoa, Ivison Pessoa, Joãozinho do Cavaco, João Poleto, Alexandre Ribeiro, João Lenhari, Richard Armando, Aleh Ferreira, Nábia Vilella, Tito Gonzalez, Mário Vargas, Douglas Alonso, Luizinho Sete Cordas, Oswaldinho da Cuíca, Quinteto em Branco e Preto, Arismar do Espírito Santo.
2007: gravou um CD em duo com a grande atriz do teatro brasileiro, Maria Alice Vergueiro, com músicas de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
2007: participou do CD “Laércio de Freitas homenageia Jacob do Bandolim” como convidado especial.
2008: gravou o CD “Sentindo”, o título se deve ao 2º movimento de uma suíte em homenagem ao seu mestre, Sergio Napoleão Belluco, de Piracicaba, São Paulo.
Participou como instrumentista na gravação de diversos trabalhos musicais.



Fonte:https://pt.wikipedia.org

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Viagem no tempo: morra de saudades com 10 itens populares dos anos 80 e 90


Se você nasceu em meados dos anos 70 ou 80, então deve se lembrar de uma série de brinquedos, programas de TV, guloseimas e jogos que já não existem mais, mas deixaram muitas saudades. Pensando nisso,  decidimos fazer uma viagem no tempo — bem, fizemos uma busca e nos deparamos com vários arquivos sensacionais que você pode conferir nas fontes abaixo — e aproveite para “desenterrar” uma coleção de itens do passado.
 Quando começamos a selecionar os itens — e as lembranças daquela época começaram a aflorar —,  Então, caro leitor, dê uma olhadinha em uma coleção de coisas populares nos anos 80 e 90 que vai deixar muita gente morrendo de saudades:

1 – Meu Pequeno Poney



2 – Coleção de borrachas



3 – Baby, de “A Família Dinossauro”



4 – Balas Soft



5 – Mini Coca-Cola



6 – Aquaplay


Fichas de orelhão





8 – Bozo



9 – Guarda-chuvinha de chocolate



10 – Boneca Fofolete


sábado, 20 de fevereiro de 2016

O despertar da quarta idade e o poder grisalho



A primeira geração dos novos-velhos define, nos países desenvolvidos, um novo conceito de idoso. Nada de ficar mofando diante da televisão, de passar o tempo jogando baralho com os coetâneos, de preparar a mamadeira dos netos. Os novos-velhos viajam pelo mundo todo, lotam as universidades da terceira idade, lêem, estudam, se divertem, gostam de amor e sexo. E já constituem um importante segmento do mercado consumidor a chamar a atenção do marketing comercial em todas as áreas.

Aos 70, no embalo do rock'n roll.


Por: Luis Pellegrini


Meu amigo Lucca, em Roma, fez uma cara de desgosto. Sobre a sua mesa, diante de nossos olhos, os dois principais jornais da capital italiana comentavam na primeira página a notícia de mais dois homens idosos vitimados pelo Viagra. Um, com mais de setenta anos, morreu de infarto em plena atividade sexual, sob os efeitos desse novo remédio milagroso contra a impotência. O outro, na mesma faixa etária, teve um derrame cerebral. Parece que seu sangue, em vez de ficar retido apenas nos corpos cavernosos do falo, acabou paralisado também no interior da sua cabeça.

Lucca, como bom italiano, gesticulou e falou alto: “Mas o que eles queriam? Ter aos setenta o desempenho sexual dos vinte?” O tema deu, como se costuma dizer, pano para muitas mangas. Logo transcendeu os limites da sanha erótica de alguns vovôs para penetrar nas alturas de filosofias mais abrangentes. Edoardo, um outro amigo presente, de natureza mais ponderada, observou com sabedoria: “É preciso respeitar os ciclos naturais da vida”.

Deixar a vergonha de lado, rir muito e cultivar as amizades são segredos que ampliam a longevidade.

Nello, um terceiro amigo à mesa, entrou na conversa e extrapolou: “E esses políticos decrépitos, agarrados ao poder como velhos lobos a seus ossos? Por que não se aposentam e vão passear, para abrir espaço aos mais jovens?” Os ânimos esquentavam, pois na Itália tudo é motivo para debates acalorados. Lucca, então, lembrou que,  na Índia, a sabedoria milenar considera a existência de três fases fundamentais na vida de um homem. A primeira é a “fase do guerreiro”, em que a pessoa, ainda jovem, deve lutar para se afirmar diante do mundo e diante de si mesma, deve conquistar sua própria identidade, deve, enfim, transformar-se em alguém. Esta é, exatamente, a fase de muito trabalho e esforço. Depois, chega-se à “fase da consolidação”, quando se assume a responsabilidade de estar no mundo e de dar a sua contribuição pessoal para o mundo. É a fase onde o homem se casa, têm filhos, torna-se chefe do seu pequeno clã e se sacrifica por ele. Por fim, quando os filhos já estão formados e independentes, quando os cabelos embranquecem e as rugas transformam os rostos, chega-se ao terceiro estágio: a “fase da solidão”.

O direito – e o dever – à libertação

“Mas, na Índia, solidão não significa necessariamente isolamento e melancolia. É, muito mais, sinônimo de libertação”, explicou Lucca. Depois de cumprir todas as suas obrigações sociais e familiares, o indivíduo conquista o direito - e o dever - à sua liberdade, à sua  “solidão”. Pode, inclusive - e muitos o fazem - sair a caminhar pelo mundo, carregando apenas a roupa do corpo, e percorrer as estradas em peregrinação, a meditar sobre as coisas da vida e de si mesmo. Pode bater às portas e pedir um prato de comida. Se o dono da casa for espiritualizado e conhecedor das regras hinduístas que norteiam a existência individual e social, certamente não irá negar. Saberá que aquele pedinte não é um vagabundo aproveitador. É simplesmente alguém que, depois de muito dar, conquistou o direito de receber. É um homem solitário e livre, a preparar-se para a grande viagem final, aquela que não admite retorno.

Uma mulher - ou um homem - podem ser elegantíssimos até mesmo na idade mais avançada.


Pensei muito nisso tudo após deixar meus amigos. Refleti sobre as enormes diferenças que existem entre aqueles valores orientais, amadurecidos ao longo de milênios, e os nossos valores ocidentais, quase sempre cruéis e injustos ao tratar daqueles que encaneceram e perderam a força dos músculos após uma existência de trabalho que, muitas vezes, não lhes poupou sequer os anos de infância e adolescência.

É justo chamar os aposentados de vagabundos? Não, certamente não. Embora deva-se reconhecer a eles todo o direito de vagabundear. Direito pelo qual já pagaram os devidos pedágios. Mas o nosso mundo burguês contemporâneo é feito de distorções e contradições. Aos velhos não se dá o direito ao descanso.  Quanto aos jovens, particularmente os da classe média para cima - que não precisam batalhar para sobreviver -, eles podem fazer o que bem entendem. Inclusive passar os dias no maior dolce far niente, a dilapidar o próprio tempo,  as energias e as mesadas dos papais em sessões intermináveis de música techno nas discotecas e bares, ou trancados em seus quartos.

Bom-humor, ironia até mesmo uma ponta de sarcasmo não desaparecem com a idade.

A juventude, em nosso mundo, foi santificada e colocada sobre um altar. Foi elevada ao estatuto de condição privilegiada, como se ser jovem, apenas por ser jovem, fosse algo de extremamente especial. Seduzidos pelo charme transitório da juventude, muitos adultos rejeitam o envelhecimento natural, e querem permanecer jovens a todo custo. E haja cirurgia plástica, implantes capilares, ginásticas e vitaminas especiais, hormônios, massagens e exercícios, numa parafernália infernal em busca da fonte artificial da juventude. Como se envelhecer fosse uma vergonha da qual é preciso, em desespero, fugir.

Quem paga essa conta?

Quem paga a conta desse equívoco, infelizmente, são os próprios jovens. O mundo e a vida não respeitam privilégios desse tipo, baseados em premissas e convicções falsas, e os resultados já estão aí: basta observar o clima geral de apático desinteresse por tudo e por todos que se manifesta em boa parte dos nossos jovens. O excessivo endeusamento à juventude roubou deles sua maior riqueza: a vontade de virar gente grande.

E há inclusive as matronas chiquérimas que inventam moda e fazem escola.

Essa patológica inversão de valores dá origem a um fenômeno muito curioso cada vez mais observado, principalmente nos países desenvolvidos. Na Europa rica surge uma raça hodierna de jovens apáticos que entristecem e envelhecem nas casas dos genitores. E há uma raça antiga de jovens de espírito, embora velha de anos, que vai dançar, pratica esportes, viaja, estuda, lê, navega em redes virtuais. Os primeiros tiveram tudo e não aprenderam a desejar; os segundos – nascidos nas décadas que sucederam a Segunda Grande Guerra e suas consequências - tiveram muito pouco e sabem o que querem: uma existência intensa e alegre mas, ao mesmo tempo, leve e serena. Uma existência saudável, feliz e divertida, dentro de parâmetros naturais totalmente possíveis ao ser idoso.

“Esta é a primeira geração dos novos-velhos”, comenta Arrigo Levi, um dos mais importantes jornalistas italianos, ele mesmo um novo-velho de 92 anos. Levi publicou em seu país um divertido guia para a terceira e a quarta idades, intitulado A velhice pode esperar - ou seja, a arte de permanecer jovem, onde escreve: “É como o salto no vazio do adolescente que vai de encontro à juventude. A gente amadurece, a um certo ponto alça vôo em direção à velhice e, diante de si, encontra um mar infinito que se chama liberdade”.

As práticas desportivas ajudam a manter a boa forma física e a boa disposição. A natação é uma grande amiga dos idosos.

Como são esses novos-velhos europeus da virada de milênio? São pessoas não mais atormentadas pelo trabalho, pela carreira, pelos filhos, que dispõem de muito tempo livre e descobrem que a segunda metade da vida pode ser uma maravilha. Como dizia a pensadora feminista norte-americana Betty Friedan em Invenção da Idade - outro belo livro sobre o tema -, “Libertamo-nos dos preconceitos sobre a velhice, como o medo de não suportá-la, de ter de renunciar à sexualidade, de perder aquelas famosas células cerebrais. Para em seguida perceber que aquelas células perdidas não eram, enfim, as mais necessárias. E então fica-se mais lúcido, com a mente mais leve...”

No ano 2016, na Itália, França, Alemanha e outras nações desenvolvidas da Europa - países que produzem poucas crianças e onde quase não mais existe a família tradicional, mas que não se tornarão desertos humanos graças à imigração das demais populações do Mediterrâneo e do mundo -, já há um ancião para cada cinco habitantes. As pesquisas indicam que, até 2020, a porcentagem de pessoas que vão dos 65 aos 80 anos chegará aos 20% (No Brasil ela se aproxima agora dos 10%).

Até mesmo os idosos da comunidade chinesa de San Francisco se converteram ao mundo digital.

A invasão das “panteras grisalhas”

À parte os velhos inválidos, a maioria dos idosos vive uma terceira e uma quarta idades não apenas trinta anos mais longa do que no século precedente, mas sobretudo muito mais rica de estímulos. E, como não poderia deixar de ser, a indústria e o comércio deu-se conta disso. O turismo e o lazer, o ensino, as artes e espetáculos ganham rios de dinheiro com essas “panteras grisalhas” que invadem alegremente territórios até há pouco reservados aos jovens. Trata-se de uma geração nômade, que deixa a televisão, os filhos e netos em casa e põe-se a girar o mundo.

Enrica Montanucci, diretora da Amecon, grande agência de turismo italiana especializada em pacotes para a América Latina, dizia recentemente: “Não, nada mais me espanta. Na Itália já atingimos o nível dos norte-americanos e dos ingleses. Aos nossos balcões chegam velhotes fantásticos, com tênis nos pés e mochila a tiracolo e que escolhem lugares que nem mesmo um jovem enfrentaria com tanta desenvoltura. Querem ir ao Peru, para passear naquele trenzinho a quatro mil metros de altura, querem visitar a Floresta Amazônica, o Pantanal de Mato Grosso”.

A vaidade feminina não desaparece nunca, e as festas e reuniões sociais constituem ótimas ocasiões para exercitá-la.

E o amor? Se o amor tem sempre vinte anos, um jovem de vinte anos nem de longe pode entender de quanto amor (e sexo) são capazes os seus avós. O sociólogo Pietro Valdina publicou há pouco um ensaio chamado O sexo dos idosos, onde faz revelações estatísticas surpreendentes. Por exemplo, que 60% das pessoas entre 70 e 74 anos vivem relações sexuais satisfatórias, da mesma forma que 40% dos que vão dos 75 aos 95 anos.

Depois do turismo, do sexo e do teatro, um outro capítulo fundamental e permanente para os idosos europeus é a instrução. Universidades da terceira idade são abertas em toda parte. A Universidade Popular de Roma, por exemplo, possui editora própria, 980 tipos diferentes de cursos, quase vinte mil alunos inscritos, um pelotão de 250 professores. A oferta de cursos vai das línguas e literatura à criminologia, da filosofia ao flamenco espanhol, à meditação, à redação de poemas, desenho, pintura e um sem número de artesanatos.

Na terceira e na quarta idade a vida em grupo social exerce efeito muito benéfico. Mas recolher-se na solidão pode ser fatal.

“Os cursos estão abertos a pessoas de todas as idades, mas apenas 45% dos alunos pertencem à faixa dos anciões”, diz o diretor dessa Universidade, Francesco Florenzano, médico geriatra. “Os cursos nascem das exigências dos inscritos: os que têm acima de 60 anos perseguem quase sempre um sonho, que é o de estudar uma matéria que não puderam estudar em outros tempos, e os mais jovens aqui encontram cursos que as universidades convencionais não oferecem. O mais bonito é que nas salas de aula e nos corredores instaura-se uma troca muito viva entre gerações. Um intercâmbio frutífero que lá fora, em boa parte, se perdeu. E, com muita freqüência, torna-se difícil distinguir as idades: às vezes os mais jovens raciocinam como velhos, e aqueles de cabelos brancos se lançam às teses mais controvertidas”, continua Florenzano.

O corpo humano pode permanecer ativo, ágil e flexível até o fim.

Novo segmento do mercado consumidor

Se na Europa proliferam os novos-velhos, criando inclusive um novo e importante segmento do mercado consumidor, numa outra potência moderna, os Estados Unidos, os cientistas batalham na descoberta de novos recursos para retardar ao máximo a velhice ou, pelo menos, neutralizar os seus efeitos. A revista New Scientist publicou um amplo serviço a respeito desses esforços, intitulado “Morte à Velhice!” Os jornalistas que fizeram essa investigação descrevem cientistas que querem ultrapassar os limites impostos pelo relógio biológico: “Até hoje o objetivo desses cientistas era eliminar os sofrimentos aos quais inevitavelmente o ser humano vai de encontro com o avançar dos anos. Seus esforços visavam encontrar um modo pelo qual um octogenário pudesse continuar a ter o corpo e a mente de um quarentão”. Mas eles agora querem ainda mais. “Em não mais de vinte anos seremos capazes de manipular a nosso bel prazer a duração da vida”, afirma o biólogo celular Woodring Wright, do Southwestern Medical Center de Dallas, Texas. Certamente uma perspectiva ao mesmo tempo animadora e aterradora...

Mas, enquanto não chegamos lá, melhor para os idosos seguir o exemplo dos colegas novos-velhos europeus. Aproveitar enquanto é tempo, e beber até a última gota do vinho da vida. Até porque, quando se chega à quarta idade, todos os pedágios já foram pagos, e a estrada a ser percorrida ainda pode ser longa, larga e bela.




Fonte:www.brasil247.com