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sábado, 1 de setembro de 2018

Casal se reencontra após 60 anos e fala em casamento

Após se reencontrarem em asilo, Ron e Ruth vão se casar Foto: Reprodução/ Youtube

Os dois voltaram a se ver em um asilo para idosos

Na Inglaterra, dois idosos que namoraram durante a juventude se reencontraram em um asilo. Eles se conheceram nos anos 50 e passaram cerca de 60 anos separados. Trabalharam juntos, mas acabaram perdendo contato.

Agora, Ron Owen, de 84 anos, e Ruth Holt, de 79, vão finalmente se casar. O homem foi levado para o asilo, em 2014, sem saber que era o mesmo lugar onde sua antiga paixão estava.

– Foi difícil nos últimos anos, até reencontrar Ron. Nunca me esqueci dele. Quando saía para fazer compras, olhava ao redor tentando encontrá-lo, mas não consegui – declarou Ruth.

Ainda jovem, ela se casou e acabou indo morar na Arábia Saudita. Teve dois filhos, mas afirma que nunca esqueceu seu verdadeiro amor.

– Ele me parece o mesmo de sempre, a não ser pelos cabelos brancos – disse à BBC.

O pedido de casamento foi feito em julho. Enquanto não oficializam a união, eles já celebram pela chance de passarem o resto de suas vidas juntos.

– Nunca fui tão feliz em minha vida – afirmou Ron.





Fonte:pleno.news

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Na Ciência, idades mais avançadas não são inimigas da criatividade


Na nova edição de Ciência e Cientistas, o físico Paulo Nussenzveig, professor e coordenador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Física (IF) da USP, questiona um dos mitos que permeiam os bastidores da academia e das atuais grandes empresas de tecnologia: seria a criatividade uma característica exclusiva dos jovens?

Ao relembrar a declaração do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, que, no auge de seus 22 anos, em 2007, disse que pessoas jovens são simplesmente “mais espertas”, Nussenzveig destaca que estudos sobre correlações entre resultados de destaque em pesquisa e inovação e
a idade dos pesquisadores “não dão razão a Mark Zuckerberg”. Citando artigo do The New York Times, o professor apresenta dados compilados de patentes depositadas nos EUA, entre 2011 e 2014, que indicam que 53% dos indivíduos inovadores têm idades entre 47 e 60 anos.

Para o físico, embora seja fundamental que as pessoas aproveitem bem as idéias ousadas da juventude, “devemos valorizar aqueles que mantêm atividades criativas em idades mais avançadas”.


Fonte:jornal.usp.br

domingo, 20 de maio de 2018

O que AM e FM significam no rádio ?


Da roda ao carro e do primeiro motor a processadores de computador, há algumas inovações tecnológicas que mudaram para sempre o curso da história humana. Um dos saltos maiores e mais importantes na tecnologia veio quando o primeiro sinal de rádio sem fio foi transmitido. Os meios de comunicação eletrônicos evoluíram desde daquela primeira transmissão, revolucionando a comunicação para os militares, empresas e residências em todo o mundo. A fim de compreender o que se entende por "AM" e "FM", você deve saber as origens da rádio e como o som começa a partir da estação de rádio.

História
Na década de 1880, o físico alemão Heinrich Hertz foi o primeiro a enviar e receber um sinal de rádio sem fio, mas apenas na distância de seu laboratório. Foi o cientista italiano Guglielmo Marconi que é creditado com o que estabelece as bases para o rádio que conhecemos hoje. Em 1894, Marconi começou a experimentar com o que ficaram conhecidos como "ondas hertzianas" e foi capaz de transmitir ondas de rádio sem fio primeiro ao longo de vários quilômetros e depois ao longo de todo o Oceano Atlântico. Estas transmissões iniciais foram apenas os blips de código Morse, até que na véspera de Natal de 1906 um físico canadense chamado Reginald Fessenden transmitiu os sons da música e voz para operadores de rádio em navios da Marinha. A primeira música tocada foi uma versão violino de "Silent Night".

Nos anos seguintes, as transmissões da New York Metropolitan Opera foram transmitidas e um engenheiro da Westinghouse chamado Frank Conrad começou a tocar registros sobre o ar. Em 1920, a primeira estação de rádio, KDKA Westinghouse começou as transmissões regulares e o rádio como um meio público estava o seu caminho. As primeiras estações foram AM; FM foi desenvolvido na década de 1940, mas não entrou em uso comum até os anos 1970.

Modulação
Para entender o que se entende por AM e FM, você deve primeiro entender o conceito de "modulação". Modulação refere-se a como as ondas de rádio são padronizadas, a fim de transmitir um sinal significativo. Um exemplo simplificado seria se fosse para modular um feixe de luz, transformando o em on e off. Se você e seu amigo concordaram que flashes curtos significa "tudo está bem" e flashes longos dizer "Por favor, ajude", você pode enviar o seu amigo essas mensagens a partir de um ponto distante. Da mesma forma, as ondas de rádio podem ser modeladas de modo a transportar o som ao longo de distâncias enviados a partir de um transmissor para um receptor (isto é, a partir de uma torre de rádio para um rádio). AM e FM diferem na forma como o sinal é modulado.

Rádio AM
AM significa "modulação de amplitude", o que significa que a amplitude, ou a força total do sinal, é variada em um padrão que cria o sinal e, portanto, os sons que ouve.

A banda de rádio AM é um grupo de frequências em que os sinais de rádio podem ser enviadas e recebidas. Os números vistos no visor do rádio AM são as frequências que variam de 535 a 1.705 kHz (quilohertz) e canais podem ser colocados a cada 10 kHz ao longo da faixa, podem haver 117 canais na banda AM. As estações que estão geograficamente próximas uma da outra não podem transmitir na mesma frequência, senão interferem uma com a outra. Já que AM transmite o som através da alteração da amplitude do sinal, outras fontes de alta amplitude, como quedas de raios e linhas de energia elétrica causam ruído que é misturado com a transmissão.

Rádio FM
Estações de FM podem produzir som de alta fidelidade, que é por que a música soa melhor em FM, ou "modulação de frequência". Tal como as ondas de rádio AM, ondas de FM são moduladas para criar um padrão que transporta a informação de som. Ao contrário de AM, porém, que modula a amplitude, FM modula a frequência. Com FM, a amplitude mantém-se constante, enquanto que a frequência ou espaços entre as ondas de rádio são variados.

A banda de rádio FM varia de 88,1 a 108 MHz (megahertz), estes são os números que você vê no seu monitor FM. Podem existir 200 canais da faixa de FM e todas as estações FM transmitem em frequências ímpares. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) reserva os primeiros 20 canais FM para uso não comercial e educacional. Há 16000 AM e FM nos EUA, cuidadosamente espaçadas de modo a não interferir com a outra.

Como uma onda de rádio é emitida
Então, como é que estas amplitude e frequência de ondas de rádio moduladas começam a partir de uma estação de rádio para o seu rádio? De acordo com PBS.org, um sinal de rádio é uma corrente elétrica e, como qualquer corrente, se compõe de elétrons. Quando uma corrente elétrica se desloca através de um fio de metal, os átomos que formam o fio contêm elétrons. Já que mesmo a menor quantidade de energia pode levar esses elétrons para fora de seus átomos, uma grande quantidade de energia pode empurrar todos os elétrons longe dos átomos, levando-os a frente e para trás. Se uma onda de rádio possuir frequência de 100.000 Hz, isso significa que os elétrons estão se movendo para trás e para a frente de 100.000 vezes por segundo. Esse movimento de elétrons faz com que haja um campo eletromagnético em torno do fio. Os elétrons se movem da mesma maneira em uma antena de transmissão de rádio como fazem no fio, para que haja um campo eletromagnético criado em torno da antena. Ao contrário do fio, o qual contém o campo electromagnético, a antena irradiá-lo de modo que viaje em todas as direções com a velocidade da luz. Ele viaja até que é captado por antenas de recepção, como no seu rádio. A antena de recepção obtém o sinal de rádio e o processa em som.




Fonte:www.ehow.com.br

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Aracy de Almeida, o samba em pessoa

Google Image

Quem foi criança ou jovem nos anos 80 se lembra e Aracy de Almeida como a jurada mal-humorada do Show de Calouros do Programa Silvio Santos. Aquela que buzinava todo mundo. Pena, pois Aracy foi uma das cantoras mais importantes da era de ouro do rádio brasileiro.

Nascida em 19 de agosto de 1914 no subúrbio carioca do Encantado, era filha de um maquinista de trem e de uma dona de casa. Cantava hinos religiosos na Igreja Batista e, escondida dos pais, músicas de entidades em terreiros de candomblé e sambas no bloco carnavalesco Somos de Pouco Falar.


Graças ao amigo Custódio Mesquita, começou a cantar na Rádio Educadora, em 1933. Foi na emissora que conheceu Noel Rosa, que definiu sua carreira e de quem foi a maior intérprete, em clássicos como Último Desejo, Feitiço da Vila, Três Apitos e Feitio de Oração.


Logo fez grande sucesso e ganhou vários apelidos, como O Samba em Pessoa, dado pelo locutor César Ladeira, A Dama do Encantado e A Dama da Central. Em 1936, foi para a Rádio Tupi e gravou Tenha Pena de Mim, de Ciro de Sousa e Babau, mostrando que não fazia sucesso apenas com músicas de seu melhor amigo.

No ano seguinte, encarou a perda de Noel, que morreu aos 26 anos. Mas continuou gravando músicas dele. Chegou às paradas em 1938 com Camisa Amarela, de Ary Barroso. Em todos esses anos, continuou gravando sambas de meio de ano e marchinhas de carnaval, como eram divididas as músicas naquele tempo.
O Passarinho do Relógio, de Haroldo Lobo e Milton Oliveira, lançada em 1940, foi um estouro na folia. Aracy fazia grande sucesso no rádio, e só não era considerada a número um porque havia Carmen Miranda. Diziam que as duas se estranhavam nos corredores da Rádio Mayrink Veiga, onde atuavam.
Com a ida da rival para os Estados Unidos ganhou de Assis Valente o samba Fez Bobagem. Entre 1948 e 1952, foi estrela, ao lado de Linda Batista, de shows da Boate Vogue, em Copacabana. Foi a responsável pela descoberta de várias canções de Noel. Mudou-se depois para São Paulo, chegou a apresentar shows como O Samba Pede Passagem. Porém, com a Bossa Nova e a Jovem Guarda, os antigos cantores perderam espaço. A televisão foi seu refúgio. Morreu em 20 de junho de 1988, vítima de edema pulmonar.


Fonte:www.provincia.com.br

domingo, 6 de maio de 2018

Dino 7 Cordas - Centenário de Horondino José da Silva o grande patriarca


Ele tinha um aperto de mão firme, um sorriso largo, quase prognata. Corpo rijo, sem ser musculoso, feição quadrada, o conjunto da obra lhe valia o apelido de Boi, que aliás detestava. Um taurino típico. Mas não podia reclamar, afinal: foi ele quem deu ao sanfoneiro Luiz Gonzaga a alcunha de Lua, por causa da cara redonda deste. Adorava uma boa conversa e era o rei do idioma de duplo sentido: no fundo, fulano é um cara estourado, chega a ser gozado!

Teve infância humilde, foi criado no Bairro do Santo Cristo, zona portuária carioca. Seu pai era operário do estaleiro Lloyd. Não sei agora quantos irmãos tinha, mas ele me contava que eram muitos. Chegou a trabalhar, ainda adolescente, numa fábrica de sapatos, até que virou músico, começou a ganhar muito bem de uma hora para outra, cinco ou seis vezes o salário da fábrica. Não pestanejou. Chegou em casa com sua carteira assinada pelo flautista Benedito Lacerda, reuniu os pais e disse que daquele dia em diante eles não precisariam mais trabalhar. Foi arrimo de família durante um bom tempo.

Antes de viver de música já tocava bem violão e chegou a acompanhar no picadeiro do circo, por alguns trocados, cantores também iniciantes, como Moreira da Silva, ou mais conhecidos, como Augusto Calheiros. Era umbandista. Uma vez o vi recomendar a um conhecido que acendesse uma vela na intenção de Nossa Senhora do Bom Parto, o rapaz havia se queixado de um problema na gravidez da esposa. Pouca gente sabia, já que ele era um famoso violonista acompanhador - o maior que já houve entre nós, em seu estilo -, mas ele solava dezenas e dezenas de choros e peças compostas para o violão, como as de Agustín Barrios, João Pernambuco, Garoto, e Aimoré.

Desde meados dos anos 30, quando se tornou profissional, era um virtuose das baixarias, as frases graves de contracanto tocadas nos bordões. E era fã do veterano Tute, um dos raros músicos que tocavam à época o violão de sete cordas. Pois nosso herói contava que, de tanto respeito que tinha à figura de Tute, só se aventurou a aprender a tocar o sete-cordas com quase 20 anos de carreira, no início dos anos 50, depois que seu ídolo falecera. Foi assim que ele acabou inventando uma maneira própria, rica, inspirada, de tocar aquele violão diferente com uma corda a mais.

Fez tanto, mas tanto, que se tornou o primeiro músico a ganhar o sobrenome desse mesmo instrumento: Dino Sete Cordas. O grande patriarca, pai de todos que vieram depois dele, assim como eu, e abraçaram os sete arames de aço. O invulgar codificador, o epicentro de uma nova arte das baixarias. O criador de uma sonoridade única, gestada a partir de seu violão Do Souto de caixa feita em imbuia, cordas alemãs Pyramid Gold e dedeiras de aço. Pois a história do violão de sete cordas em nosso país se divide claramente entre antes e depois de Dino.

Muito da linguagem antiga dos violões de baixaria foi catalisada e a partir daí expandida por Dino. Com ele, o instrumento antes bissexto ganhou visibilidade inédita no panorama musical brasileiro. Foi um dos primeiros músicos de regional de choro, com formação tradicionalmente empírica, a aprender a ler e escrever música. Foi em seu tempo, e talvez ainda hoje, o músico acompanhador brasileiro que mais obteve reconhecimento do público, da imprensa e da academia, tanto pela sua colossal capacidade de criação, quanto por seu talento exuberante.

Dino deixou sua poderosa assinatura em milhares e milhares de fonogramas, espalhados por discos de 78 rpm, LPs, compactos, CDs, trilhas de cinema e TV, para além de seu trabalho em shows e emissoras de rádio. Um operário pródigo e incansável que, por viver num país que despreza sistematicamente seus tesouros, terminou por morrer em condições modestas, amparado por seu filho único Dininho Silva, outro grande músico. Dininho soube seguir o exemplo de seu próprio pai, que cuidara de seus mais velhos num momento de necessidade.

Pois neste 5 de maio Horondino José da Silva completaria 100 anos de idade. Que este centenário seja comemorado com toda a pompa e circunstância que o homenageado merece. Sabemos que as homenagens oficiais serão modestas, em tempos de inédita e sufocante retração do setor das artes e, de resto, de toda economia criativa. Cabe a nós, portanto, seus discípulos, fãs, amigos, seguidores e curtidores, balançarmos o bambuzal para que o centenário de Dino se transforme numa ponte firme, capaz de transmitir às gerações futuras o seu imenso e fundamental legado musical, o seu sorriso aberto, o seu senso de humor, a vela de Nossa Senhora do Bom Parto acesa para todos. Vamos prestigiar as iniciativas que já se fazem presentes, como a da Casa do Choro, no Rio de Janeiro, e inventar mais o que for possível para celebrar a memória desse gigante brasileiro.

O centenário está só começando. É como dizia o antigo samba, aquele aperto de mão não foi adeus. Dino está aí. Viva Dino Sete Cordas!

(Texto de Luís Felipe de Lima)
(Foto de Leo Aversa)