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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Estudo mostra que música pode potencializar tratamento contra hipertensão


Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostra que a música pode intensificar os efeitos de medicamentos contra a hipertensão arterial. O estudo, desenvolvido em parceria com a Faculdade de Juazeiro do Norte, a Faculdade de Medicina do ABC e a Oxford Brookes University (Inglaterra), identificou os benefícios da associação em 37 pacientes.

Os participantes da pesquisa foram avaliados durante dois dias. No primeiro, logo após ingerir a medicação, eles escutaram música durante uma hora. No segundo, os remédios eram administrados, mas eles apenas usavam os fones sem nenhuma melodia. “Nós concluímos que a música intensificou, em curto prazo, os efeitos benéficos do medicamento anti-hipertensivo sobre o coração”, disse o coordenador do estudo, o professor do Departamento de Fonoaudiologia da Unesp Vitor Engrácia Valenti.

Para verificar os efeitos da música, foi usado o método da variabilidade da frequência cardíaca, que tem mais precisão e sensibilidade para avaliar as alterações no coração. Entre os efeitos observados estão a desaceleração dos batimentos e a redução da pressão arterial.

Música pop

Os pacientes foram estimulados com músicas instrumentais das cantoras pop Adele e Enya. “Nós pensamos nessas músicas porque são mais popularmente aceitas”, comentou Valenti sobre a escolha. O grupo tem pesquisado desde 2012 os efeitos da música sobre o coração. Nos experimentos anteriores havia sido usada música erudita.

A partir de estudos feitos em animais, a hipótese dos pesquisadores para os resultados da associação entre o medicamento anti-hipertensão e a música é que a combinação aumenta a absorção dos remédios pelo organismo. “[A música age sobre] um nervo que estimula o sistema gastrointestinal, causa uma vasodilatação, aumenta a absorção do intestino nos animais. Uma hipótese é que a música acelerou a absorção do medicamento pelo intestino”, explicou o coordenador do trabalho.

Além de potencializar o tratamento em pacientes cardíacos ou hipertensos, Valenti acredita que a música pode se tornar um método auxiliar para prevenir o desenvolvimento da doença em pessoas com essa propensão. “A música pode ser associada com o medicamento para melhorar ainda mais a saúde dos pacientes, até preventivamente, quando a pessoa tem risco de desenvolver uma doença cardiorrespiratória”, acrescentou.





Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

terça-feira, 27 de março de 2018

Cresce casos de HIV em pessoas com mais de 60 anos


Crescimento no número de casos de HIV em idosos no Brasil é um alerta
Dados do Ministério da Saúde de 2016 mostram crescimento de 15% nas infecções em pessoas acima de 60 anos

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, o número de idosos com o vírus HIV no Brasil cresceu 103%. Um dos principais problemas associados ao aumento dos casos diz respeito à vida sexual de pessoas acima de 60 anos, que ainda é vista como tabu, especialmente em relação ao uso de preservativos, segundo especialistas.

Dados recentes do Boletim Epidemiológico de 2017 do ministério apontam que, em 2016, quando foram registrados 1.294 casos, houve o crescimento de 15% no índice de pessoas acima de 60 anos com o vírus. Em 2015, por sua vez, aumentou 51,16%, com 1.125 pessoas infectadas, em relação aos números de 2014, quando 856 pessoas foram diagnosticadas com o vírus.

O aumento constante segue uma tendência mundial. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, se o ritmo de infecções nessa faixa etária prosseguir como está, em 2030, 70% da população mundial com mais de 60 anos terá o vírus causador da Aids.

Segundo a infectologista Anita Campos, atualmente, a epidemia é concentrada em jovens, principalmente em homens de 14 a 29 anos. No entanto, a atenção voltada aos idosos infectados deve ser redobrada. "O pensamento comum entre pessoas dessa geração ainda é antigo. Quando viveram a juventude, não havia a cultura do uso de preservativos", comenta a especialista.

Ainda conforme a médica, o uso da camisinha deveria ser uma pauta constante também para esse grupo de pessoas. A dificuldade de se debater a vida sexual de quem está acima dos 60 anos deve ser superada, defende Anita. Atualmente, as campanhas dos governos ainda se concentram em outros perfis apontados como mais vulneráveis, como homossexuais, profissionais do sexo, pessoas transgêneras, usuários de droga injetável e presidiários.

A medida se torna ainda mais urgente quando se observa que o o vírus é especialmente agressivo nos idosos. De acordo com a infectologista, o HIV acelera o envelhecimento e causa lesão direta em alguns órgãos, como rins e fígado. Anita Campos esclarece que a doença não se torna mais grave, mas o cuidado do médico deve ser mais elaborado e complexo, porque o idoso é mais suscetível a doenças crônicas que aparecem com o uso do coquetel antirretroviral.

Combate ao HIV

O ativista Christiano Ramos, presidente da ONG Amigos da Vida, chama atenção, principalmente, para a falta de ações de combate ao HIV direcionadas aos idosos. Para ele, o governo precisa entender a necessidade dessa implementação, porque, muitas vezes, o vírus atua silenciosamente no corpo do paciente e os sintomas são confundidos com os das doenças da velhice, como diabetes, hipertensão e problemas renais.



Fonte:www.revistaencontro.com.br

terça-feira, 6 de março de 2018

Orlando Silva, o cantor das multidões


Considerado um dos cantores brasileiros mais importantes do século 20, Orlando Silva nasceu a 3 de outubro de 1915, no bairro carioca de Engenho de Dentro. Era chamado de O Cantor das Multidões, apelido dado pelo compositor Bororó, por conta de seu enorme sucesso. Sua gravação de Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, de 1937, ainda é tida como definitiva.


A vocação para a música veio do pai, o violonista José Celestino da Silva, que participava com Pixinguinha de saraus, serenatas, peixadas e feijoadas. Mas esse clima alegre da infância se perdeu em seguida, quando Celestino faleceu, ainda jovem, vitimado pela gripe espanhola.

O gosto pelo violão, porém, permaneceu. Orlando teve uma infância e juventude cheias de música, e já era fã de Carlos Galhardo e Francisco Alves, que o incentivou mais tarde a tentar a carreira profissional de cantor. Mas antes Orlando teve vários empregos, como office boy, sapateiro, vendedor de tecidos e cobrador de ônibus.

Quando desempenhava a função de office boy, ao saltar de um bonde para entregar uma encomenda, sofreu um acidente, tendo um dos pés parcialmente amputado. Teve dificuldade para se sustentar por causa disso, mas logo foi contratado para cantar na Rádio Cajuti e o sucesso foi imediato.


Uma de suas primeiras gravações, em 1935, foi Última Estrofe, de Cândido das Neves, que teve boa repercussão. Começava uma fase áurea, nos anos 30, em que desfilou sucessos como A Jardineira, a valsa Rosa (de Pixinguinha), Caprichos do Destino e Lábios que Beijei.


A fase boa continuou nos anos 40, com Curare, de Bororó, Aos Pés da Santa Cruz e Atire a Primeira Pedra. Em todas as apresentações, era saudado como O Cantor das Multidões, que o locutor de rádio Oduvaldo Cozzi tornou popular. Foi um dos primeiros ídolos de massa, sucedendo a Francisco Alves, que morreu precocemente num acidente automobilístico.

Orlando foi também um dos primeiros nomes consagrados a sucumbir ao uso de drogas, o que afetou o seu timbre perfeito e seus agudos suaves. No começo dos anos 50, entrou em fase de ostracismo e os críticos diziam que havia “perdido a voz”. Ainda assim, emplacou alguns êxitos populares, como Quero Beijar-te Ainda, Malandrinha e Eu Chorarei Amanhã.
Nos anos 60 e 70, continuava a lançar discos, mas com regravações de seus sucessos antigos. Mesmo com os altos e baixos da carreira, artistas como Caetano Veloso e Arrigo Barnabé o consideram o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Morreu em 7 de agosto de 1978, aos 62 anos, em virtude de um AVC isquêmico.


Fonte:www.aprovincia.com.br

sábado, 3 de fevereiro de 2018

História do carnaval e suas origens



Quadro de Johannes Lingelbach (1622-1674), Carnaval em Roma, exemplo de um carnaval da Commedia Dell'arte.

O carnaval é a festa popular mais celebrada no Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém, o carnaval não é uma invenção brasileira nem tampouco realizado apenas neste país. A História do Carnaval remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia quanto na Grécia e em Roma.

A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.

Na antiga Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.

O outro rito era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa tradição mesopotâmica.

As associações entre o carnaval e as orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.

Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papeis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.

Mas tais festas eram pagãs. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio.

Ilustração medieval simbolizando um carnaval do período

A Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa.

Durante os carnavais medievais por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.




Fonte:brasilescola.uol

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Elon Musk faz sucesso como modelo nas passarelas aos 69 anos

Maye é mãe de Elon Musk, cofundador da empresa Tesla, e tem dez netos
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

A canadense Maye Musk tem sido uma das modelos mais requisitadas depois que assumiu os cabelos brancos; indústria da moda tem escolhido mulheres mais velhas para campanhas e desfiles.

As mais recentes semanas de moda de Nova York, Paris, Milão e Londres tiveram um número recorde de modelos com mais de 50 anos: 27, de acordo com o site Fashion Spot.

Entre as tops dessa leva de desfiles está Maye Musk, de 69 anos, mãe do bilionário da tecnologia Elon Musk - nome à frente da Tesla, fabricante de carros elétricos e de baterias.

"Nunca trabalhei tanto nos últimos 50 anos como o fiz em 2017", diz ela.

Maye, que nasceu no Canadá, começou a trabalhar como modelo aos 15 anos na África do Sul. Mas foi após os 60 que sua carreira decolou.

Só nos últimos anos ela assinou um contrato com a IMG Models, agência que representa tops como Gisele Bündchen e Gigi Hadid, apareceu nas capas de revistas como New York Magazine, Elle e Vogue e se tornou embaixadora de uma marca de cosméticos americana.

Uma avó elegante, com dez netos, Maye acredita que ter deixado os cabelos brancos ajudou sua carreira.

Ela, que é nutricionista, conta que é preciso cuidado redobrado com a alimentação para conseguir manter o manequim de modelo. "Preciso planejar todas minhas refeições e meus lanches senão o trem sai do trilho e ganho peso. Aí leva duas semanas de dieta rigorosa para perder. Visto manequim 38, não sou tão magra", fala.

Debra Bourne, diretora da All Walks Beyond the Catwalk, que promove diversidade na moda - de idade, tamanhos, etnias - , atribui às redes sociais muito do sucesso de uma mulher mais velha no mercado de modelos.

"Com o crescimento das redes sociais em plataformas como o Instagram, temos visto exemplos bem-sucedidos de modelos mais velhas que conquistaram uma enorme audiência", diz Bourne, que é também psicoterapeuta e já foi editora de moda.

Maye Musk em desfile na semana de moda de Nova York
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

Este é o caso de Maye, que posta com frequência fotos no Instagram, onde soma 90 mil seguidores.

"Há menos competição quando você é mais velha, mas também já menos trabalhos", ela pondera. "Se você continua trabalhando e postando seus trabalhos, você consegue conquistar mais seguidores. E também pode ser chamada para trabalhos diretamente ali, sem ter que ir a testes."

Suor e lágrimas
"Acho que muitos estilistas acreditam que o atual foco em modelos de cabelos platinados é uma mera tendência que vai acabar no próximo ano, e eles poderão voltar para as magras, altas e jovens", diz Rebecca Valentine, fundadora da agência Grey Model, especializada em modelos com mais de 35 anos.

Aberta em 2015 para "representar a nova população diversa mais velha", a empresa inglesa tem clientes como a semana de moda de Londres e a revista Hunger e representa nomes como a ex-musa da estilista Vivienne Westwood Sara Stockbridge, de 52 anos, e Frances Dunscombe, de 82.

Para a empresária, a contratação de modelos mais velhas é "uma resposta à pressão feita no mercado, em que, pela primeira vez, esse grupo de pessoas mais velhas está se recusando a ficar quieto".

"Eles são a geração de rebeldes, punks, rockers, rappers e gays que se assumiram depois de tudo, e estão acostumados a serem ouvidos - e se não o são, gritam mais alto e exigem mais", explica.

Modelo mais velha posa para editorial de moda da revista Hunger | Foto: Trisha Ward
Foto: BBCBrasil.com

Ela acredita que a indústria da moda está seguindo a tendência, mas admite que o processo continua desafiador.

"Elas (modelos mais velhas) podem ver que é uma montanha difícil para subir, com muita adversidade, preconceito e tradições arraigadas para lutar. E é maravilhoso estar cercada de tanta força e positividade no trabalho", fala.

Beleza é sinônimo de juventude?
Mas nem todos os especialistas concordam que há uma presença maior de modelos mais velhas na moda.

Vincent Peter, cofundador da agência de modelos SILENT, de Paris, diz que as mulheres mais velhas aparecem mais em campanhas de cremes anti-idade do que em trabalhos de alta-moda.

"Ocasionalmente elas aparecem nas passarelas, mas é uma exceção. Não vejo nenhuma tendência."

Maye se tornou a garota-propanda da marca de cosméticos Cover Girl
Foto: Getty Images / BBCBrasil.com

A modelo Maye, no entanto, continua garantindo trabalhos ao redor do mundo e espera continuar assim após os 70 anos.

"Tem sido incrível ver como marcas, revistas e designer estão focando nas histórias reais de mulheres mais velhas. As modelos mais jovens amam me ver trabalhando porque isso lhes dá esperanças para o futuro. Minha hashtag é #estáapenascomeçando", diz ela.





Fonte:www.terra.com.br