As inundações de 1941 e 2024 tiveram origens e características diferentes, mostram pesquisas
As inundações de 1941 e 2024 tiveram origens e características diferentes, mostram pesquisas
Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, Zika e chikungunya
Raul Santana
Qualquer um que tenha passado uma tarde de verão espantando mosquitos ou um dia coçando suas picadas concordará: os mosquitos são os piores. Mas os odores que nós, humanos, produzimos são grande parte do que os atrai.
Em um estudo publicado, cientistas ajudaram a determinar os vários produtos químicos de odor corporal que atraem esses insetos.
Os mosquitos pertencem à família das moscas e na maioria das vezes se alimentam de néctar. No entanto, as fêmeas que se preparam para produzir ovos precisam de uma refeição proteica extra: o sangue.
Na melhor das hipóteses, uma mordida só vai deixar você com uma protuberância vermelha e coceira. Mas as picadas de mosquito muitas vezes se tornam mortais por causa dos parasitas e vírus que carregam. Uma das doenças mais perigosas é a malária.
A malária é uma doença transmitida pelo sangue causada por parasitas microscópicos que se instalam nos glóbulos vermelhos. Quando um mosquito pica uma pessoa infectada com malária, suga o parasita junto com o sangue.
Depois de se desenvolver no estômago do mosquito, o parasita “migra para as glândulas salivares e é cuspido de volta na pele de outro hospedeiro humano quando o mosquito retoma a alimentação sanguínea”, explica o Dr. Conor McMeniman, professor e microbiologia associado a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e o Johns Hopkins Institute for Malaria Research, em Baltimore.
“A malária continua a causar mais de 600.000 mortes por ano, principalmente em crianças com menos de 5 anos de idade e também mulheres grávidas”, diz McMeniman, principal autor do novo estudo publicado na revista acadêmica Current Biology.
“Isso causa muito sofrimento em todo o mundo, e parte da motivação para este estudo foi realmente tentar entender como os mosquitos que transmitem a malária encontram os humanos”.
McMeniman, junto com os pesquisadores de pós-doutorado da Bloomberg e os primeiros autores do estudo, Diego Giraldo e Stephanie Rankin-Turner, focaram no Anopheles gambiae, uma espécie de mosquito encontrada na África subsaariana. Eles fizeram parceria com o Macha Research Trust da Zâmbia, liderado pelo Dr. Edgar Simulundu, diretor científico.
“Estávamos muito motivados para desenvolver um sistema que nos permitisse estudar o comportamento do mosquito da malária africana em um habitat que refletisse seu habitat natural na África”, explica McMeniman.
Os pesquisadores também queriam comparar as preferências olfativas dos mosquitos entre diferentes humanos, observar a capacidade dos insetos de rastrear cheiros a distâncias de 20 metros e estudá-los durante suas horas mais ativas, entre 22h e 2h.
Para atender a todos esses requisitos, os pesquisadores criaram uma instalação protegida do tamanho de um rinque de patinação. No perímetro da instalação havia seis tendas onde os participantes do estudo dormiriam.
O ar das tendas, contendo o hálito característico e o odor corporal dos participantes, foi bombeado através de longos tubos para a instalação principal em almofadas absorventes, aquecidas e infundidas com dióxido de carbono para imitar um ser humano dormindo.
Centenas de mosquitos na instalação principal receberam os odores dos sujeitos adormecidos. Câmeras infravermelhas acompanharam o movimento dos mosquitos em direção às diferentes amostras. (Os mosquitos usados no estudo não estavam infectados com malária e não conseguiam atingir humanos adormecidos).
Os pesquisadores descobriram o que muitos visitantes podem atestar: algumas pessoas atraem mais mosquitos do que outras. Além disso, análises químicas do ar nas lojas revelaram as substâncias causadoras de odor que atraem ou não os mosquitos.
Os mosquitos foram mais atraídos pelos ácidos carboxílicos do ar, incluindo o ácido butírico, um composto encontrado em queijos “fedorentos” como Limburger. Esses ácidos carboxílicos são produzidos por bactérias na pele humana e geralmente não são perceptíveis para nós.
Enquanto os ácidos carboxílicos atraíam os mosquitos, outro produto químico chamado eucaliptol, encontrado nas plantas, parecia detê-los. Os pesquisadores suspeitaram que uma amostra com alta concentração de eucaliptol poderia estar relacionada à dieta de um dos participantes.
Simulundu disse que encontrar uma correlação entre os produtos químicos nos odores corporais de diferentes pessoas e a atração dos mosquitos por esses odores foi “muito interessante e emocionante”.
“Essa descoberta abre caminhos para o desenvolvimento de iscas ou repelentes que podem ser usados em armadilhas para alterar o comportamento de busca de hospedeiros dos mosquitos, controlando assim os vetores da malária em regiões onde a doença é endêmica”, disse Simulundu, coautor do estudo.
A Dra. Leslie Vosshall, neurobióloga e vice-presidente e diretora científica do Howard Hughes Medical Institute, que não participou do estudo, estava igualmente entusiasmada. “Eu acho que é um estudo muito interessante”, disse ele. “Esta é a primeira vez que tal experimento foi feito nesta escala fora do laboratório.”
Vosshall investiga outra espécie de mosquito que transmite dengue, zika e chikungunya. Em um estudo publicado no ano passado na revista acadêmica Cell, ela e seus colegas descobriram que essa espécie de mosquito também busca ácidos carboxílicos produzidos por bactérias na pele humana.
O fato de essas duas espécies diferentes responderem a sinais químicos semelhantes é positivo, diz ele, porque pode facilitar a criação de repelentes de mosquitos ou armadilhas em geral.
A pesquisa pode não trazer consequências imediatas para evitar picadas de insetos no próximo churrasco. Vosshall observou que mesmo esfregar com sabão sem perfume não remove os odores naturais que atraem os mosquitos. No entanto, ele observou que o novo trabalho “nos dá algumas pistas muito boas sobre o que os mosquitos usam para nos caçar, e entender o que é é essencial para darmos os próximos passos”.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/entenda-porque-algumas-pessoas-atraem-mais-os-mosquitos-do-que-outras/
Aqui você ouve antigas serestas dos tempos do rádio :
A cultura brasileira é extremamente rica, principalmente quando falamos sobre música. O país sempre foi recheado de artistas talentosos, cantando inúmeros estilos musicais, fazendo sucesso em todos os estados e, inclusive, no exterior.
Estilos que nascem de cada região do Brasil, cantando seus costumes, sua vivência, sua cultura, sua luta, usando a canção como uma forma de manifestação ou simplesmente para diversão. De letras mais simples a outras cheias de significados.
Mas, sem dúvida, uma das expressões artísticas mais importantes no país, que também se mistura a fatos marcantes da história do Brasil, é a Música Popular Brasileira. Composta por grandes artistas que marcaram seu nome na música nacional, e muito conhecidos lá fora também.
Essa expressão cultural nacional é uma das maiores riquezas imateriais produzidas pelos artistas brasileiros. E, como todo grande momento artístico tem sua fase mais importante, a música popular brasileira teve a chamada Era de Ouro.
A era de ouro da MPB
O período conhecido como era de ouro da música popular brasileira começou em 1930 até aproximadamente 1945. Foram 15 anos de momentos artísticos que se destacaram pela interação de vários cantores, compositores e instrumentistas, dando voz a estilos regionais, marchinhas e o samba cresciam como estilos populares, assim como a ascensão da música caipira e arranjos musicais mais complexos.
Nessa época também foram surgindo inovações tecnológicas, contribuindo ainda mais para o crescimento cultural do país. O desenvolvimento do rádio, o cinema falado e a gravação eletromagnética do som permitiram aos artistas se destacar ainda mais ao terem como divulgar mais amplamente suas músicas.
O método utilizado para gravações de música também mudou, devido ao surgimento da captação elétrica do som, que não os obrigava mais a forçar a voz para cantar. Foram essas inovações que contribuíram para a revelação de inúmeros cantores da MPB e levá-los a serem conhecidos em todo o país.
Os grandes artistas da época
Entre os destaques desse momento podemos citar os cantores que faziam sucesso com o samba diferente do tradicional, como Nilton Bastos, Ruben Barcelos, João Mina e Marçal, Ismael Silva e os irmãos Alcebíades que faziam parte da Turma do Estácio.
Muito conhecidos pelas marchinhas de carnaval estavam Lamartine Babo e Braguinha, além de Nássara, Noel Rosa e Assis Valente. Um dos sucessos mais conhecidos do país, “Aquarela do Brasil”, cantada por Ari Barroso, era uma música chamada de samba-exaltação, na qual sua letra fazia referência às belezas do Brasil.
Como se deu o fim da era de ouro?
Muitos associam o fim da era de ouro da música popular brasileira à introdução de outros estilos no país. A grande influência de estilos estrangeiros como jazz, bolero e também a música popular europeia nos ritmos nacionais levou às músicas posteriores a terem um estilo mais diferente, emotivo e pasteurizado, não se diferenciando muito uns dos outros.
Logo, os estilos internacionais de sucesso, como o rock’n’roll, entraram no mercado musical nacional e se tornaram bastante populares por aqui. Alguns estilos nacionais ainda persistiam no meio artístico brasileiro, mas a música americana, principalmente, tinha chegado para ficar e foi se destacando cada vez mais.