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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Primeira transmissão oficial, em 1922, marcou o início do rádio no Brasil

   


No dia 7 de setembro de 1922, durante a comemoração do centenário da Independência, brasileiros ouviram pela primeira vez uma transmissão de rádio. Nessa data, foi veiculado o discurso do então presidente da República, Epitácio Pessoa. Ele estava no Rio de Janeiro e os aparelhos receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Esse momento marcou o início do rádio no Brasil. Anos depois, o meio de comunicação conquistou a população, se tornou paixão nacional e um importante instrumento para integração regional.


Por meio das ondas de radiofrequência se tornou possível romper barreiras geográficas e sociais, promovendo acesso a conteúdos informativos e educativos em todo país. A primeira emissora brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 pelo antropólogo e educador Edgard Roquette-Pinto – que também viabilizou a primeira transmissão, em 1922, e é considerado o pai da radiodifusão no Brasil. A emissora tinha como principal propósito promover a educação. Segundo o idealizador, o rádio era a “escola dos que não tinham escola”. Na década de 1920, a taxa de analfabetismo era de 65%, de acordo com censo demográfico da época.


Apesar do potencial, no início, o rádio ainda tocava em caráter experimental e começou a se popularizar na década de 1930. Principalmente após a sanção de uma lei, pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1932, que autorizava a transmissão de propaganda pelas emissoras. Esse foi um incentivo para que empresas começassem a investir e os aparelhos de rádio ficassem mais acessíveis. Com isso, passaram a ganhar espaço a música popular e os programas de entretenimento – como radionovelas. Na década de 1950, o rádio viveu a “Era de Ouro”.


Ainda hoje é um dos principais meios de comunicação, capaz de chegar a todos os brasileiros, desde os que vivem nas capitais até os que estão no interior do país, em localidades de difícil acesso.


NOVAS FREQUÊNCIAS - Ao longo dos anos, o rádio resistiu e se adaptou à chegada das novas tecnologias. Uma das principais mudanças pelas quais passa para continuar como um importante instrumento para prestação de serviços é a migração na frequência de transmissão de AM (Amplitude Modulada) para FM (Frequência Modulada). As rádios que operam em AM alcançam uma área maior, porém estão bem mais sujeitas a interferências e ruídos. Por outro lado, rádios FM cobrem uma área menor, mas contam com aumento significativo na qualidade. Além disso, alguns aparelhos mais novos, como celulares e tablets, não sintonizam AM.


Com a migração, também se tornou necessário ampliar os canais disponíveis para comportar mais emissoras. Por essa razão, atualmente existe o que chamamos de “banda estendida”, com novos canais nas frequências de 76,1 FM a 87,5 FM. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

João Pessoa tem maior evento de Carnaval da história com prévias, tradição e ‘Ainda Tem’

 



O Carnaval 2024 de João Pessoa foi um marco na história da capital paraibana. O evento começou ainda no mês de janeiro com os blocos nos bairros e, no dia 2 de fevereiro, o público prestigiou a abertura oficial do Folia de Rua com o cantor Alceu Valença no Ponto de Cem Réis. A festa, realizada pela Prefeitura de João Pessoa, tendo à frente sua Fundação Cultural (Funjope), reuniu uma multidão e foi assim durante todos os dias desta celebração que ainda não acabou. Neste sábado (17), ‘Ainda Tem’ folia na cidade


Em um mês de festejos carnavalescos, João Pessoa reuniu mais de 50 blocos, contando com os que se concentram apenas no Centro Histórico, a exemplo do Bloco do Mofado, Cortejo Oxalá, As Calungas e Alumiô, além de mais de uma centena de artistas distribuídos nessas festividades.  


A abertura do Folia de Rua foi um grande sucesso pela qualidade dos artistas, pela estrutura montada no Ponto de Cem Réis e também pelo público de João Pessoa e os turistas que aderiram à festa e abraçaram o Carnaval pessoense, um projeto forte que uniu todas as culturas.  


João Pessoa teve variados ritmos como maracatus e frevos, mostrando toda a diversidade da sua cultura, sempre estimulada pelo prefeito Cícero Lucena, valorizando e prestigiando os blocos, os bairros e as agremiações. 


Carnaval Tradição – Entre os dias 10 e 12 de fevereiro, o Carnaval Tradição também mostrou sua força com as agremiações levando para a Avenida Duarte da Silveira o resultado de uma preparação dedicada aos desfiles. Cada uma com sua beleza, seus temas e suas performances provaram que o apoio da Funjope é essencial para que o evento seja um sucesso a cada ano.  


Nesta terça-feira (13), foram anunciados os melhores do nosso Carnaval, com a Unidos do Roger como campeã das escolas de samba; a Ubirajara campeã das tribos indígenas do grupo A, e a Tabajara, do grupo B. A ala ursa Urso Branco e Companhia conquistou o primeiro lugar na categoria. Já os clubes de frevo, o primeiro lugar do grupo A ficou com os Ciganos do Esplanada, e do grupo B, Sai da Frente Dona Emília levou o troféu de melhor colocada.  


Segurança – A Funjope também destaca o cuidado que a Prefeitura de João Pessoa tem com a segurança do seu público em todos os eventos que realiza. Por isso, a partir de um planejamento iniciado no mês de novembro, o município trabalhou em parceria com diversos órgãos de segurança, como Guarda Civil Metropolitana, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, garantindo tranquilidade para o folião brincar.  


‘Ainda Tem’ – Neste sábado (17) a folia segue em João Pessoa com o ‘Ainda Tem’, com atrações que começam a se apresentar a partir das 12h, em polos espalhados pelo Centro Histórico. O evento terá shows da banda Tracundum, no Largo de São Frei Pedro Gonçalves, bem pertinho do Hotel Globo; Cabruêra, no Ponto de Cem Réis; Salete Marrom, na Praça Rio Branco; e Myra Maya, na Casa da Pólvora. O ‘Ainda Tem’ envolve também um cortejo das culturas populares e carnavalescas.


Texto: Lucilene Meireles

Edição: Cristina Cavalcante

Fotografia: Daniel Silva

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Amor de Carnaval

 



Bonito mesmo é quando a Colombina encontra seu Pierrot. Ou seu Arlequim. Afinal, ela gostava de um, mas os dois gostavam dela. Pelo menos é o que diz o clássico da comedia dell'arte italiana. O emocionante do carnaval é quando vingam as histórias de amor depois da folia. Apesar de o mundo dizer o contrário nessa época do ano. Uma vez romântica, sempre romântica, fazer o quê?


Chico Buarquematou a charada nos versos de Noite dos Mascarados. Ele fala sobre como o anonimato é promessa de liberdade efêmera: "Mas é carnaval/ Não me diga mais quem é você/ Amanhã tudo volta ao normal/ Deixa a festa acabar/ Deixa o barco correr/ Deixa o dia raiar, que hoje eu sou/ Da maneira que você me quer/ O que você pedir eu lhe dou/ Seja você quem for/ Seja o que Deus quiser!" Cada um, escondido em seus adereços e fantasias, deixa sair o bufão que existe dentro de si. No bloco na Vila Madalena, mulheres adultas brincavam de atirar água e espuma, umas nas outras, como se fossem crianças. Leves e alegres. Será que, como Chico disse, as pessoas "desatinam" quando a brincadeira acaba e "toda cidade anda esquecida da falsa vida da avenida"? Não sei. Mas que é bonito quando um amor vinga no carnaval, é. Conheço um casal muito lindo e querido que se conheceu no meio da folia. Ela dizia "imagina que ele vai me ligar"; e ele pensou "imagina que ela vai se lembrar de mim". Aí... que ele ligou. E ela se lembrou. E, este ano, eles levaram a Isabela, de 6 meses de idade, a seu primeiro bloco de carnaval.


As batidas do bloco de samba ou batuque de axé viraram uma macia bossa-nova. As fantasias estão no porta-retrato na sala de estar. A bebedeira e a intensidade daquele carnaval deram espaço para a calmaria. Os dois mascarados viraram namorados. E a história, mesmo sem Chico Buarque, é bonita de contar.


Fonte:estadão